Virgil Abloh e oito artistas criam máscaras em apoio a museu de Los Angeles
Nomes como Yoko Ono e Pipilotti Rist se uniram à iniciativa, que angaria fundos para a instituição cultural afetada pela Covid-19
atualizado
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Nove artistas uniram esforços com o intuito de angariar fundos para o Museum of Contemporary Art of Los Angeles (Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles). Personalidades como o estilista Virgil Abloh e Yoko Ono criaram máscaras faciais limitadas para o projeto MOCA Masks, com toda a receita revertida para a instituição cultural. O museu fechou as portas em março, por causa da pandemia de Covid-19, e segue realizando apenas programações virtuais. Assim como várias outras instituições culturais, buscou uma forma de arrecadar dinheiro em meio à crise sanitária.
Vem comigo saber mais detalhes!
Máscaras artísticas
Na colaboração com o museu, cada artista deu seu próprio toque às máscaras. Muitas das artes, inclusive, são exclusivas para o projeto. Abloh, por exemplo, usou uma de suas assinaturas: palavras entre aspas. A máscara do estilista diz “Still Speaks Loudly” (ainda fala alto, em tradução livre). Possivelmente, uma alerta para que as pessoas evitem tirar a máscara do rosto para falar.
A musicista e artista plástica Yoko Ono fez uma espécie de quebra-cabeça com uma única peça colorida, que remete a um céu com nuvens. Enquanto isso, a artista visual Pipilotti Rist projetou a máscara Smart Yuji, com uma flor na frente de um rosto. O museu descreve o projeto como “o compromisso do museu em tornar a experiência da arte acessível e encorajar a urgência da expressão contemporânea”.
Outras opções chamativas são a da artista Catherine Opie, com a imagem de um bigode, e as flores azuis da The Andy Warhol Foundation. Barbara Kruger apostou na ironia, com um modelo bem direto que diz: “Melhor prevenir do que remediar”. As outras são mais discretas, como o degradê lilás de Alex Israel.
Os produtos podem ser usados diariamente, mas não são indicados para uso clínico. Trabalhados 100% em algodão, são confeccionados à mão pela à mão por Citizens of Humanity, em Los Angeles, e devem ser lavadas antes do primeiro uso (e depois de todos os outros). A lavagem é indicada com água e detergente, sem alvejantes, para evitar que desbotem. Os tamanhos são pensados para rostos variados.
A iniciativa
À Vogue US, o diretor do museu explicou detalhes da iniciativa. Tudo começou com um projeto que a instituição estava fazendo, que consistia em entrevistas com artistas para as redes sociais da instituição. Durante uma telefonema com o artista conceitual Hank Willis Thomas, que também fez um dos modelos de máscara, ele não conseguiu escutá-lo bem porque ele falava enquanto usava o acessório de proteção.
Depois, uma outra experiência curiosa influenciou na ideia. “Eu também repostei uma imagem de uma máscara da conta do MOCA no Instagram, e um de nossos administradores, Karyn Kohl, me mandou uma mensagem de texto dizendo: ‘Devemos fazer isso e eu vou apoiá-lo’. Então, [a ideia] veio parcialmente dos artistas, e em parte de Karyn”, destacou.
Além de as máscaras serem uma proteção individual e uma forma de ajudar o museu, Biesenbach disse à Vogue que elas devem servir como um lembrete para a importância da arte neste momento. Especialmente, como um ponto de fuga, de leveza e alegria.
“O que todos teriam feito durante aqueles meses de confinamento sem arte, filmes e literatura? Deveríamos nos conscientizar de que isso é algo que devemos considerar essencial, especialmente quando você pensa em educação e em trazer arte para as comunidades”, acrescentou o curador.
Situação dos museus
No fim de julho, uma pesquisa realizada pela American Alliance of Museums com 750 diretores de museus revelou que 1/3 deles pode fechar as portas definitivamente nos Estados Unidos. Isso se não houver uma ajuda a curto prazo do governo ou de doadores privados.
Enquanto a pandemia avança, as reservas financeiras dessas instituições estão chegando ao fim, e algumas delas podem sucumbir de vez. Por isso, ações como a coleção de máscaras do MOCA são tentativas de resistência durante esses tempos difíceis.
Fundado por artistas em 1979, o Museum of Contemporary Art of Los Angeles é dedicado à arte contemporânea, como o próprio nome diz, e tem um acervo com mais de sete mil peças de arte, introduzidas a partir de 1940. Com exposições, programações educacionais e publicações, o museu tem três instalações diferentes na cidade.
Cada máscara custa US$ 28, e são entregues, inclusive, no Brasil. Ao fazer o check-out das compras, é possível acrescentar um valor adicional de doação ao museu.
Colaborou Hebert Madeira