Tecidos antivirais: médicos contestam a grande novidade das confecções
Tecnologias que eliminam micróbios têm sido a aposta de várias marcas, porém, profissionais da saúde questionam a necessidade dos materiais
atualizado
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Até o início da pandemia, parte da indústria da moda concentrava seus esforços em ações que reduzissem o impacto da moda no meio ambiente, porém, o surto da Covid-19 fez os pesquisadores do setor realocarem sua atenção ao combate do novo coronavírus. Enquanto as grandes empresas do segmento reabasteciam os estoques de itens de proteção individual, os laboratórios iniciaram uma corrida contra o tempo para desenvolver materiais que inibem o Sar-CoV-2. Desde então, tecidos com tecnologias antivirais surgem no mercado a todo momento, mas seriam eles realmente eficazes e necessários?
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O tecidos antibacterianos e antivirais não são uma novidade no mundo do vestuário. Fábricas que desenvolvem roupas hospitalares recorrem às tecnologias para proteger os profissionais da saúde, ao passo que algumas etiquetas sustentáveis empregam os artifícios para reduzir o número de lavagens de suas criações. Todavia, a proliferação da Covid-19 fez ambos os segmentos retornarem aos laboratórios no intuito de analisar materiais efetivos no combate ao novo coronavírus.
HeiQ Viroblock
Ainda em março, a marca suíça HeiQ, em parceria com o Instituto Peter Doherty, da Austrália, anunciou a tecnologia Viroblock NPJ03, uma resina feita com nitrato de prata que, quando aplicada ao tecido, desativa mais de 99% dos vírus e bactérias, incluindo o Sar-CoV-2, em até meia hora. O produto, certificado pela ISO 18184, é aplicado no processo de acabamento, dura pelo menos 30 lavagens na máquina e suporta 40°C na hora de passar.
A confecção indiana Zodiac foi uma das primeiras a apostar na solução ao lançar a linha de camisas Securo. “Este tratamento não é uma cura e nem garante que uma pessoa vestindo um de nossos produtos não será infectada. No entanto, pesquisas mostraram que vírus e bactérias podem permanecer ativos nas superfícies têxteis por longos períodos”, comentou a etiqueta ao divulgar a novidade à imprensa. Na sequência, a conterrânea Grado e a israelita Sonovia também investiram na então novidade.
O Albini Group, fornecedor de empresas como Kering, Armani, Ermenegildo Zegna e Prada, foi o primeiro grande player da moda de luxo a apostar no químico. Em comunicado, a empresa afirmou que os materiais finalizados com o Viroblock NPJ03 têm a mesma aparência dos outros e que muitos clientes de peso já haviam solicitado amostras, embora tenha se recusado nomeá-los.
“Quando percebemos o impacto violento que a Covid-19 poderia ter no mundo, forte o suficiente para congelar a economia e mudar os comportamentos sociais, solicitamos à HeiQ que aplicasse os tratamentos que eles já estavam desenvolvendo nos produtos de proteção individual no vestuário comum”, explicou Fabio Tamburini, diretor executivo da Albini, ao WWD.
Apesar da Itália ter suspendido a fabricação de produtos não essenciais em março, o grupo decidiu levar os novos tecidos ao mercado em menos de dois meses, em vez de esperar o próximo semestre, como fazem de costume. Mais de 1.200 testes foram realizados antes da liberação dos materiais. Questionado sobre a possibilidade da demanda por tecidos antivirais se tornar regular, o executivo acredita que o cenário é plausível.
“É um recurso muito bom de se ter. É uma proteção extra. Todavia, é bom ressaltar que não é o suficiente. Você ainda tem que lavar as mãos, usar sua máscara facial e fazer o distanciamento social”, defendeu ele ao Vogue Business.
A linha da Albini pode ter sido bem recebida pelos clientes, mas Tamburini ressalta que tudo ainda é muito novo para fazer previsões mais palpáveis. “O ViroFormula funcionará como uma curva de aprendizado, com sua demanda aumentando nos próximos seis meses, desencadeada pela curiosidade e pelas necessidades psicológicas do momento. Então, o interesse provavelmente diminuirá até que se torne um padrão de mercado, crescendo de forma consistente”, analisou ele ao WWD, determinando um período de dois a três anos para a aderência da indústria aos materiais.
