Vik Muniz colabora com a Louis Vuitton em coleção da Artycapucines
A grife francesa convidou seis artistas para customizarem a it bag Capucines e o brasileiro está entre os selecionados
atualizado
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Quando moda e arte se juntam, normalmente, o resultado é de encher os olhos. Apresentando ao público verdadeiras obras-primas, a Louis Vuitton convidou seis artistas, entre eles o brasileiro Vik Muniz, para customizarem a it bag Capucines, sucesso de vendas da marca. As interpretações criadas por eles foram produzidas para uma edição limitada de apenas 200 peças e serão comercializadas em lojas da grife no final de outubro.
Vem conferir essa novidade!
Acessórios de arte
Esta é a terceira coleção da iniciativa Artycapucines, que já serviu como tela para mais de uma dúzia de artistas. Confirmando a capacidade da bolsa clássica de inspirar criatividade, os designers fazem uma verdadeira metamorfose nas peças, unindo-as aos padrões pelos quais são conhecidos.
Com a iniciativa, a ideia da marca é unir os mundos da moda e da arte. “Esses itens são atraentes tanto para os fãs da Capucines que amam arte quanto para os colecionadores que amam a ideia de ter uma obra de arte feita em um objeto tão único”, pontuou Delphine Arnault, vice-presidente executiva da marca, ao site WWD.
Arnault explicou que os artistas e a label mantiveram um objetivo comum na concepção do projeto: criar algo especial que combinasse o universo e a criatividade deles com o excepcional savoir faire da marca. “Alguns deles vieram com rascunhos, outros visitaram nossos ateliês como um ponto de partida mas, no final do dia, o processo criativo dependeu unicamente do ponto de vista de cada um deles e da mensagem que desejavam transmitir.”
Buscando exclusividade, os clientes da grife são verdadeiros colecionadores dos itens. Os resultados das edições anteriores da Artycapucines ilustram a preferência: em 2019 e 2020, ainda na pré-venda, algumas das bolsas já estavam esgotadas antes mesmo de irem para o lançamento nas lojas.
Modelos únicos
Cada designer imprimiu na bolsa a sua visão sobre a grife e somou referências de trabalhos anteriores. Inspirado em sua série Quasi Tutto 2019, com arranjos delicados de pequenos e frágeis objetos de papel recortados, a Capucines tamanho BB, do artista brasileiro Vik Muniz, encanta pela alegria inspiradora, belas camadas textuais e efeitos trompe l’oeil exuberantes. Os 154 ícones que aparecem em cada bolsa – de um bule de chá a um abacaxi, de um elefante à flor do Monogram da Louis Vuitton – foram posicionados aleatoriamente sobre o couro branco.
A bolsa de Gregor Hildebrandt é uma vitrine, tanto por seu amor por discos de vinil quanto por sua emblemática técnica “rip-off”. A assinatura LV da bolsa é feita em metal preto incrustado com discos de vinil reais, enquanto a base da bolsa e a alça fina são feitas com couro envernizado texturizado, lembrando o brilho escuro das fitas VHS que Hildebrandt costuma usar em seu trabalho.
Donna Huanca baseia-se em Cara de Fuego e Muyal Jol, duas obras que continuam a pesquisa da artista sobre a interação da pintura com o corpo feminino. O bordado da bolsa foi cuidadosamente pintado à mão para lembrar os efeitos de camadas das pinceladas originais de Huanca, trazendo uma profundidade de textura ainda maior para o jogo intrincado com azul e branco, cores centrais em seu processo criativo.
A deslumbrante bag de Huang Yuxing é baseada em uma versão especialmente reformulada de sua pintura de 2019, The Colossus Hidden Deep in the Hills. O contorno da paisagem estilizada dessa nova imagem foi estampado em couro branco-acinzentado primeiro e, em seguida, bordado com fios cinza para adicionar perspectiva. As montanhas em formato de arco-íris que cruzam o primeiro plano foram criadas com diferentes profundidades de bordado de ponto russo para adicionar textura e uma sensação tangível de movimento ao modelo.
Inspirada em seu trabalho de 2007, One Cup of Cappuccino Then I Go, a Capucines de Paola Pivi é uma obra-prima de marchetaria em couro, complexa e trabalhosa. O leopardo foi bordado primeiro em couro liso e então estampado para criar a aparência e a textura de pele. Cada parte restante da imagem foi inserida na estrutura de couro da bolsa separadamente, incluindo as mais de 30 xícaras e pires em couro envernizado e os topos espumosos dos cappuccinos.
Perfeitamente sensorial, a peça de Zeng Fanzhi é baseada em uma de suas reinterpretações impressionantes de um autorretrato de Van Gogh. O complexo processo de transferência dessa imagem vívida e altamente pictórica para a superfície de couro da bolsa começou com um padrão – que sozinho levou 10 dias para ser concluído por três artesãos altamente qualificados – de modo que uma ampla variedade de técnicas de bordado, incluindo ponto russo em fios de chenille, pudessem ser empregados.
It bag
Lançada em 2013, a Capucines já se tornou um dos clássicos da Louis Vuitton. Seu nome foi uma homenagem à Rue des Capucines, endereço em Paris onde a marca abriu sua primeira loja, em 1854, e rapidamente conquistou inúmeros admiradores com o seu estilo sofisticado sem esforço.
A bolsa de luxo representa os códigos da maison. O design elegante não indica complexidade, reforçando a característica icônica e atemporal da marca que, a cada temporada propõe novas interpretações, com variedades de cores e materiais. O modelo está disponível em quatro tamanhos diferentes: Mini, BB, PM e MM.
O conceito de colaborações artísticas começou com a paixão de Gaston Louis Vuitton, neto de Louis Vuitton, por arte, que deixou um legado forte para as primeiras collabs da marca. A primeira parceria artística em bolsas foi entre Marc Jacobs e Stephen Sprouse, em 2001. Antes disso, em 1996, para o centenário do Monograma, seis estilistas – Azzedine Alaïa, Romeo Gigli, Helmut Lang, Isaac Mizrahi, Sybilla e Vivienne Westwood – desenharam peças únicas usando o emblemático monograma.
Colaborou Marcella Freitas