Valentino homenageia street style japonês em coleção de pre-fall
Desfile aconteceu em Tóquio e, pela primeira vez, uniu criações masculinas e femininas da marca na mesma passarela
atualizado
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Para o seu primeiro desfile pre-fall, realizado nessa terça (27/11), a Valentino apostou na união do DNA da marca com a cultura japonesa, mas de uma maneira inusitada. O diretor criativo, Pierpaolo Piccioli, buscou referências no street style da Terra do Sol Nascente para desenvolver criações mais urbanas.
Além disso, se inspirou no conceito estético wabi-sabi, baseado na beleza do imperfeito, para compor silhuetas assimétricas e volumosas. Com 90 looks (70 femininos e 20 masculinos), o show começou e terminou com uma série de vestidos vermelhos. As texturas dos babados, plissados e camadas sugeriram traços dos trabalhos do Rei Kawakubo, Yohji Yamamoto e Issey Miyake, grandes expoentes do design japonês.
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Vestidos vermelhos, pretos, denim de luxo e logomania desembarcaram na passarela. “O vestido na cultura japonesa é um símbolo, faz parte de um ritual. E isso também é sentido ao se aproximar do streetwear do país, que consegue manter um aroma de incrível elegância. Os valores da Valentino são os mesmos da filosofia japonesa: um passado glorioso para a modernidade”, Piccioli contou ao MF Fashion.
Nos pés, as modelos usavam versões modernas de botas punk, movimento que influencia a cultura pop há décadas. “Era importante para mim não apresentar uma coleção que referenciasse caligrafia ou quimonos. Queria cavar mais, abaixo da superfície. Neste momento, a cultura japonesa, que está próxima de autoexpressão, para mim, é muito moderna”, disse o diretor criativo ao In Style.
Ao final do show, o espaço localizado no Distrito de Ginza foi coberto com pétalas de tecido vermelho, criando um clímax cinematográfico que homenageava o uso da natureza na ornamentação e artesanato japoneses.
A ideia da grife italiana de apresentar o pre-fall em Tóquio não surgiu por acaso. A Valentino fechou 2017 com faturamento de € 1,164 bilhão (+ 5%). Boa parte desse valor partiu da capital japonesa. Tanto que, junto com o desfile, a marca lançou um novo modelo de loja em Ginza.
Com quatro andares, a Valentino TKY oferece aos consumidores locais uma série de colaborações com artistas do Japão. A curadoria, feita por Sarah Andelman, que foi diretora criativa da extinta Colette, reúne a arte clássica japonesa com desenhos animados, videogames, pinturas modernas e fotografias. “Imaginamos esse empreendimento como um espaço que poderia ser loja e atelier, uma encruzilhada de culturas. Eu não queria que houvesse apenas uma intervenção, mas o suficiente para contar as mil almas do Japão”, lembrou Piccioli.
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Colaborou Danillo Costa