Até mesmo a clássica Cornelia James, uma das principais designers de moda da rainha Elizabeth, aderiu ao Viroblock. No momento, a britânica oferece dois modelos de luvas com a proteção antiviral da HeiQ. Ambas as versões foram projetadas para a “proteção cotidiana”, são confortáveis e laváveis na máquina. “Não tem impacto na sensação e aparência física do tecido, que continua sendo nosso algodão macio e puro”, relatou à Hello Magazine.
Correndo por fora
De olho nos lançamentos da concorrência, a italiana Marzotto Wool Manufacturing recorreu à Polygiene, uma subsidiária da empresa química sueca Perstorp Group, para adaptar o acabamento ViralOff a tecidos criados a partir de fios naturais, como lã, linho e algodão. O composto do laboratório, feito de dióxido de titânio e íons cloreto de prata, também se mostrou eficiente ao eliminar 99% dos vírus em duas horas ou 93% em 30 minutos.
Contudo, antes de levar a novidade ao mercado, a tecelaria avalia se o tratamento pode resistir às higienizações a seco. Em relação às lavagens normais, a Marzotto certificou que algodão retém significativamente o composto após 15 idas à máquina, com uma redução de apenas 4% na eficácia.
De acordo com Giorgio Todesco, CEO da companhia, o mercado tem respondido consideravelmente bem aos tecidos antivirais, especialmente em países como Japão, Coréia do Sul, China, Alemanha, França e Espanha. “Como qualquer inovação, o pedido tem sido irregular, com algumas empresas na vanguarda da conversa e outras que provavelmente seguirão o exemplo”, revelou ao WWD.
A gigante do jeans Diesel foi outra empresa que aderiu ao ViralOff da Polygiene. A etiqueta anunciou a introdução do tratamento em peças selecionadas da coleção primavera/verão 2021, mas já planeja expandir seu uso no futuro.
No Reino Unido, a empresa especializada em nanopartículas Promethean Particles se uniu às confecções têxteis locais para agregar cobre às fibras. Os resultados iniciais mostraram que o efeito antimicrobiano da técnica pode durar mais do que o do Viroblock NPJ03. A companhia estuda, agora, a melhor logística para viabilizar a tecnologia em larga escala.
A química alemã Rudolf Group realizou testes de laboratório com sua tecnologia RUCO-BAC AGP, criada em 2005, para combater a família dos coronavírus. Feito de microestruturas que transportam e liberam uma quantidade adequada de íons de prata no tecido tratado, a solução pode durar até 100 lavagens com água.
Em maio, Giancarlo Beevis, CEO da companhia de tecnologias sustentáveis IFTNA, foi a público anunciar que a empresa desenvolveu um químico antiviral responsável por destruir 99,9% dos vírus e bactérias em 10 minutos, com poder de destruição residual por 24 horas. O produto penetra na camada externa do vírus e inviabiliza sua replicação, podendo ser colocado no acabamento dos tecidos, sem a necessidade de etapas adicionais.
A OmniProtect, por sua vez, aplicou uma carga positiva, em nível molecular, às superfícies de um tecido. Quando os micróbios entraram em contato com o material, a célula microbiana, que é carregada negativamente, foi destruída. Ao contrário de soluções baseadas em metais, que podem ser prejudiciais ao meio ambiente e causar implicações à saúde, a tecnologia foi considerada mais segura para a pele e os pulmões.
Batizada de Amni® Virus-Bac OFF a técnica da francesa Rhodia promete eliminar o causador da Covid-19 durante toda a vida útil do material, independentemente do número de lavagens. O princípio ativo, provocado pelo fio 100% poliamida, impede a ação de bactérias e vírus, envelopados ou não envelopados, é certificada pelos padrões internacionais ISO 18184 (contra vírus) e AATCC100 (antibacteriano). A companhia já exporta o tecido para a Itália.
