Walério Araújo conscientiza sobre doenças raras em desfile no SPFW N53
A marca integrou o cronograma de apresentações da semana de moda, nessa sexta-feira (3/6), com pacientes de hipertensão arterial pulmonar
atualizado
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A participação da marca homônima de Walério Araújo no São Paulo Fashion Week N53 ficou marcada pela conscientização sobre as doenças raras. O desfile presencial, que foi o encerramento dessa sexta-feira (3/6), aconteceu no Komplexo Tempo, localizado no bairro paulista Mooca. O estilista convidou pacientes de hipertensão arterial pulmonar (HAP) para usarem looks exibidos na passarela.
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Uma das inspirações para a coleção é a borboleta azul. O inseto representa a campanha A Vida Merece Um Fôlego, iniciativa da Janssen e da Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (Abraf).
“Criei a estampa a partir desse símbolo. Assim como os pacientes de HAP, essa espécie de borboleta é rara e representa a transformação e modelo de coragem que essas pessoas buscam todos os dias”, ressalta Walério Araújo em entrevista à coluna.
A médica Aniela Branco, líder de doenças raras na Janssen, destaca que a campanha A Vida Merece Um Fôlego é realizada há três anos consecutivos. “A iniciativa tem o objetivo de dar voz e visibilidade aos pacientes de hipertensão arterial pulmonar (HAP), além de disseminar conhecimento sobre a doença para contribuir com o diagnóstico precoce e busca pelo tratamento adequado”, comenta, também em entrevista à coluna.
“Trazer esse tema para o SPFW faz parte do nosso foco em inovar também na forma de conscientização. Queremos promover essa campanha educativa ampliando a visibilidade da HAP e agregando diversidade ao evento de moda”, completa a profissional de saúde.
A ideia do estilista é usar a moda como instrumento de mudança e conhecimento. “A minha carreira conta com um amplo repertório de causas e cases que quebraram paradigmas e trouxeram novos conceitos para a sociedade. É importante levantar essas pautas para mostrar que a moda pode ser inclusiva e palco de grandes transformações”, reconhece.
Também passaram pela catwalk do SPFW N53 modelos profissionais e artistas, como o cantor Xamã e a drag queen Aretuza Lovi. Entre as referências para os looks, também estão as feiras alternativas dos anos 90. Na passarela, paetê, vinil, plumas, tule e estampas chamaram a atenção. O compilado englobou a segunda edição da parceria de Walério Araújo com a label Laboissieire, de Flavia Camões.
Doenças raras
Cerca de 13 milhões de brasileiros têm diagnósticos de doenças raras, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), globalmente, 65 a cada 100 mil pessoas sofrem com algum tipo raro de enfermidade.
Na ciência, são conhecidas quase 8 mil doenças raras, das quais 80% são de origem genética. Elas costumam ser graves, crônicas e degenerativas. A primeira dificuldade enfrentada pelos pacientes é o diagnóstico correto, além da procura por tratamento adequado, que comumente incluem remédios de alto custo.
A médica Aniela Branco explica que a HAP é uma doença progressiva que atinge mais de 2,4 milhões de pessoas no mundo. “Por ser considerada uma doença rara, acaba sendo negligenciada, apesar de ter grande impacto na qualidade de vida dos pacientes”, conclui a representante da Jassen.
Colaborou Rebeca Ligabue