The Row, grife das gêmeas Olsen, enfrenta dificuldades financeiras
Fontes do portal WWD apontam que a marca de Mary-Kate e Ashley está tentando reduzir despesas operacionais
atualizado
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A grife The Row, fundada pelas irmãs gêmeas Mary-Kate e Ashley Olsen, está passando por uma fase difícil, segundo fontes ouvidas pelo WWD. Com problemas financeiros há um tempo, a marca viu sua situação piorar com a pandemia. As informações apontam que a etiqueta, conhecida pela moda minimalista, demitiu metade da equipe na tentativa de reduzir despesas operacionais. Há, também, especulações sobre uma possível redução ou encerramento da linha masculina, detalhe que a marca nega. Atualmente, Mary-Kate atua como diretora criativa, enquanto Ashley é a CEO.
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Fatores negativos
As demissões, de acordo com as fontes ouvidas pelo jornal de moda, ocorreram após o lockdown provocado pelo novo coronavírus. Dentre a redução de 50% do staff, alguns cargos importantes foram eliminados, incluindo os codiretores criativos de moda feminina James Robinson e Anna Sophia Hövener, e o diretor de moda masculina, Paul Helbers.
A onda atingiu áreas como design e vendas. De uma equipe que contabilizava cerca de 30 designers, no máximo uma dúzia voltou às atividades depois do confinamento. Mesmo relutante com descontos, para não desvalorizar o prestígio de seus produtos, a etiqueta teria também comercializado itens por um preço mais barato para atingir a receita necessária.
Outro fator que fez diferença nas finanças da label foi o pedido de recuperação judicial da Barneys New York, em 2019. A rede de departamento de luxo era uma das principais atacadistas que comercializavam The Row. De acordo com processos judiciais, a etiqueta é a segunda maior devedora da Barneys, com uma dívida de cerca de US$ 3,7 milhões.
A falta de investimento no comércio eletrônico foi outro fator crucial que culminou nas dificuldades financeiras da marca. Segundo o WWD, não houve um grande esforço da grife em investir nesse setor, apesar do declínio no varejo terceirizado em todo o mundo. Além de tudo isso, a linha masculina, introduzida em 2018, nunca deslanchou.
Resposta da marca
Respondendo ao WWD a respeito dos problemas financeiros, a grife informou que está atuando rumo à expansão a partir de 2021. As coleções pre-fall 2020 e de outono/inverno 2020 estão em produção. A primavera/verão 2021 também está a caminho. As duas butiques próprias da label nos Estados Unidos, em Nova York e Los Angeles, estão funcionando.
“Como todas as marcas de varejo, a empresa reduziu de maneira responsável as despesas gerais para atender ao que todos esperamos que seja uma interrupção temporária da cadeia de suprimentos devido à pandemia global”, afirmou a The Row em nota oficial enviada ao portal.
Gastos e falta de diversidade
Apesar do momento difícil no sentido financeiro, as fontes ouvidas pelo WWD também detalharam outros assuntos. Um deles foi a falta de pessoas negras na equipe corporativa da The Row. O staff empregava pouquíssimos asiáticos até a onda de demissões. Agora, não se sabe quantos sobraram, mas a marca se recusou a comentar sobre o assunto.
“The Row está firmemente comprometida e mantém uma diversidade e inclusão no ambiente de trabalho. Não comentaremos outras fofocas imprecisas sobre nossos negócios, além de dizer que estamos empolgados com o futuro da marca, incluindo nossa linha de roupas masculinas, acessórios, nossos negócios de comércio eletrônico e nossa lucratividade futura”, informou a label via comunicado.
As duas irmãs ficaram famosas pela carreira como atrizes nos anos 1990 e fim dos anos 2000. Em 2006, Mary-Kate e Ashley abriram a The Row e deixaram a indústria do entretenimento, com alguns papéis eventuais em produções dos anos seguintes. O nome da grife é uma homenagem à rua londrina Savile Row. A marca de luxo, assim como as demais empresas das gêmeas, são controladas pela Dualstar. A dupla já levou dois prêmios do CFDA Fashion Awards pelo trabalho com a moda feminina (2012 e 2015) e mais três pelo design de acessórios (2014, 2018 e 2019).
Colaborou Hebert Madeira