No Brasil
O Brasil não ficou para trás quando a indústria mirou nos tecidos antivirais. Enquanto pesquisadores trabalham no desenvolvimento de novas técnicas para imunizar os materiais usados nas confecções de roupas e acessórios, marcas de renome nacional já anunciam os primeiros produtos do país a combaterem o novo coronavírus.
A TNS Solutions, com sede em Santa Catarina, reaproveitou uma técnica usada no segmento esportivo para originar sua própria tecnologia antiviral. A nanotecnologia com íons de prata era incluída na linha de produção para eliminar o mau cheiro das roupas, mas se provou eficiente, também, no combate ao coronavírus. A técnica, testada na Universidade Federal de Santa Catarina e na Unicamp, mostrou resultados similares aos da HeiQ.
“Fomos os primeiros a ganhar a certificação e, desde abril, passamos de cinco para 70 projetos por mês de empresas interessadas. Ao todo, 15 países já compram a versão em pó, resina e líquido do composto”, confirmou Gustavo Miranda, gerente comercial da TNS, à Folha de São Paulo.
A malharia Dalila Têxtil, que financiou as pesquisas do laboratório, espera um aumento no potencial de duração da tecnologia, de 30 para 50 lavagens. “Proteção é uma questão urgente da indústria. Com novos laudos, esperamos que haja um efeito cascata no varejo e a tecnologia esteja disponível. Para as marcas é uma oportunidade de oferecer algo relevante e, para as têxteis, uma solução para diminuir o impacto da queda dos pedidos”, afirmou André Klein, CEO da confecção, que acaba de se comprometer a fabricar os uniformes do colégio Bandeirantes, em São Paulo.
Além disso, a empresa lançou modelos de moletons e uma jaqueta de sarja com a tecnologia da TNS. A J.Boggo+, cliente da malharia, foi a primeira marca do Brasil a desenvolver uma coleção completamente antiviral. O trabalho abrange 12 visuais, todos criados a partir dos novos tecidos da Dalila Têxtil, e já pode ser adquirido no Instagram da grife.
A Nanox, comandada por ex-alunos da Universidade Federal de São Carlos, idealizou um tecido capaz de eliminar 99,9% do vírus em até dois minutos. O material é uma mistura de poliéster e algodão. A inovação contém dois tipos de micropartículas de prata que se mostraram ativas mesmo após 30 lavagens.
“É um líquido à base de água misturado em um banho para o tecido. Depois, vai para uma estufa, quando o composto adere à base”, explicou o diretor de tecnologia da Nanox, Gustavo Simões, à CBN. De acordo com o pesquisador, o composto químico que anula os efeitos do novo coronavírus é vendido para pelo menos 10 confecções e fábricas de tecidos em São Paulo.
Há duas semanas, o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil – SENAI CETIQT, em parceria com a Fiocruz e Diklatex, mostraram um tecido capaz de neutralizar o novo coronavírus. Os testes preliminares realizados no início de junho provaram que o material desativou mais de 99% das partículas virais do sarampo, da caxumba e da Covid-19.
Sheila Maria Barbosa de Lima, chefe do laboratório, contou que um dos tecidos avaliados foi capaz de inativar 99,9% das partículas virais do SARS-CoV-2 após 1 minuto de contato da Covid-19 com o têxtil antiviral. “A comprovação da ação anti- SARS-CoV-2 do tecido produzido pelo SENAI CETIQT/Diklatex se destaca no cenário atual do país em meio à pandemia como um importante equipamento de proteção no combate à disseminação do vírus”, afirmou a cientista em live no Instagram.
Uma das maiores fornecedoras de jeans da América Latina, a Vicunha também divulgou sua linha de tecidos antivirais após os materiais se tornarem demanda na Europa, um de seus maiores mercados. A companhia fechou uma parceria com a suíça HeiQ para criar sarjas e denims que inibem os efeitos dos vírus.
