Zara anuncia que todas as coleções serão 100% sustentáveis até 2025
Pacote de medidas lançado nesta semana ainda prevê o uso de energia renovável em 80% dos estabelecimentos da marca
atualizado
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Após as denúncias de trabalho escravo, em 2011, e a queda da fábrica de tecidos em Bangladesh, em 2013, a Zara iniciou uma corrida contra o tempo para restabelecer sua imagem perante os clientes.
Como consequência, a empresa têxtil foi reconhecida como a mais sustentável pelo Índice de Sustentabilidade Dow Jones, entre 2016 e 2018, e terminou o último ano em 23º lugar no relatório de transparência do Fashion Revolution, tendo um resultado ainda mais animador na versão brasileira do documento. Por aqui, a rede de lojas ficou entre as três etiquetas mais corretas do país.
No entanto, a empresa espanhola quer ir mais longe. Durante sua reunião anual de acionistas, na última terça-feira (16/07/2019), a gigante do fast fashion anunciou um pacote de medidas que prevê várias ações voltadas ao meio ambiente.
Vem comigo saber como será a era eco-friendly da Zara!
De acordo com o ambicioso plano divulgado pelo grupo Inditex, que detém a rede de lojas, todas as coleções da marca serão feitas com tecidos 100% sustentáveis antes de 2025.
Além disso, até lá, 80% da energia consumida pelos estabelecimentos da empresa virão de fontes renováveis. As instalações deixarão de descartar resíduos e produtos químicos em locais inadequados, prática ainda comum nesse mercado, um dos mais poluentes do mundo.
A notícia veio junto ao anúncio de um novo CEO. O executivo Pablo Isla, que ocupava o cargo anteriormente, foi promovido a presidente-executivo do grupo Inditex, deixando a cadeira mais alta da Zara com Carlos Crespo, ex-diretor de Operações da label.
Durante a reunião de acionistas, Isla disse que a rede precisa ser um exemplo de mudança para todo o setor. “Somos nós que estabelecemos essas metas. A força e o impulso para a mudança vêm da equipe comercial e das pessoas que trabalham com nossos fornecedores. É algo que está acontecendo em nossas entranhas”, afirmou Pablo.
Embora a marca esteja em mais de 50 países graças ao crescente e-commerce, o presidente do grupo insistiu que ela não age como uma etiqueta de fast fashion.
“Nós operamos com um modelo diferente. Criamos nossos próprios padrões, trabalhamos com nossas próprias fábricas, mantemos baixos níveis de estoque e temos fornecedores locais”, defendeu.
Desde 2015, o Inditex adotou uma postura mais enfática em relação aos impactos ambientais gerados por suas marcas. Depois de instalar bancos de descarte de roupas em mais de 800 lojas, o conglomerado recolheu mais de 34 mil toneladas de peças usadas.
O serviço de descarte, que chega a buscar os produtos usados nas casas dos clientes, mostrou-se eficaz na Espanha, Pequim e Xangai, e será estendido para Londres, Paris e Nova York nos próximos meses. A iniciativa foi possível graças às parcerias fechadas com outras instituições, como a Cruz Vermelha, que redistribui as peças recolhidas às pessoas necessitadas.
A holding de Amancio Ortega ainda trabalha com o Massachusetts Institute of Technology em busca de formas viáveis de reciclagem de fibras.
Colaborou Danillo Costa