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Antes de exoneração, secretário do DF comprou R$ 6 milhões em armas

Geraldo Nugoli foi alvo de operação do MPDFT que investiga irregularidades em contratos da Secretaria de Administração Penitenciária do DF

atualizado

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Arthur Menescal / Especial para o Metrópoles
Seape 5
1 de 1 Seape 5 - Foto: Arthur Menescal / Especial para o Metrópoles

Antes de ter sido exonerado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), o ex-secretário de Administração Penitenciária do Distrito Federal Geraldo Nugoli havia autorizado a compra de 2,5 mil armas de fogo no valor total de R$ 6 milhões.

A confirmação da compra milionária foi publicada na edição desta sexta-feira (17/12) do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).

De acordo com o extrato do contrato, serão 2,5 mil armas de fogo de pequeno porte, tipo pistola, calibre 9x19mm, para atender a demanda da pasta.

O contrato foi assinado na terça-feira (14/12), dois dias antes da deflagração da Operação Maré Alta, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em conjunto com a Polícia Civil (PCDF). O órgão apura possíveis irregularidades no contrato da pasta.

Um deles é alvo de suspeita de superfaturamento no aluguel do prédio da nova sede do órgão para beneficiar o ex-vice-governador e empresário Paulo Octávio.

Veja fotos da operação
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Gaeco fez busca nos escritórios do empresário Paulo Octávio no Edifício Manhattan Plaza, Setor Hoteleiro Norte
Reginaldo Sardinha é um dos alvos da operação
Investigadores do MPDFT fazem operação em gabinete da CLDF
Gabinete-alvo foi do deputado distrital Reginaldo Sardinha
PCDF auxiliou na ação conduzida pelo MPDFT
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Gaeco e Decor fizeram buscas na CLDF

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Gaeco fez busca nos escritórios do empresário Paulo Octávio no Edifício Manhattan Plaza, Setor Hoteleiro Norte

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Reginaldo Sardinha é um dos alvos da operação

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Investigadores do MPDFT fazem operação em gabinete da CLDF

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Gabinete-alvo foi do deputado distrital Reginaldo Sardinha

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PCDF auxiliou na ação conduzida pelo MPDFT

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PCDF auxiliou na ação conduzida pelo MPDFT

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Desde 2014, a Seape vinha funcionando em um prédio alugado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA)

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A pasta pagava pouco mais de R$ 70 mil por mês para a empresa Infrasolo

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Em 20 de janeiro de 2021, no entanto, a secretaria instaurou um procedimento para mudar a sede do órgão

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As justificativas para deixar o prédio do SIA, conforme as investigações, foram a perspectiva de contratação de 400 novos servidores

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E a existência de problemas na infraestrutura do prédio, os quais indicariam que o imóvel era inadequado para o funcionamento da Seape

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As investigações, porém, constataram que as irregularidades não eram graves

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Inspeção

Nesta sexta-feira (17/12), a Controladoria-Geral (CGDF) fez uma devassa durante inspeção no endereço da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), no Setor Bancário Sul. Os auditores permaneceram no prédio por pelo menos duas horas.

A ação investiga o superfaturamento no aluguel da atual sede da Seape. Foram alvo da operação os agora ex-secretários da pasta Geraldo Nugoli e Agnaldo Curado, exonerados após o episódio, o deputado Reginaldo Sardinha (Avante) e o empresário Paulo Octávio.

A vistoria ocorreu após determinação do governador Ibaneis Rocha (MDB), que acolheu o despacho da Comissão Especial de Apuração de Supostas Irregularidades no contrato de aluguel da sede da secretaria e determinou a imediata instauração de procedimento para apurar as supostas irregularidades no prédio de propriedade do ex-vice-governador, localizado no Setor Bancário Sul.

O titular do Palácio do Buriti fixou o prazo de 48 horas para o cumprimento das medidas, com apresentação de relatório em, no máximo, cinco dias.

Determinações

Outra determinação de Ibaneis diz respeito à adoção de providências necessárias, como consta na Lei Complementar nº 840/2011, para apurar as infrações disciplinares de servidores públicos do DF, supostamente praticadas durante o procedimento da contratação do aluguel.

À Seape o despacho determina que seja adotada providências necessárias para a substituição do atual Executor do Contrato e designe comissão, constituída por três servidores estáveis, para figurar como executora do contrato de locação do imóvel em questão.

Investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apontam que o deputado é o “dono das decisões” na Seape, sendo responsável pelas indicações.

De acordo com o que foi apurado até agora, o deputado recomendou as nomeações do ex-secretário da pasta Agnaldo Curado, e do agora ex-chefe do órgão Geraldo Nugoli.

Provas apontam que Sardinha é o real autor das decisões mais importantes relacionadas à gestão da secretaria, o que indicaria seu envolvimento direto na determinação da escolha dos imóveis pertencentes a Paulo Octávio para uso da Seape, com pagamento de aluguéis superfaturados mesmo com graves problemas estruturais no edifício.

O outro lado

Em nota, o deputado Reginaldo Sardinha alegou que as denúncias apuradas pela Operação Maré Alta são “completamente infundadas”.

“Encontro-me tranquilo em relação às investigações e também me encontro à disposição da Polícia Civil e do Ministério Público do DF para quaisquer esclarecimentos. Com relação as inúmeras Fake News disseminadas ao meu respeito, já foram acionados advogados para que tomem as devidas providências jurídicas necessárias. Sobre o trabalho que realizamos no mandato, não tenho dúvidas, sempre com honestidade e responsabilidade. Continuaremos lutando com respeito à população do Distrito Federal”, disse o distrital.

Metrópoles também acionou a assessoria da Paulo Octávio, que respondeu, por meio de nota. Leia na íntegra:

A propósito dos fatos noticiados pela imprensa na manhã desta quarta-feira (15), a PAULOOCTAVIO informa que, atendendo a chamamento público aberto pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) para locação de imóvel, participou do referido certame, juntamente com várias outras empresas interessadas, tendo sido declarada vencedora do procedimento licitatório justamente por apresentar a melhor proposta.

Além disso, realizou investimentos em obras e adequações para atender às necessidades do órgão público, sem repasse deste custo. O preço ofertado foi também avaliado como adequado pela Terracap, antes mesmo da realização das benfeitorias pedidas pela Seape.

No bojo do procedimento de chamamento público, foi suficientemente demonstrada a necessidade do imóvel para o desempenho das atividades da Secretaria e a adequação do imóvel em relação ao projeto básico e à compatibilidade do preço com o valor de mercado.

Seguiremos à disposição e cooperando com as investigações, que certamente demonstrarão a inquestionável lisura do procedimento seguido pela empresa. A Secretaria de Administração Penitenciária não se manifestou”.

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