A coleção da linha V. Protective, composta por tecidos funcionais com propriedades antibacterianas, antivirais, antimicrobianas e repelentes é comercializada no catálogo da empresa. “Nesse momento, a função primordial da moda é diminuir o medo de comprar e usar roupas”, disse o diretor comercial da Vicunha, German Silva, à Folha de São Paulo.
Trunfo do varejo
As empresas Aramis, Lupo, Malwee, Track & Field e Oriba são algumas das marcas que oferecem roupas antivirais em seu catálogo. “Mesmo com a vacina, a preocupação permanece. A indústria tem de estar pronta. Já falamos de tecnologia vestível, mas a aplicação virou urgente”, defendeu a diretora de marketing da Lupo, Carolina Pires, ao UOL.
A etiqueta de roupas íntimas apostou em máscaras e peças esportivas de poliamida, criadas a partir da tecnologia da Rhodia, que promete a destruição de 99,99% do vírus em 15 minutos. A técnica, que não sai com lavagens comuns, também foi usada pela Feline e pela Track & Field. Ambas investiram na criação de malhas com ação antiviral.
A Malwee, que agora conta com camisetas e máscaras com a tecnologia HeiQ Viroblock, optou por aplicar o antiviral, primeiramente, nas peças de mais populares da marca. Para os próximos meses, a medida de segurança se estenderá aos demais itens comercializados pela etiqueta.
“Devemos sempre lembrar que, ainda assim, precisamos seguir os procedimentos de higiene recomendados pela OMS [Organização Mundial da Saúde], como lavar as mãos e usar o álcool em gel”, lembrou Luiz Thiago de Freitas, gerente industrial têxtil da Malwee, ao Uol.
Elaboradas com malhas que possuem funcionalidades antivirais, as novas camisetas da etiqueta masculina Aramis apresentam uma notável redução na infectividade de vírus envelopados. A tecnologia por trás da proteção promove o rompimento da membrana do vírus, inibindo sua sobrevivência e reprodução. Os itens estão disponíveis nas lojas da rede.
Em Brasília, a malharia Fabrika trabalha com uma tecnologia que consiste em uma formulação única de nanopartículas estabilizadas. O componente, baseado em íons de prata, foi projetado, ainda, para inibir o crescimento e a permanência de bactérias e vírus nas superfícies. O método atua contra 99,99% dos vírus testados, desativando-os em 15 minutos ou menos.
Para Rodrigo Ootani, da Oriba, as tecnologias antivirais só têm sentido quando aplicadas em peças mais resistentes. “Qual é a utilidade de ter uma camiseta que com 20, 30 lavagens perde suas propriedades? Se pensarmos em peças que não se lavam com frequência, como calças, casacos e jaquetas, tudo bem”, comentou à Folha.
A produção de compostos antivirais em solo nacional deixou o acesso às tecnologias mais barato. A expectativa é de que, em agosto, a oferta de “roupas imunizadas” aumente no varejo. Até o fim do ano, as peças devem chegar ao consumidor final a um preço mais acessível, ficando apenas 5% mais caras do que as opções comuns.
Edmundo Lima, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil, projeta que as grandes companhias implementem a novidade nas próximas temporadas. “Na realidade, a reação é muito rápida. Esses produtos começam naturalmente a chegar ao varejo e mais empresas vão, paulatinamente, criando linhas de produtos antivirais. Máscaras, camisetas… Temos a informação de que já está sendo usada em jeans“, relatou à CBN.
Até mesmo o segmento calçadista está investindo em tecnologias antivirais. Depois que companhia gaúcha FCC lançou o primeiro solado com proteção permanente do Brasil, a designer conterrânea Virgínia Barros exibiu alguns protótipos feitos com os fios de poliamida da Rhodia.
Tecidos antivirais são necessários?
Embora os materiais antivirais tenham tudo para prosperar no segmento têxtil, os profissionais da saúde levantam uma série de questionamentos sobre a real necessidade dos tecidos em roupas comuns. Uma pesquisa publicada no New England Journal of Medicine, realizada por cientistas do National Institutes of Health, avalia a vida do novo coronavírus em diferentes superfícies, mas nenhuma evidência real foi fornecida pelos estudiosos a respeito da capacidade de persistência do agente em tecidos.
