Moda em 2023: quais temas movimentarão o mercado neste ano
O portal Business of Fashion divulgou estudo em parceria com a McKinsey & Company com estratégias para que empresas de moda cresçam em 2023
atualizado
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O portal especializado em negócios de moda Business of Fashion divulgou recentemente um relatório com um panorama sobre o mercado e os 10 temas que devem receber atenção das empresas do setor. A pesquisa é fruto de uma parceria com a McKinsey & Company, líder em consultoria empresarial e estratégica.
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O ano de 2022 representou uma melhora nos negócios para empresas de diferentes setores, inclusive para a moda, especialmente em comparação com 2021 e 2020. Ainda assim, as expectativas para o ano que se inicia não são das melhores.
Segundo a pesquisa do Business of Fashion (BoF), 84% dos líderes do mercado da moda disseram esperar que as condições do setor diminuam ou permaneçam as mesmas em 2023. O que pesa sobre os ombros desses executivos é, principalmente, os efeitos de uma inflação incomum na Europa e nos Estados Unidos.
Além do aumento das taxas de juros, o que diminui o poder de compra dos consumidores, preocupa o setor as tensões geopolíticas, a interrupções na cadeia de suprimentos e o aumento dos preços da energia. Os efeitos da guerra da Ucrânia e o aumento dos casos de Covid-19 também apareceram nas entrevistas.
Temas em alta
As pessimistas expectativas das entidades do setor indicam ainda uma “volta” aos padrões de consumo de 2020. É esperado um encolhimento geral das vendas e a preferência por itens de casualwear. Pense em tênis e roupas esportivas, por exemplo.
Ao mesmo tempo, a volta completa dos eventos significa uma ponta de esperança para quem trabalha com roupas de festa, por exemplo. Ao BoF, os executivos de moda destacaram continuar focados em projetos de sustentabilidade, enquanto apenas 3% listou o metaverso como um tema relevante em 2023. O foco está nos desafios de curto prazo.
Abaixo, confira a lista dos 10 temas identificados pela pesquisa e a razão de sua escolha:
- Fragilidade global – os motivos já citados anteriormente, como tensões políticas e a inflação, serão sinônimos de instabilidade econômica em todo o mundo;
- Realidades regionais – como não está favorável investir globalmente, a ideia é se voltar para o que está próximo. O foco das marcas será o crescimento regional;
- Gastos em duas vias – o perfil do consumidor em 2023 dependerá do seu nível de renda. O BoF destaca que alguns darão preferências a itens considerados essenciais, enquanto outros pedirão descontos e procurarão empresas de revenda e de aluguel;
- Moda fluida – a ideia de uma moda sem gênero segue em frente. As empresas terão que repensar o design das peças para diminuir as fronteiras entre feminino e masculino;
- Novo traje formal – com a tendência de o escritório se tornar um ambiente mais casual, o look despojado está em alta. Para eventos, porém, os consumidores devem investir no aluguel de peças diferentes e marcantes;
- Cálculo direct-to-consumer – durante a pandemia, marcas menores e medianas investiram em canais de venda diretos com o consumidor. Para chegar em novos públicos, a expectativa é investir na presença em marketplaces e no atacado;
- Combate ao greenwhasing – os consumidores estão mais atentos ao que é só discurso e o que é, de fato, mudança de posicionamento e práticas efetivas. As empresas precisam saber provar que suas condutas vão além do discurso;
- Cadeia de suprimentos – a interrupção das cadeias de suprimento obrigou as empresas a rever a fabricação de produtos. A tendência é que os modelos passem a focar no regional e na produção em pequeno lote;
- Marketing digital – o trabalho com dados para segmentar os clientes é caro e pode ser ineficaz, segundo os empresários ouvidos pelo BoF. As marcas terão que bolar campanhas criativas e investir em novas redes de mídia de vendas para captar novos consumidores;
- Nova organização – os líderes das empresas precisarão exercer, mais do que nunca, a liderança das equipes. O foco é atrair e manter os melhores talentos e definir as prioridades dos funcionários.
Para o Business of Fashion e a McKinsey & Company, o cenário da moda em 2023 é “sóbrio, imprevisível e frágil”. Os desafios para o ano que se inicia envolvem a otimização de custos, a aprimoração de estratégias e a gestão de crise “para criar resiliência em meio a um período tumultuado”.