Após xingamentos e agressões a servidores, GDF avalia criar batalhão hospitalar
SindSaúde também solicita que o governo distrital reforce a quantidade de vigilantes nas unidades públicas da Secretaria de Saúde
atualizado
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O Governo do Distrito Federal (GDF) foi oficiado pelo Sindicato dos Funcionários em Estabelecimento de Saúde (SindSaúde) a criar o batalhão hospitalar nas unidades públicas da Secretaria de Saúde.
Em documento encaminhado ao governador Ibaneis Rocha (MDB), a entidade solicita medidas enérgicas a curto e médio prazos para findar a onda de violência vivida por profissionais da saúde dentro das estruturas públicas locais.
A ideia é disponibilizar policiais militares treinados para assegurar a proteção não apenas dos servidores públicos, mas dos próprios pacientes e frequentadores das unidades de saúde. A proposta se assemelha ao Batalhão Escolar, criado em 1989 pela Polícia Militar (PMDF).
“Na saúde, especialmente nos locais de emergência e urgência, os servidores trabalham em um clima de constante pressão. A ideia apresentada ao GDF é de um batalhão treinado constantemente para assegurar o exercício da função pública do trabalhador da saúde, garantindo proteção dos pacientes e acompanhantes, bem como assegurar assertividade no fluxo de atendimento dos locais”, argumenta a presidente da entidade, Marli Rodrigues.
Para a sindicalista, a curto prazo, a reivindicação também poderá ser atendida com o aumento de postos de vigilância em hospitais, unidades básicas (UBS), postos e centros de saúde.
Onda de violência
No fim de setembro, um homem de 70 anos bateu no rosto de uma técnica de enfermagem na UBS nº1 de Vicente Pires. Apesar do ocorrido, o agressor está solto.
Em outro caso, no início do mês, um paciente ameaçou servidores e vigilante da UBS de Santa Maria após ser informado de que seu caso não poderia ser tratado naquela unidade.
Ainda no início de outubro, outra servidora foi agredida fisicamente e verbalmente no Centro de Atendimento Psicossocial (Caps). Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil (PCDF) e a vítima chegou a passar por exames no Instituto Médico Legal (IML).
“Não é justo que trabalhadores que dedicam suas vidas para a população sejam agredidos. Muitas vezes o servidor que está na ponta do atendimento sofre as consequências de problemas estruturais que não estão em sua responsabilidade, fatores sociais e particulares, ou ainda, são pressionados em decorrência da falta de informação dos pacientes sobre o fluxo de atendimento na rede pública. É preciso proteger os servidores”, sustentou Marli.