“Os coronavírus não são particularmente viáveis em ambientes externos, em comparação com outros vírus, que são mais robustos. Sua viabilidade não dura mais que algumas horas ou menos. Para a contaminação acontecer por meio de um tecido, alguém infectado tem que espirrar na roupa e outra pessoa deve tocar nessa peça e levar à mão a boca, nariz ou olhos. Como você pode entender, esse modo de transmissão é improvável”, defendeu Carlo Federico Perno, professor de microbiologia e virologia da Universidade de Milão, ao WWD.
O profissional diz que esforços excessivos para fabricar roupas antivirais não são justificados, uma vez que “as roupas não representam um veículo de transmissão”. Apesar disso, ele ressaltou o impacto psicológico que estes materiais podem causar nos consumidores, que atualmente buscam por mais segurança.
Para Richard Martinello, professor de doenças infecciosas da Escola de Medicina de Yale, as informações sobre a eficácia dos materiais antivirais ainda são muito limitadas. Iahn Gonsenhauser, diretor de qualidade e segurança do paciente do Centro Médico Wexner, da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, se preocupa pela falsa confiança que esses produtos podem passar aos consumidores. “A melhor coisa a fazer é limpar a máscara. Não queremos que as pessoas confiem em uma proteção específica que realmente não existe”, disse ele à NBC News.
Jean Gorinchteyn, médico infectologista do Instituto Emílio Ribas, defendeu que os tecidos podem até reduzir a chance de contágio, mas recomenda que as pessoas fiquem atentas às tecnologias utilizadas. “O uso de produtos como estes é muito bom, especialmente para máscaras. Qualquer que seja o produto, é imprescindível que o consumidor cheque se ele têm certificados ou estudos técnicos comprovando sua eficácia”, indicou ao Uol.
Em Brasília, uma das infectologistas do Hospital Águas Claras, Ana Helena Germoglio, lembra que não existe qualquer recomendação para o uso de materiais com suposta ação virucida vinda dos órgãos regulamentadores, como Anvisa, CDC e OMS. “Independente de funcionar ou não, devemos lembrar que a maior contaminação do coronavírus se dá por inalação gotículas ou por contato de mãos contaminadas à face. Alguns tecidos têm, sim, a capacidade de ser hidrorepelentes ou antivirais, entretanto, seu uso precisa ser consciente, pois requerem controle sobre o número de lavagens que suportam e necessitam de validação laboratorial. Outros métodos de prevenção são mais eficazes, acessíveis e baratos”, defende à coluna.
Marco Piu, coordenador científico e organizacional da Tessile e Salute, ainda ressalta que os novos tecidos podem prejudicar o meio ambiente. Para ele, o tema é novo para todos e os profissionais da área ainda não tiveram a chance de avaliar a toxicologia de tais tratamentos.
“Os problemas de ecotoxicologia podem surgir, pois esses processos de produção, potencialmente, abrangem tratamentos adicionais que vão além do revestimento antiviral, como aditivos, coadjuvantes e veículos, que garantem que os compostos grudem nas fibras após várias limpezas. Isso representa uma desvantagem, porque esses podem ser produtos químicos nocivos que entram no processo têxtil ”, alertou ao Uol.
A autoinoculação – quando uma pessoa absorve o vírus após tocar em uma superfície contaminada – tem sido apontada como uma via secundária de infecção. No entanto, apesar da transmissão por inalação de gotículas geradas em espirros e tosses ser mais comum, as roupas antivirais oferecem seguranças físicas e psicológicas que viriam a calhar nas atuais circunstâncias. Ainda assim, ao apostar na proteção extra das tecnologias aplicadas na moda, é importante continuar exercendo os hábitos de proteção individual, como lavagem frequente das mãos, uso de máscaras e álcool em gel. Além disso, se possível, a principal medida de prevenção é ficar em casa.
Colaborou Danillo Costa