Índice Zara: Brasil é o 6º país com o preço de roupas mais caro
Os dados são do BTG Pactual, que faz um balanço anual do valor das peças da marca ao redor do mundo em comparação aos Estados Unidos
atualizado
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Conduzida pelo BTG Pactual, uma pesquisa anual revelou, em janeiro deste ano, que os preços das roupas da Zara no Brasil estão entre os mais elevados globalmente. De acordo com os dados, o custo no país está 3% mais alto em comparação aos Estados Unidos.
Vem entender!
Índice Zara
O Índice Zara aponta um aumento nos valores das roupas da varejista espanhola no Brasil do ano passado para cá, uma vez que a pesquisa de 2023 indicava uma diferença de apenas 1% em relação ao mercado norte-americano. Apesar desse acréscimo nos preços, o BTG destaca que o poder de compra dos brasileiros cresceu, com uma valorização de 9% do real frente ao dólar, o que tornou os produtos brasileiros 85% mais caros do que os produzidos nos Estados Unidos.
A pesquisa revela também que apenas cinco países apresentam preços mais altos do que os praticados no Brasil. A Suíça lidera o ranking, com preços 19% superiores aos do mercado norte-americano, seguida por Arábia Saudita (9%), Tailândia (7%), México (5%) e Equador (3%).
O estudo analisa os preços de 12 produtos da empresa nas lojas de 54 países. Mostra que, apesar de um cenário repleto de expectativas positivas para 2024, existe um debate no mercado sobre o poder do marketing contra a concorrência de varejistas estrangeiras como a Shein.
Comparativamente a outras marcas do mercado fashion, a Shein é reconhecida por praticar preços mais acessíveis. No entanto, o custo das roupas na plataforma é 70% mais alto no Brasil em relação aos preços nos Estados Unidos.
Analistas do BTG apontam que, mesmo com valores competitivos em relação à Zara, a Shein ainda enfrentará desafios semelhantes com a expansão da produção local, estabelecido como um dos principais compromissos da fast fashion chinesa no Brasil. Contudo, a rápida entrada no mercado e a abordagem eficaz de venda social permanecem como vantagens significativas nesse contexto.
Além disso, o relatório do banco brasileiro de investimentos destaca comparações de preços entre a Shein e os principais varejistas de moda no Brasil. A plataforma chinesa oferece preços 28% mais baixos que os praticados pela Renner, 31% menores que os da Riachuelo e 33% mais acessíveis que os da C&A, o que a torna líder da lista dos maiores varejistas de moda no país.
Relembre polêmicas das varejistas
Vale lembrar que as grandes varejistas já enfrentaram diversas polêmicas que colocam em destaque questões éticas e morais nas operações de cada uma. A Shein, por exemplo, foi recentemente alvo de investigação, que revelou condições precárias de trabalho de costureiros imigrantes. Em uma sala repleta de tecidos, eles ganhavam aproximadamente R$ 0,20 por peça, com jornadas extensas e apenas uma folga mensal.
Além de denúncias por exploração trabalhista, a Zara, por sua vez, esteve no centro das críticas no fim de 2023, após uma campanha publicitária controversa que, segundo internautas, banalizava o sofrimento dos palestinos. As imagens da linha Zara Atelier foram comparadas a fotos de ataques na Faixa de Gaza.
Os episódios citados evidenciam os desafios enfrentados pelas gigantes do varejo em questões que vão desde condições de trabalho até representações questionáveis em campanhas. As marcas agora se veem pressionadas a abordar e corrigir práticas defasadas, enquanto a sociedade demanda maior transparência e ética, porém, ainda consome desenfreadamente os produtos.