Vintage no tapete vermelho: peças antigas viram trend de celebridades
Famosas como Bella Hadid, Zendaya e Dua Lipa têm resgatado looks de coleções passadas para eventos de gala
atualizado
Compartilhar notícia
Os bailes de gala, como premiações com tapete vermelho e festas sofisticadas, reúnem celebridades de diferentes áreas, sobretudo do entretenimento e da moda. Os red carpets são como desfiles: atraem holofotes, análises de mídia especializada e comentários do público. “O que será usado por cada pessoa famosa convidada?” é a pergunta que antecede as aparições.
Nos últimos episódios da temporada de eventos internacionais, uma tendência foi percebida: fashionistas têm apostado cada vez mais em looks com pegada vintage. Famosas como Zendaya, Dua Lipa e Bella Hadid resgatam peças de coleções passadas de marcas de luxo. Vem saber mais!
Uma das adeptas do vintage no tapete vermelho, Bella Hadid já elegeu peças antigas para diferentes momentos. Recentemente, no 75º Festival de Cannes, a top model Bella Hadid desfilou no tapete vermelho usando diferentes modelitos clássicos.
Um deles foi um vestido preto, com direito a laço maximalista, lançado em 1987 pela Versace. Outra aposta foi um visual branco da Gucci, com recorte lateral, da coleção de outono/inverno 1996, criado por Tom Ford.
Anteriormente, em 2021, durante a 74ª edição do festival de cinema, ela riscou o red carpet com um look da grife Jean Paul Gaultier, da coleção de primavera/verão 2002. O vestido era branco com detalhes em tule preto, tanto no decote com tiras transpassadas quanto na longa cauda.
Em novembro do ano passado, a brasileira Anitta foi premiada como Melhor Artista Latina no American Music Awards (AMA). Na cerimônia, um dos looks escolhidos por ela foi do outono/inverno 1980 do estilista japonês Issey Miyake. A composição tinha saia branca longa com cauda e corset metalizado.
Entre as personalidades da geração Z que curtem o estilo vintage, está Zendaya. Para comparecer ao evento que celebrou a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, a atriz elencou um vestido com blocos em tons de azul, do outono/inverno 1998 by Bob Mackie.
Olivia Rodrigo também aprova a tendência. No Movie & TV Awards 2022, ela vestiu uma produção, com toque corset, da década de 1990 e de autoria de Jean Paul Gaultier. Já Emma Chamberlain, para a cerimônia de abertura do Festival de Cinema de Veneza 2022, escolheu um item vermelho, da Valentino, de outono/inverno 2007.
Um evento marcante que reuniu visuais vintage foi o Grammy 2022. A 64ª edição da principal premiação da indústria musical aconteceu em abril. Para a ocasião, Dua Lipa elegeu um vestido preto, com direito a correntes e fivelas douradas, da coleção de outono/inverno 1992 da Versace, desenhado pelo próprio fundador da grife, Gianni.
Quem também optou por um vestido de coleção antiga foi a atriz Laverne Cox. Ela usou uma peça desenvolvida pelo estilista John Galliano para a temporada de inverno 2007. Na cerimônia, a cantora SZA surgiu com uma produção acinturada e repleta de adornos de flores. A peça foi lançada na primavera/verão 2006 by Jean Paul Gaultier.
Um dos assuntos mais comentados de 2022 também veio de uma peça vintage: Kim Kardashian no Met Gala 2022. Ela “causou” com o vestido original que Marilyn Monroe usou no aniversário do presidente John F. Kennedy, em 1962, criado pelo designer e figurinista Bob Mackie. Para caber em um dos visuais mais icônicos da história, ela emagreceu, a partir de uma dieta restritiva. Gerou polêmica e até danificou o modelito.
Para além da polêmica, o vintage ficou em alta, em geral, no tapete vermelho do Met Gala 2022, em maio. A modelo Emily Ratajkowski, por exemplo, apareceu com um vestido criado por Gianni Versace para a temporada de primavera/verão 1992. O outfit supercolorido tinha top com pedras e saia ampla de seda.
Amber Valletta também entrou na onda: optou por um vestido dourado, dos anos 1980, da Azzaro. Já Adut Akech se destacou com um outfit verde da etiqueta Christian Lacroix, do outono/inverno 2003.
Como uma peça vintage vai parar no tapete vermelho atualmente
Em alguns casos, assim como ocorre com outfits de coleções novas, os stylists e as equipes de famosos pegam peças vintage emprestadas diretamente das marcas. Em outros, raros, os looks são de acervo pessoal. Contudo, na maioria das vezes, esses visuais antigos são rastreados, comprados e restaurados por revendedores de antiguidades.
O negócio consiste em comprar e vender itens extremamente raros, um processo que envolve tempo, despesas e persistência, como disse Johnny Valencia, proprietário da Pechuga Vintage, ao The Cut. “Os negociantes vintage são um tipo especial de ‘raça’. Você tem que ser obsessivo”, definiu.
Ao longo dos anos, muitas peças de outras décadas foram perdidas ou arruinadas, devido ao mau armazenamento ou cuidado inadequado. Em entrevista à Vogue britânica, Cherie Balch, da Shrimpton Couture, explicou que foi apenas recentemente que as pessoas passaram a valorizar o vintage. “A produção em massa nos anos 1960 era de algumas centenas de vestidos, não milhões como agora”, apontou.
Além disso, muitas vezes, as roupas escolhidas por celebridades para eventos e aparições públicas são uma espécie de publicidade. “As pessoas agem como embaixadoras de uma marca e são pagas para usá-la”, destacou Balch. “Recém-saído da passarela sempre será atraente para a maioria, e é divertido ver as coisas interpretadas primeiro”, acrescentou. O que define mesmo o jogo é a preferência da própria celebridade ou dos stylists envolvidos.