Tecidos reativos a temperaturas ganham destaque na moda. Conheça
Marcas internacionais investem cada vez mais na tecnologia e oferecem looks que mudam de cor ao ter contato com calor e/ou frio
atualizado
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A partir de pesquisas científicas, a indústria têxtil encontra formas de se movimentar a cada nova invenção. Uma das novidades recentes são os tecidos que mudam de cor de acordo com as temperaturas. Marcas internacionais investem em criações ousadas e fora do comum por meio da tecnologia.
Vem conhecer!
Tecidos se adaptam a temperatura
Os objetos que sofrem mudança de cor quando são expostos aos raios solares já são realidade no comércio, principalmente em itens de decoração e para casa. Contudo, devido às dificuldades técnicas de processamento e obtenção de materiais específicos, no segmento da moda, não é algo tão comum.
A alteração nos tecidos ocorre a partir de efeitos tecnológicos. Renata Braga Artacho, professora dos cursos de moda do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) Paraná, explica à coluna que esses materiais são denominados “premium” por apresentarem alta qualidade, tanto no desenho como no tipo de matéria-prima utilizada.
“No caso do tecido com efeito termocrômico, as fibras são tingidas com pigmentos capazes de detectar mudanças ambientais, como os raios solares. Se a pessoa for exposta ao sol, o pano mudará para outra cor, indicando que houve aumento da temperatura corporal”, explica a especialista.
As fibras apresentam uma variação de tons diante de estímulos como luz, calor, frio e suor. De acordo com Artacho, a indústria têxtil tem se aliado à tecnologia como forma de se reinventar. “Desse modo, os pigmentos convencionais que poluem cursos d’água ou causam alergia serão reduzidos cada vez mais.”
Para a pesquisadora, entre os benefícios dos tecidos tecnológicos, a praticidade e a versatilidade de opções são os principais atrativos. “Vale acrescentar que os ativos usados nas roupas são substâncias inorgânicas ou orgânicas, que são feitos com corantes, pigmentos e materiais produzidos com nanotecnologia”, conta.
Marcas investem nos tecidos reativos a temperatura
A partir dos avanços da união entre a moda e a tecnologia, marcas têm apostado em diferentes formas de conquistar consumidores. A Roarvale, por exemplo, virou “febre” entre influencers ao lançar a bolsa Vivid.
O acessório, que muda de cor com o calor, é visivelmente preto, porém, ao ter contado com a mudança de temperatura, transforma-se em um tie-dye em tons de verde, amarelo e vermelho. Outro exemplo é a label norte-americana 194 Local, que se destaca por criar peças de streetwear que se alterarem a partir da respiração de quem as usa.
Na lista de etiquetas que avançam em relação aos tecidos reativos ao calor, a Purple Moutanin Observatory tem criado uma nova experiência para a peças esportivas. Como parte do acervo disponível, o colete intitulado Quilted Reactive Heat chama atenção.
O revestimento da peça contém agentes microencapsulados, que, à medida do aumento da temperatura, moléculas começam a mudar de fase, o que resulta no processo termocrômico. Segundo a empresa, a cor retorna ao estado original quando a temperatura desce novamente.
Apesar de terem se popularizado atualmente, as roupas que mudam de cor fazem parte do repertório da moda há anos. No Brasil, o estilista Alexandre Herchcovitch já era adepto da estética no início dos anos 2000.
A indústria da moda tem demonstrado a força ao se aliar à ciência. Ao longo de décadas, os avanços tecnológicos resultam em produtos inovadores e versáteis que conquistam o interesse do público.