The Hoodie: exposição conta história do icônico moletom com capuz
A peça, que saiu do street style direto para o closet dos rappers e risca as semanas de moda ao redor do globo, ganhou uma mostra na Holanda
atualizado
Compartilhar notícia
O tecido têxtil composto por algodão e uma porcentagem reduzida de poliéster é o material essencial para dar início à modelagem de um dos itens mais básicos do vestuário contemporâneo. Os hoodies, como são chamados os moletons em inglês, conquistam espaço na moda desde os anos 90. Após sair das ruas, cair no gosto das celebridades e aparecer em desfiles, a peça com capuz acaba de ganhar uma exposição na Holanda, que fica em cartaz até abril de 2020.
Vem comigo saber mais sobre o item que carrega muita história!
Intitulada como The Hoodie, a mostra foi aberta ao público nessa segunda-feira (01/12/2019) e tem como palco o museu Het Nieuwe Instituut, reconhecido mundialmente por ser um instituto de arquitetura, design e cultura digital.
A exposição de moletons com capuz recebe a curadoria de Lou Stoppard. A ideia foi explorar o papel sociopolítico das peças icônicas que se tornaram um símbolo de injustiça racial, mas também transitam com facilidade do casual para o fashion.
Os primeiros moletons foram confeccionados para proteger os trabalhadores das baixas temperaturas e ventos na década de 1930, em Nova York. As peças de uniforme receberam etiqueta da Champion e foram produzidas pela marca já no formato como tradicional com capuz e mangas longas.
Logo mais, o item macio foi incluído na rotina de treinos dos atletas durante o inverno no Hemisfério Norte. Além de aquecer, o material de lã absorvia o suor dos profissionais.
Ainda no atletismo, o boxeador Rocky Balboa, estrelado por Sylvester Stallone, surgiu com moletom de capuz durante o filme em 1946. A peça foi usada na cor clássica cinza e com modelagem simplista. Depois, em 1983, o item retornou às telonas com a protagonista do filme Flashdance em modelagem larga, mas também na tonalidade cinza.
No entanto, foi em meio à cena do rap que a peça ganhou popularidade durante os primeiros anos do gênero musical hip hop em Nova York. O moletom passou a ser uniforme dos grafiteiros nos anos 1970, usado como proteção para garantir o anonimato nas práticas ilegais.
Por muitos anos, os hoodies foram associados ao crime e não tiveram espaço no mercado fashion, até ser ressignificado por marcas como Vetements e Balenciaga. Em meio às críticas pelos preços elevados, a peça icônica injetou luxo ao estilo street mesclado com o esportivo. Não demorou muito para o movimento ser etiquetado por outras marcas renomadas, como Supreme, Stussy e VLone.
Produzido a partir de matérias-primas baratas, nas coleções de grandes etiquetas, o moletom passou a ser precificado em nível de produtos feitos à base de couro ou seda.
Após saírem das ruas e riscarem as passarelas das semanas de moda, os hoodies ganharam força no estilo dos rappers americanos ao som da canção Zeitgeist.
Além das marcas queridinhas pelos fashionistas, nomes expoentes do hip hop aderiram ao moletom de capuz e aparecem constantemente com a peça. Os rappers Kanye West, Asap-Rocky e Kendrick Lamar são algumas das personalidades que aderem ao estilo.
Em meio à musica e ao estilo luxuoso dos rappers, os hoodies deram novo ar ao luxo. O que antes estava relacionado aos saltos altos e vestidos de gala desconfortáveis, passou a ser sinônimo de conforto e abraçou tênis, moletons e produtos oversized.
Colaborou Sabrina Pessoa