Veja as últimas novidades de outono/inverno 2021 do Paris Fashion Week
Apresentações digitais de grifes como Schiaparelli, Givenchy, Dior, Balmain e Chanel marcaram a segunda metade do evento
atualizado
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A programação de outono/inverno 2021 do Paris Fashion Week dedicada às coleções femininas chegou ao fim nessa quarta-feira (10/3). Como normalmente ocorre, a Louis Vuitton encerrou o calendário oficial do evento, realizado de maneira exclusivamente digital por causa da pandemia de Covid-19. No último domingo (7/3), a coluna mostrou os destaques da primeira metade do PFW. Agora, traz as apostas de grifes renomadas como Schiaparelli, Dior, Balmain e Chanel, incluindo o primeiro desfile realizado por Matthew M. Williams para a Givenchy.
Vem comigo!
Givenchy
Sofisticação, silhuetas ousadas, texturas e tons escuros marcam a segunda grande coleção de Matthew M. Williams para a Givenchy. Nesta temporada, o estilista fez, também, seu primeiro desfile como diretor criativo da grife francesa, gravado em uma arena de Paris. O compilado, estilo coed (com peças femininas e masculinas juntas), reúne a estética industrial de Williams com o glamour fetichista da label.
A alfaiataria estruturada e noturna oferece as peças mais discretas da coleção. Mesmo nas roupas diurnas, o designer explora silhuetas gráficas e volumosas, com ombros e lapelas marcadas, sem falar nos casacos de couro acolchoados e nas camadas.
As sobreposições deram um ar moderno e urbano aos looks. Williams volta a apostar em tecidos transparentes com aplicações metálicas e um forte trabalho com acessórios. Destaque para as luvas de faux fur e as garrafas d’água de luxo, bem como os sapatos futuristas e minimalistas.
Schiaparelli
Se tem alguém que sabe traduzir os códigos surrealistas da Schiaparelli com modernidade, este é Daniel Roseberry, diretor criativo da grife francesa desde 2019. Apesar de ter alguma silhueta mais extravagante aqui ou ali, as peças da nova coleção são comerciais o suficiente para emplacar no street style.
Em contrapartida, Roseberry caprichou na ousadia dos detalhes, trabalhados em dourado. O designer criou botões, óculos, cintos e acessórios de cabeça com formas lúdicas e anatômicas, incluindo cadeados, flores e orelhas. Porém, são as silhuetas em formato de seios que roubam a cena, em bolsas e tops. A pomba dourada do vestido de Lady Gaga na posse de Joe Biden aparece como broche ou estampa.
Dior
O novo desfile da Dior foi gravado no Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes. Para isso, o espaço foi decorado com espelhos encerados e decorados com espinhos, criação da artista italiana Silvia Giambrone para abordar a relação entre as mulheres e o próprio reflexo. As cores do cenário e das roupas são predominantemente escuras.
A coleção, criada por Maria Grazia Chiuri, é inspirada nas versões originais (e mais sombrias) dos contos de fada, sem deixar de lado a pegada pragmática e comercial da designer italiana. Capuzes remetem à personagem Chapeuzinho Vermelho, enquanto vestidos com alças caídas e mangas bufantes se assemelham aos longos de princesas como Cinderela e Bela. Looks com pegada colegial, como as combinações de vestidos pretos e camisas, lembram diretamente a Alice de Lewis Carroll.
Balmain
As grandes viagens de Pierre Balmain após a Segunda Guerra Mundial, com passagens por Estados Unidos, Inglaterra e Austrália, são o ponto de partida de Olivier Rousteing para o outono/inverno 2021 da grife francesa. Desta vez, roupas, calçados e acessórios desembarcam com um ar bem jet-setter.
Para filmar e fotografar as peças, a Balmain escolheu um avião Air France 777 e um hangar do Aeroporto Charles de Gaulle. Entre vestidos de festa, conjuntos de alfaiataria e peças com um ar mais street, Rousteing traz detalhes que formam silhuetas e texturas.
Entre as bolsas, há modelos que imitam as formas de bagagens de mão, bússolas e até almofadas de pescoço. Em várias produções, os casacos e macacões roubam a cena. O neon verde, laranja e rosa se destaca entre as cores, assim como os tecidos metálicos em dourado e prateado.
Chanel
Nesta temporada, a Chanel trocou seu tradicional endereço de desfiles, o Grand Palais (que está fechado para reforma), por um show gravado no clube noturno Chez Castel. Virginie Viard, diretora criativa da grife, traz referências aos esportes de inverno, em especial o esqui, que inspira macacões, casacos e botas.
Casacos longos de tweed cobrem conjuntos de saia e top cropped, além de combinações com hot pants, que deixam boa parte das pernas à mostra. As fendas também são um destaque, especialmente no look que revela uma cinta- liga incrustada de cristais.
As calças têm cintura alta e modelagens soltas. Pele falsa acrescenta uma textura invernal a casacos, coletes, tailleurs e botas. Seguindo a tendência das microbags, a grife aposta em vários porta-batons como colares. O estilo de Stella Tennant, modelo ícone da Chanel que morreu em dezembro, também foi uma das inspirações.
Louis Vuitton
Nicolas Ghesquière deixou os moletons da quarentena de lado e se jogou na criatividade no outono/inverno 2021 da Louis Vuitton. O desfile da grife encerrou a Semana de Moda de Paris, realizado na ala Denon, do Museu do Louvre, com o hit Around The World, do Daft Punk, na trilha sonora. Durante o show gravado, as modelos cruzavam estátuas trajando peças que têm tudo a ver com a estética retrofuturista e sci-fi do estilista.
Parte da inspiração de Ghesquière veio de representações da feminilidade, como Diana, Minerva e Vênus. O resultado surge na forma de casacos exagerados, saias com ondulações assimétricas em tule e outros tecidos, botas estilo slouchy e estampas artísticas e supermodernas. Entre elas, artes do italiano Piero Fornasetti (1913-1988). As sobreposições de peças não deixam a desejar.
Vale destacar que esta edição do Paris Fashion Week teve várias ausências marcantes, incluindo Balenciaga, Celine, Alexander McQueen e a Saint Laurent, que decidiu apresentar suas novas coleções em um calendário próprio. Outras grifes, como Olivier Theyskens e Mugler, devem exibir suas novidades no fim deste mês, segundo o WWD.
Colaborou Hebert Madeira