Texturas, cores e acessórios sinalizam reinvenção na moda masculina
Graças à singularidade pregada pela geração millennial, homens estão criando coragem para ousar mais em suas produções
atualizado
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Desde o pós-guerra, o homem moderno luta para reencontrar seu estilo próprio, mas a difusão do fast fashion e do jeanswear nas últimas três décadas realocaram o público masculino em uma zona de conforto um tanto quanto desinteressante. Contudo, a crescente disseminação da moda genderless e a singularidade da geração millennial, aos poucos, dão ao menswear uma importante oxigenação de tendências e práticas.
Na última temporada de premiações, por exemplo, os tradicionais smokings ganharam vida com texturas e acessórios, ameaçando a hegemonia feminina nos red carpets. Enquanto isso, nas ruas, rendas, animais prints e cores marcantes começam a se tornar cada vez mais comuns entre eles, um indício de que a moda masculina deve se reinventar por completo em 2020.
Vem comigo saber mais!
A opulência de Luís XVI revolucionou a moda masculina no final do século XVIII. Os decorativismos que tomavam as roupas e palácios do rei francês foram além de suas fronteiras e se popularizaram por toda a Europa, dando ao homem daquele tempo um ícone de estilo para se espelhar.
Contudo, a chegada de Napoleão ao poder trouxe consigo um novo mood. As perucas, rendas, bordados e corsários eternizados no palácio de Versailles deram lugar aos trajes ingleses, compostos por cartolas, lenços no pescoço, casacas e cintas.
Mais urbano, o estilo vitoriano ganhou força com a Revolução Industrial e a partir daí sofreu pequenas alterações. O fraque, as camisas lisas e as gravatas passaram a ser sinônimos daquela elegância sóbria que tomou o guarda-roupa da burguesia, enquanto as luvas e bengalas imprimiam um ar mais clássico às produções.
Com a Primeira Guerra Mundial, o homem se entregou às batalhas e seu contato com o design ficou adormecido em meio à grande depressão e ao militarismo. Apenas na década de 1970, a classe masculina recuperaria seu gosto pela moda, graças ao movimento hippie e às cores e estampas que deram vida ao período oitentista.
Nos anos 1990 e 2000, o boom do fast fashion e do jeanswear deu aos homens mais praticidade, porém, tudo ficou meio monótono. Nos red carpets, víamos uma sequência interminável de smokings pretos e, nas ruas, apenas combinações óbvias em modelagens folgadas e tons neutros.
O grunge até representou uma diferenciação nesse contexto, com suas flanelas xadrezes e jaquetas de couro, porém, os anos seguintes colocariam o homem moderno, de uma vez por todas, em um limbo fashion sem expressão, onde a única evolução notável foi uma incessante busca pela evidência do corpo. Até agora!
Prestes a entrarmos em mais uma década, a moda masculina começa a apresentar um interessante desejo pelas texturas e cores. Antes limitado a camisetas, camisas, calças, bermudas e blazers sem muitos temperos, o homem tem redescoberto o poder dos acessórios.
Graças a estrelas como Michael B. Jordan, Chadwick Boseman, Timothée Chalamet, Jared Leto, Young Thug e Ezra Miller, ousar já não é mais um ato demonizado entre os machos do século XXI. A geração millennial e suas convicções marcadas pela diversidade, aos poucos, dão a coragem que eles precisavam para retomarem seu relacionamento com a moda.
Texturas
Na última temporada de premiações, os smokings tradicionais ganharam texturas interessantes, por meio de aveludados, pedrarias e brilhos. A renda, tecido até então restrito ao guarda-roupa feminino, tem surgido com frequência na camisaria, ao passo que lojas de departamentos se deparam com paetês e metalizados nas araras masculinas.
Cores
Os tons neutros ainda são os favoritos entre os homens, mas há quem se permita usar cores fortes e marcantes. Os looks monocromáticos são uma espécie de zona de conforto em comum, mas a colaboração entre Pharrell e Chanel sinaliza uma chance do color blocking adentrar o menswear.
Estampas
As estampas na moda masculina costumavam se resumir às listras, xadrezes e motivos tropicais, mas hoje vemos um forte investimento em florais e até animal prints, inclusive, no mercado local. Como antecipamos aqui, a Dane-se trará várias estampas animais em sua próxima coleção.
Acessórios
Nem só de óculos, relógios e mochilas tem vivido a moda masculina. Graças a Virgil Abloh, atual diretor criativo da Louis Vuitton, os harnesses passaram a complementar ternos nos tapetes vermelhos. Chapéus e broches também têm sido abraçados pelo público, que hoje investe em tendências como nunca antes.
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Colaborou Danillo Costa