Universidade cria versões aprimoradas de aventais e toucas hospitalares
Kits com os equipamentos de proteção individual desenvolvidos por professores da PUCPR foram doados para unidades de saúde de Curitiba
atualizado
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Dispostos a ajudar no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, professores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) desenvolveram modelos aprimorados de equipamentos de proteção individual (EPIs). Mais de mil kits com aventais e toucas em versões mais seguras foram doados para dar proteger profissionais que atuam na linha de frente no combate à Covid-19 em hospitais de Curitiba.
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Nas próximas semanas, a expectativa é que mais oito mil kits sejam produzidos. Antes de serem distribuídos, os protótipos dos EPIs foram aprovados pelos próprios médicos. De maneira remota, para garantir o distanciamento social, eles analisaram detalhes como a utilidade e a segurança das novas peças.
Para criar as versões aprimoradas, educadores da área de design observaram as características do material de proteção já utilizado por médicos e enfermeiros. Nos aventais convencionais, as costas ficavam expostas por causa do fechamento simples. Por isso, professoras do laboratório de moda da universidade (Lab Fashion) criaram uma versão com fechamento duplo e transpasse.
Responsável pelo Lab Fashion, a docente Taisa Vieira Sena explicou que as mudanças oferecem proteção para todo o corpo, já que as costas ficam vedadas. A retirada do equipamento também ficou mais segura devido a uma melhoria nos punhos. Já nas toucas, houve alteração significativa no material. O tecido escolhido impede a passagem de secreções e líquidos, pois é impermeável.
“Nós tivemos a preocupação de procurar uma matéria-prima que fosse mais segura e encontramos o TNT com proteção bacteriostática, ou seja, em contato com esse tipo de tecido, os micro-organismos não conseguem se reproduzir”, explica a educadora.
Todo o projeto de criação das EPIs melhoradas foi um esforço conjunto de professores de diferentes setores da universidade: Taisa Vieira Sena e Gabriela Garcez (professoras de Design), Lídia Moura (decana da Escola de Medicina da PUCPR), Andreia Malucelli (decana da Escola Politécnica) e Percy Nohama (professor de Engenharia Biomédica).
Além da equipe interna, a iniciativa teve apoio da Unimed, que forneceu os tecidos, e de duas confecções da capital paranaense, responsáveis por costurar os kits doados aos hospitais locais. As professoras de design usaram o know-how para dar orientações sobre modelagens e tecidos.
Durante a produção das máscaras, alguns retalhos de tecido acabam sobrando, mesmo que os moldes sejam cortados da maneira mais otimizada. Entretanto, tudo foi aproveitado. Os resíduos dos primeiros 500 kits produzidos para o projeto foram transformados em cerca de duas mil máscaras. Essas são versões simples, como as máscaras cirúrgicas comuns, e não substituem os modelos N95, já que não incluem filtro.
A doação dos EPIs é mais uma entre várias ações da universidade em prol do combate ao novo coronavírus. Há algumas semanas, a instituição doou mais de dois mil faceshields para profissionais de saúde; uma espécie de protetor facial feito com acetato transparente, que cobre todo o rosto até a altura do pescoço e é encaixado na cabeça. O professor Dalton Kai criou a primeira versão, enquanto Aguilar Selhorst fez melhorias e prototipou.
Os aventais e as toucas já doados foram destinados a hospitais como Cajuru e Marcelino Champagnat. Quanto aos outros oito mil kits que ainda devem ser produzidos, a PUCPR informou à coluna que o projeto aguarda apoio e parceria para viabilizar a produção. Quem tiver interesse em contribuir pode entrar em contato pelo e-mail taisa.sena@pucpr.br.
Colaborou Hebert Madeira