Victoria’s Secret deve rescisão milionária a funcionários demitidos
Uma das fornecedoras da grife encerrou as atividades durante a pandemia. Organizações trabalhistas lutam por salários pendentes
atualizado
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Grandes etiquetas de moda íntima, como a Victoria’s Secret, Torrid e Lane Bryant, produziam peças das coleções na fábrica Brilliant Alliance Thai Global Ltd (BAT), localizada na Tailândia, no sudeste da Ásia. A confecção, entretanto, encerrou as atividades em março de 2021 e demitiu todos os funcionários. De lá para cá, grupos trabalhistas lançaram a campanha #PayYourWorkers (Pague Seus Trabalhadores, em tradução livre), cobrando as marcas de moda a pagar os salários e as rescisões trabalhistas exigidas pelo governo tailandês.
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Ao fechar as portas da fábrica no ano passado, a Brilliant Alliance demitiu todos os 1.388 funcionários, sem aviso prévio. A empresa também se negou a pagar os US$ 8,5 milhões em indenizações, segundo o Worker Rights Consortium (WRC), organização norte-americana independente que zela pelos direitos trabalhistas.
De acordo com o WRC, muitos dos trabalhadores dispensados costuram lingeries para a Victoria’s Secret há cerca de 15 anos. No entanto, nenhuma das marcas que eram clientes da confecção se posicionaram. Após protestos dos ex-funcionários, o governo tailandês ordenou que a empresa pagasse a indenização integralmente, no prazo de 30 dias após o fechamento, conforme exige a lei.
Em média, a empresa deve a cada trabalhador US$ 6.500, o equivalente a mais de dois anos de salário para um funcionário na indústria do vestuário tailandês. De olho nas cobranças, o site Victoria’s Dirty Secret (Segredo Sujo da Victoria) foi criado. A plataforma presta informações sobre o caso e incentiva o público a cobrar das etiquetas de moda uma resposta e a rescisão integral dos pagamentos.
Por meio de um cadastro, os internautas podem enviar cartas à VS. De acordo com as contagens da plataforma digital, mais de 47 mil mensagens já foram enviadas pelo site. A iniciativa é hospedada na plataforma #PayYourWorkers, que também revela outras marcas com salários inadimplentes durante a pandemia da Covid-19. Entre as labels destacadas, também estão a Nike e a Matalan.
Os trabalhadores continuam lutando pelas indenizações que lhes são devidas, apoiados por seu sindicato e ativistas de todo o mundo, para remediar os pagamentos. Segundo o posicionamento do site, a campanha pede para que as marcas assinem um acordo vinculativo e criem um fundo para garantir que os trabalhadores do setor nunca mais sejam desfalcados dos valores legais quando as fábricas fecharem.
Victoria’s Secret
Além da crise econômica, nos últimos anos, a Victoria’s Secret sofreu fortes críticas por não expressar uma diversidade no casting de modelos. Diante das polêmicas, a grife norte-americana anunciou algumas reestruturações. Entre elas, o fechamento de 53 lojas e a suspensão de um desfile em 2019. Sem falar em fatores como quedas de vendas, a forte concorrência e as críticas recorrentes sobre o padrão de beleza sugerido pela label.
Após a venda da marca, a Victoria’s Secret & Co. fez outra movimentação no mercado da moda. A empresa adquiriu a participação minoritária na etiqueta de moda praia Frankies Bikinis. A brand californiana foi lançada em 2012 pela modelo Francesca Aiello.
Em comunicado, o CEO da Victoria’s Secret, Martin Waters, afirmou: “Estamos empolgados com a parceria com Francesca e a equipe da Frankies Bikinis. Ela criou uma marca de moda praia aspiracional e líder de tendências na categoria de moda praia, com espaço para crescer e se estender a novas categorias e atrair novos clientes”.
Para outras dicas e novidades sobre o mundo da moda, siga @colunailcamariaestevao no Instagram. Até a próxima!
Colaborou Sabrina Pessoa