Veja os destaques de Patrícia Viera, Lilly Sarti e Bobstore no SPFWN47
Artistas brasileiros e tropicalismo inspiram as coleções de primavera/verão 2020 apresentadas nessa terça-feira (23/04/2019)
atualizado
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O São Paulo Fashion Week N47 teve um lineup bem movimentado nessa terça-feira (23/04/2019). Grifes veteranas, como Patrícia Viera e Lilly Sarti, além da Bobstore, que estreou na edição anterior, apresentaram suas novidades para a primavera/verão 2020.
Inspirações em artistas brasileiros, tropicalismo e, até, o reaproveitamento de materiais são algumas novidades que as marcas trazem para esta temporada. O resultado rendeu criações modernas, fluidas e bem-coloridas, com direito a detalhes artesanais – do crochê às aplicações de couro.
Vem comigo saber os detalhes!
Patrícia Viera
Intitulada Brasil Mata Atlântica, a coleção Verão 2020 de Patrícia Viera surge com um conceito de reaproveitamento e menos desperdício na indústria. A estilista reutilizou sobras de materiais, em busca de uma produção mais consciente.
“A indústria da moda é muito responsável pelo desperdício e por essa loucura que atinge o meio ambiente. Há algum tempo, eu venho ficando incomodada”, destacou Patrícia Viera. “Comecei a olhar meus escaninhos e vi que eu faço parte desse todo, me deparei com um armário inteiro de botões e zíperes que eu não conseguiria usar em outras coleções e me senti no lado mau”, completou.
Patrícia Viera se inspirou na arte Naïf, um estilo que não acompanha as regras tradicionais de representação de imagens. Uma das referências foi o trabalho do carioca Heitor dos Prazeres, pintor que misturava cores com elementos musicais e de dança.
A paleta de cores teve influência nas pinturas de Susan Wick. As peças da coleção surgem nos tons das obras da artista. Entre eles, branco-gelo, canela, verde, rosa, amarelo, vermelho e azul claro.
Com shapes dos anos 1950, Patrícia Viera apresenta vestidos com couro cortado a laser e diversas aplicações. Ela mistura diferentes materiais para criar texturas nas peças, que ganham detalhes florais, brilho e animal print.
O beauty artist Max Weber contou à coluna que a beleza foi pensada para uma mulher forte e dona de si. A maquiagem estava bem-iluminada em tons metalizados que vão do marrom ao bege. A boca vermelha representou essa força feminina, enquanto o batom rosa-bebê deu um contraste ao imaginário proposto.
Segundo ele, toda a composição teve como referência o efeito da luz no rosto das modelos. “Hoje, eu uso aspectos que se destacam naquela luz da passarela e nas formas do rosto que podemos salientar, sempre prezando pela naturalidade”, disse. Para os penteados, elegeu cabelos com um ar natural e uma dose de anos 1960.
Lilly Sarti
Para a primavera/verão 2020, as irmãs Lilly e Renata Sarti buscaram inspiração nas transformações do mundo globalizado, onde desapegar, transformar e renascer se tornaram sinônimos da conexão íntima da mulher moderna com sua espiritualidade.
Em uma coleção norteada pelo natural, dos tecidos às técnicas usadas, as designers mostraram estar atentas às transformações vividas pela moda da era #MeToo, com silhuetas que exibem suavemente as formas femininas e evidenciam o novo sex appeal que toma as passarelas internacionais.
O handmade, muito valorizado no novo trabalho da marca, aparece em crochês, macramês de fita e bordados pontuais, que contrastam com a leveza dos materiais: jacquard de organza, seda pura, gazar, crepe e linho. Para completar as texturas, drapeados, pedrarias e babados estratégicos nos ombros.
Nos detalhes, bolas de madeira finalizaram decotes, sandálias e brincos. Entre as cores, os neutros ganharam vida por meio dos tons quentes, que surgiram em looks monocromáticos, e variações de verde.
Mais uma vez, a dupla responsável pela Lilly Sarti apresentou uma moda urbana e contemporânea, repleta de informação, ideal para a mulher cosmopolita que consome as criações da etiqueta.
O responsável pela beleza foi Daniel Hernadez. Os olhos das modelos receberam delineados exagerados e a pele, bastante cobertura. Os cabelos estavam soltos com ondas frescas.
Bobstore
A coleção Verão 2020 da Bobstore une o tropicalismo a uma vibe anos 1980. André Boffano, pela primeira vez sozinho à frente da direção criativa da marca, apostou em peças contemporâneas, com destaque para recortes ousados e transparência.
A pegada sporty aparece em modelos que remetem ao esqui e outros esportes de inverno. Para completar, jaquetas descoladas e casuais. Os itens também incluem modelagens volumosas e shapes modernos. Destaque para a assimetria de algumas peças e as franjas que compõem diferentes combinações.
Na cartela de cores, o estilista não economizou. A inspiração veio de artistas brasileiros que usam elementos da natureza em suas obras. Entre eles, estão Bruno Novelli, especialista em pinturas, desenhos e trabalhos digitais, e também a pintora Tatiana Clauzet. O resultado são nuances fortes de verde, roxo e laranja, mesclados a tons marcantes de bege, azul, lilás e amarelo.
Para a beleza da Bobstore, Daniel Hernandez apostou em uma vibe mais intensa. Nos olhos, sombras enérgicas com tons de laranja. Além disso, o iluminador fez toda a diferença em contraste com as luzes da passarela.
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Colaboraram Hebert Madeira, Danillo Costa e Rebeca Ligabue