Texturas e cores do tufting inspiram o estilo de Bruna Zanatta
O trabalho com técnicas manuais tem feito a artista se destacar no cenário brasiliense. Ela se identifica como “oito ou 80” na moda
atualizado
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O tufting é uma técnica artesanal para inserção de lã em uma base de tecido com o uso de uma ferramenta semelhante a uma pistola. Por meio do método, é possível desenvolver verdadeiras obras de artes. Uma das artistas da capital federal que está se destacando nessa área é Bruna Zanatta, que inclusive ministrará uma oficina sobre o assunto durante o Metrópoles Fashion & Design Festival, no dia 14 de setembro. Curitibana radicada em Brasília, ela reflete a variedade de cores, tons e texturas também na hora de se vestir. Com um estilo em construção, a artista tem o maximalismo como uma paixão.
Vem conhecer!
As técnicas manuais apareceram na vida de Bruna Zanatta ainda na infância. Aventurava-se na aulas de artes, e, sempre que podia, começava um novo curso. “Foi uma coisa paralela que fui tocando, mas tinha uma inquietude. Então, já fiz um pouco de tudo”, explica, em entrevista à coluna.
Formada em direito, Bruna Zanatta precisou encontrar um meio profissional que lhe proporcionasse estabilidade para seguir nos sonhos sonhos artísticos. Segundo ela, sentiu a pressão que a sociedade exerce para que cada indivíduo se encontre rapidamente em uma determinada área, mas lutou contra a corrente e mirou no artesanato.
Entre as várias atividades que a jovem conheceu e desenvolveu, o tufting se sobressaiu. “Não foi uma conexão direta em relação, por exemplo, ao têxtil, porque eu não era uma pessoa originalmente ligada à moda. Porém, as possibilidades de cores e texturas me encantaram”, conta.
Inicialmente, o tufting foi usado por Zanatta para produzir tapetes coloridos, mas também para fabricar peças de parede. Ela se interessou pelo método durante a pandemia, então importou o material, que não está à venda no Brasil, e começou a testar.
A artista compartilha que a técnica ainda é muito pouco familiarizada em Brasília, mas percebe um caminho de construção para que seja reconhecida como outras práticas, como o crochê e tricô. “O que eu acho mais legal do tufting é que ele oscila, não precisa ser focado em produzir tapete. Você pode brincar e fazer outras coisas, como itens de moda”, destaca.
Básico, para quê?
Bruna Zanatta se define como uma pessoa “oito ou 80” na hora de se vestir. Apesar de viver dias em que deseja usar apenas uma calça jeans e uma camiseta, ela indica que o básico não é a sua principal vontade. “Gosto muito de maquiagem, acredito que vem daí. Comecei fazendo no Halloween, e não parei mais. Acabei levando a minha paixão pelos makes para os looks”.
A artesã conta à coluna que os estudos e trabalhos com o tufting também a inspiram na hora de montar uma produção fashionista. Ela ama cores e texturas, com o maximalismo como foco. “Eu ainda não me sinto 100% nesse lugar, de ser tão extravagante o tempo todo, mas tem sido uma construção”, reconhece.
Não ter pressa para se descobrir, seja no estilo ou na carreira, está entre as principais lições que a artesã compartilha em relação à maturidade. “A gente não deve se cobrar tanto. Aos poucos, eu fui compreendendo isso. Acho que é um ensinamento que queria ter escutado mais nova”, finaliza.
Brasília Fora dos Padrões
A coluna deu início ao quadro Brasília Fora dos Padrões, como uma extensão da série Moda Brasília. Toda semana, apresentamos pessoas que se destacam pelo estilo próprio, a fim de dar ênfase à moda no Distrito Federal, no Centro-Oeste.
O objetivo é compilar fashionistas que usam o vestuário como uma forma de autoexpressão e autenticidade. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna.