Varejista russa Kalyaev fechará confecção de peles de animais
A varejista anunciou o fechamento devido a uma queda nas vendas. Grifes têm banido o uso de peles por uma moda mais consciente
atualizado
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O uso de casacos com pelagens de animais ultrapassou a finalidade da proteção contra baixas temperaturas e ganhou símbolo de status de luxo no século 19. Entretanto, nos últimos anos, esse comportamento começou a ser afastado das passarelas da moda, mediante a pressão de grupos defensores de animais. Enquanto as grifes banem o uso da matéria-prima animal, a varejista russa Kalyaev está fechando as portas das confecções devido ao declínio nas vendas, segundo o portal Business of Fashion (BoF).
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O comércio de peles na Rússia diminuiu significativamente nos últimos anos. Como resultado da queda na escoação dos produtos, a Kalyaev anunciou que fechará a fábrica própria e irá comercializar o estoque dos itens de luxo restantes e produtos de parceiros que preenchem as araras das 20 lojas físicas localizadas nas cidades russas de Moscou, Kazan e São Petersburgo.
“Nos últimos dois anos, o mundo mudou tremendamente. Algumas dessas mudanças não são agradáveis para o nosso negócio. Muitas empresas de alta moda começaram a se recusar a usar peles naturais em seus produtos. Isso levou a uma onda de abandono generalizado do cultivo e venda de peles cruas em todo o mundo”, diz o comunicado.
A multimarcas ganhou reconhecimento mundial devido aos preços mais acessíveis dos produtos. No portfólio, peças de vestuário e acessórios são confeccionados em peles de visons, raposas e linces, por exemplo.
Enquanto o comércio de peles é criticado por defensores de animais, clientes também cobram alternativas sintéticas das grandes labels. Na Rússia, um relatório do Honest Sign, índice nacional de rastreabilidade do país, destaca que as vendas de casacos de pele no país vêm caindo nos últimos anos.
Segundo o documento, o outono costuma ser o período de grande movimentação no comércio de peles. Contudo, em 2021, a indústria teve queda de 10% nas vendas. Ao comparar com os números pré-pandemia, o setor caiu cerca de 90%, no ano passado.
Segundo o BoF, uma razão adicional, afirmada por alguns especialistas, é a mudança climática que afeta os invernos anteriormente mais frios da Rússia. O resultado é um clima mais ameno.
Por outra razão, a indústria da moda tem optado por inciativas mais conscientes. Entre as grandes labels que já cortaram as peles animais de suas coleções, estão Gucci, Saint Laurent, Bottega Veneta, Balenciaga, Alexander McQueen, Diane von Furstenberg, Chanel, Ralph Lauren, Coach, Jean-Paul Gaultier e Prada.
Colaborou Sabrina Pessoa