Victoria’s Secret: grife americana de lingeries segue em crise
Leslie Wexner, presidente-executiva da L Brands, anunciou que a empresa trabalha em um novo tipo de evento, diferente do famoso desfile
atualizado
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Os últimos meses foram difíceis para a Victoria’s Secret, mas, pelo visto, o declínio da etiqueta de lingeries está longe do fim. Depois de registrar uma queda brusca nas vendas do último trimestre de 2018 e anunciar o fechamento de 53 lojas para este ano, a empresa considera cancelar a transmissão de seu show anual na TV.
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Enquanto a moda caminha para a inclusão, a Victoria’s Secret, conhecida por suas angels esbeltas e magérrimas, parece não acompanhar a evolução do mercado. Em novembro do ano passado, o diretor de marketing da empresa, Ed Razek, deu uma entrevista desastrosa e problemática para o site da Vogue, onde expressou uma certa intolerância às modelos plus size e pessoas trans.
A declaração incendiou ainda mais o ânimo dos consumidores, que há meses exigiam mais diversidade nos desfiles e peças publicitárias da label, e culminou na renúncia de Jan Singer, o executivo-chefe da companhia, que ocupava o cargo há dois anos. Após a saída do dirigente, esperava-se que alguma mudança fosse feita nas entranhas da marca, mas o contrário aconteceu.
Mesmo anunciando o fechamento de dezenas de pontos físicos, com um prejuízo considerável nos rendimentos do último trimestre de 2018 e uma perda de 1,7 milhão de expectadores no último Victoria’s Secret Fashion Show, a empresa apresentou Barbara Palvin e Alexina Graham como angels, apenas enfatizando o estereótipo trabalhado pela marca desde sua criação.
Eis que na semana passada, a presidente-executiva da L Brands, holding que detém a etiqueta, anunciou que, depois de quase duas décadas, o icônico desfile da label não vai mais ao ar na televisão.
Segundo o The New York Times, a gigante do underwear irá apostar em um novo tipo de marketing. “Decidimos repensar o tradicional Victoria’s Secret Fashion Show. Olhando para frente, não acreditamos que a televisão seja a opção certa. Estamos pensando em um novo tipo de evento”, disse Leslie, sem dar mais detalhes sobre o assunto.
Em qualquer lugar do mundo, a máxima que norteia o comércio é “o cliente tem sempre razão”, contudo, a Victoria’s Secret decidiu tapar os ouvidos ao clamor do consumidor moderno.
A etiqueta das angels ainda lidera a participação no mercado americano, com mais de 24% das vendas, mas sua fatia do bolo diminui a cada mês, ao passo que marcas recém-lançadas crescem a galope. Pesquisas apontam um crescimento de US$ 20 bilhões no segmento até 2024. Exemplo disso é o sucesso da Savage X Fenty: a label lançada recentemente por Rihanna oferece lingerie para todos os shapes e idades. Mas se a empresa não der o braço a torcer, dificilmente, sobreviverá até lá.
Colaborou Danillo Costa