Volume máximo: conheça calça inflável criada por designer indiano
Feita de látex, a peça faz parte da coleção de conclusão de curso de Harikrishnan e está fazendo sucesso no Instagram
atualizado
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Como parte do projeto de conclusão do título de Master pela Faculdade de Moda de Londres (UAL, na sigla em inglês), o jovem estilista Harikrishnan apostou em uma linha masculina para se expressar e aplicar as habilidades que foram aprimoradas durante a nova especialização. Entre os itens, estão as calças infláveis que viralizaram no Instagram, em meio às semanas de moda que agitam o circuito fashion internacional.
Vem comigo!
O látex foi amplamente utilizado na semana de moda francesa, que chega ao fim nesta terça-feira (03/02/2020). O material marcou presença nas passarelas da Saint Laurent, Balenciaga, Balmain e Off-White. Na coleção de Harikrishnan, não foi diferente.
As peças criadas pelo designer têm proporções avantajadas nas pernas. O resultado é uma quebra do imaginário sobre a silhueta tradicional masculina. Os grandes volumes nas coxas e panturrilhas também proporcionam movimento.
A ideia para as formas exageradas veio à mente do estilista de 26 anos enquanto caminhava com seu pet. O passeio despretensioso com o cachorrinho Kai, da raça pug, resultou em questionamentos sobre proporções, distorções e perspectivas.
“Estava ciente de como a visão de um cão diferia em relação aos humanos, mas o aspecto interessante era o exagero de objetos vistos de um ângulo tão baixo, lembrando-me das imagens capturadas com lentes olho de peixe”, explicou Harikrishnan em entrevista para a ID magazine.
O estilista tentou imaginar como e o que o cãozinho estaria enxergando durante os passeios e brincadeiras. Inclusive, levantou a dúvida se o animal poderia ver o dono como uma figura gigante, muitas vezes sem cabeça. Essa incerteza fez o estilista reimaginar as pessoas ao redor. O resultado foram as silhuetas esteticamente desproporcionais.
Para quebrar o ar fetichista proporcionado pelo látex, o designer apostou em padrões de listras. Além disso, a cartela de cor foi além do convencional preto, começando pelo branco e o bege. O estudante também caminhou para tons pastéis de verde e laranja. Outro bloco lançou pigmentos intensos, como o verde militar e o vermelho.
As listras aparecem em versões largas na vertical das calças-balões. Em outros modelos das pants, uma linha grande na horizontal é acompanhada por outra, mais fina.
Outro ponto alto da linha é a alfaiataria. Para compor a coleção, os blazers desconstruíram a tradicional técnica de confecção têxtil da moda masculina. As peças apareceram em versão cropped, com mangas alongadas, golas pontudas e ombros estruturados. Bolsos frontais embutidos foram usados em todas as variações dos itens e os longos receberam aberturas laterais.
A coleção englobou, ainda, o artesanato. O trabalho manual em miçangas de madeira criou textura em regatas, shorts e calça de corte reto.
Criados a partir das contas em madeira, os produtos foram desenvolvidos em parceria com a comunidade GI TAGGED, do sul da Índia.
As miçangas são produzidas pelas artesãs indianas, e o processo é finalizado com polimento de cera de pinho e lacagem. A coleção entrega dimensões que vão além do normal, e o designer celebra os extremos da forma humana.
A colaboração com o grupo de artesãos entrega as origens do jovem estilista. Ele nasceu em Kerala, um dos estados do sul da Índia. A graduação em design de moda também foi concluída por lá, no Instituto Nacional de Tecnologia da Moda.
Colaborou Sabrina Pessoa