Advogado é excluído de webinar e acusa OAB-DF de perseguição eleitoral
Evandro Pertence se viabiliza para ser candidato da entidade local contra a atual direção da Seccional de Brasília da Ordem dos Advogados
atualizado
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Um advogado de Brasília acusa a atual direção da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) de retirá-lo da participação de um evento virtual por ser pré-candidato ao comando da entidade. A instituição nega (veja abaixo).
Evandro Pertence ingressou no debate sobre o Documentário Maria Luiza, a primeira mulher trans da Força Aérea Brasileira (FAB), ocorrido na última segunda-feira (17/5), quando foi comemorado o Dia de Combate à LGBTfobia.
Pertence foi um dos advogados responsáveis, por indicação da Comissão de Direitos Humanos da entidade, pela defesa da cabo da aeronáutica à época. O outro defensor foi Max Telesca, também presente no evento digital e quem convidou o colega para o debate. Contudo, ao entrar pelo link, Pertence foi excluído da área de participantes.
“Tive a oportunidade de conversar com meu colega e ele me informou que a Ordem dos Advogados do DF estava fazendo naquele dia um evento pra tratar do assunto que tinha virado filme. Imediatamente, eu me despus a participar, me apresentei e entrei no convite de zoom que Marcos Telesca havia me mandado. Eu tenho 30 anos de advocacia, 21 de atuação direta na Ordem dos Advogados como conselheiro. Pela primeira vez na minha vida, eu vi a exclusão de alguém de um fórum de debate da Ordem dos Advogados do Distrito Federal”, afirmou.
“Eu estava absolutamente legitimado pra participar daquele momento e não tenho hoje como não deixar de me indignar. E perceber que a vontade que tenho hoje de ser candidato à presidência da ordem tem todo o sentido, que essa não é a ordem que eu imagino. A ordem que eu imagino parte do plural e do debate. E o que fizeram ontem comigo foi um completo absurdo”, disse o advogado, que é filho do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence.
Procurada, a OAB-DF afirmou não ter bloqueado nem excluído o advogado da participação no evento por ser pré-candidato à presidência da Ordem. “O que aconteceu é que ele pediu a um dos participantes o link da palestra, obtendo um canal exclusivo apenas para quem já participaria, conforme a programação. Mas, sem antes, ter se dirigido à Seccional. Se tivesse solicitado devidamente à OAB-DF, seria incluído, com certeza”, informou a assessoria de imprensa da entidade.
Além de Telesca e de representantes da OAB-DF, a sala contava com a presença da própria Maria Luiza, de Marcelo Diaz – diretor do documentário – e das advogadas trans Maria Eduarda e Bianca Figueira, que foi militar da Marinha.
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