Undertop: conheça a marca de moda que tem o body como item principal
Fundada em 2016 por Juliana Mansur, a etiqueta tem comércio no Brasil e nos Estados Unidos
atualizado
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Fundada em 2016, a Undertop é uma marca focada principalmente na versatilidade. O carro-chefe é o body, item que consiste em uma mistura de maiô e colã, para diferentes ocasiões. Com público no Brasil e em Nova York, nos Estados Unidos, a etiqueta está em fase de expansão, com cautela. A fundadora, Juliana Mansur, conta detalhes da trajetória à Coluna Moda Fora dos Padrões.
Vem conhecer!
Formada em administração, Juliana Mansur fez pós-graduação em moda, além de cursos de extensão. Em 1998, abriu a primeira empresa, chamada Diventare, e confeccionou para grifes renomadas no cenário nacional. Também trabalhou como consultora de estilo.
Atualmente, a paulista comanda a Undertop, com coleções autorais. “Considero uma moda feminina cujo principal produto é o body. Alguns dos meus bodies podem ser usados até numa festa ou num casamento. Tento fazer uma moda versátil que possa transitar em vários ambientes. Também temos saias, tops, calças, vestidos, croppeds, blazer etc”, detalha Juliana Mansur.
Undertop em Nova York
Durante a Semana de Moda de Nova York, a multimarcas Flying Solo realiza ações na cidade. Trata-se de um coletivo de moda com curadoria especial que engloba marcas e estilistas em ascensão de diferentes partes do mundo. Por meio da iniciativa, a Undertop já participou de nove desfiles nos EUA.
Na temporada de outono/inverno 2023, a label brasileira apresentou a coleção Gypsy Queen. O compilado foi inspirado nos quatro elementos da natureza: água, fogo, terra e ar. As peças principais, apresentadas no dia 13 de fevereiro, foram bodies em tule, tricô e veludo.
Como a sua trajetória na moda começou?
Juliana Mansur: Na moda, comecei fazendo alguns estágios gratuitos, um deles na fábrica do Ricardo Almeida e outro no Bicho da Seda, onde fui convidada a me tornar sócia. Nesse momento, resolvi abrir uma confecção minha onde fiquei por algum tempo fabricando para marcas femininas, como Mixed, Daslu, Le Lis Blanc, Zion, Patachou e Bobstore. Porém, o que eu gostava de fazer era criar e, na confecção, não tinha essa possibilidade. Então, fechei e fui trabalhar com outras coisas. Nessa época, casei, tive meus filhos e, quando o menor estava com 5 anos, quis voltar para o mercado, mas não sabia como. Fui trabalhar como corretora numa imobiliária de imóveis de luxo em São Paulo. Vendi um apartamento e abri a Undertop.
Como foi o processo para fundar a Undertop?
Abri um Instagram com zero seguidores. Fiz alguns bodies e tops e postava lá. As pessoas pediam malinha e eu levava e buscava. Nessa época, fazia tudo de casa, não tinha escritório e nenhum funcionário. Fazia vários bazares dentro e fora de São Paulo para vender minhas peças. Era bem cansativo, mas muito legal. Passados três meses, fui para Nova York de férias e levei um nécessaire com meus produtos. Uma pessoa mapeou pra mim algumas multimarcas da cidade e uma delas quis conhecer minhas peças. Virei designer dessa loja em NYC e, depois de mais três meses, estava desfilando no New York Fashion Week por meio deles. Aí precisei de um site e uma sala comercial.
Em meados de 2018, o Iguatemi quis a Undertop para compor o mix de varejo deles e as coisas foram crescendo. Foi sempre muito orgânico. Fui expandindo aos poucos, conforme a demanda, e ainda é assim até hoje. Mas fiz de tudo na minha marca. Se hoje alguém faz, pode ter certeza que um dia foi feito por mim. Sigo na parte criativa, mas não apenas nela, pois sou a gestora da empresa como um todo.
Como é a criação das peças?
Completamente autoral. Sai tudo da minha cabeça. É claro que estou sempre vendo de perto as tendências de moda e comportamento, mas vem de mim. Sabe aquele inconsciente coletivo que os criativos têm? Então, ele existe. Você cria uma peça e, quando vê, ela está dentro das tendências de moda do mercado, sem você ter necessariamente pensado nisso. Na Undertop, são coleções semestrais, de primevera/verão e outono/inverno. Minhas inspirações vêm da minha intuição.
Além do e-commerce, a Undertop tem loja física própria no Shopping Iguatemi, em São Paulo. As peças da marca também são vendidas na FlyingSolo, nos Estados Unidos. A meta de próximos passos engloba crescimento no mercado brasileiro.
“Acabei de abrir o atacado. Hoje, estamos apenas em três multimarcas, em Salvador [Bahia], Rio de Janeiro e Campinas [São Paulo]. Sou bem seletiva com isso e quero ir aos poucos”, finaliza Juliana Mansur.
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