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Tamã: conheça a empresa que promove causas indígenas por meio da moda

O projeto, que distribui o lucro de camisetas e acessórios vendidos, acaba de lançar um espaço físico ao lado do Museu Nacional da República

atualizado

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Aislan Ramires/Tamã/Divulgação
Modelo negro posa de olhos fechados em frente a monumento de Brasília
1 de 1 Modelo negro posa de olhos fechados em frente a monumento de Brasília - Foto: Aislan Ramires/Tamã/Divulgação

Moda e lutas sociais podem, sim, andar de mãos dadas. Aliás, mais do que nunca, faz-se necessário utilizar o segmento como uma ferramenta política e educacional. A Tamã, um empreendimento colaborativo com designs autorais feito por indígenas e quilombolas, é a prova disso. Nascida na capital federal há dois anos, a iniciativa está movendo o comércio virtual para uma loja itinerante na cidade. No Moda Brasília desta terça-feira (10/5), a coluna bateu um papo com o cofundador do empreendimento, Cléber Oliveira.

Vem conferir!

Giphy/Tamã/Divulgação

Negócio itinerante

A Tamã nasceu em 2018, a partir de um sonho movido pelo propósito de valorizar a sociobiodiversidade brasileira por meio de produtos autênticos. “Acreditamos que nossas roupas podem carregar e democratizar importantes mensagens e, por isso, trabalhamos desenvolvendo projetos em cocriação com associações e povos indígenas”, explica Cléber Oliveira, biólogo e indigenista à frente da marca.

Cerca de 15 grupos em todo o Brasil fazem parte da rede colaborativa. Dentre eles, a aldeia Guarani, Kayapó e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). O próprio modelo de negócio da empresa é, também, inspirado na economia indígena. O lucro dos itens, desenvolvidos com o design exclusivo, são divididos com comunidades tradicionais e iniciativas dedicadas aos povos tradicionais e quilombolas.

“A moda sempre se apropriou da cultura para vender. A Tamã, no entanto, utiliza elementos dos povos indígenas com a autorização, com acordo e com a repartição de benefícios”, explica o cofundador da marca. Para ele, o impacto do projeto nas comunidades não é só econômico, mas também de reconhecimento. “Estamos fortalecendo uma rede de povos tradicionais. Falar que estamos contribuindo é um exagero, na verdade, eles que estão nos ajudando. E todo mundo vai crescendo um pouquinho, é a economia da reciprocidade, da abundância”, aponta.

A marca imprime a identidade multiétnica brasileira em todos os traços. O portfólio atual tem como carro-chefe as camisetas estampas, mas também conta com modelos de carteiras, bolsas e mochilas.

 Cléber Oliveira e Ana Carolina Correia
Há dois anos, Cléber Oliveira e Ana Carolina Correia fundaram a Tamã

 

Mulher indígena posa usando camiseta com a frase "O Brasil é terra indigena"
A marca é um empreendimento social voltado à promoção de causas indígenas

 

Mulher nega posa em frente a parede branca usando saia amarela e blusa preta e homem negro posa apoiado nos braços com blusa branca e calça preta
Por meio da venda de camisetas com design exclusivo, acessórios e artesanatos, a marca tem um modelo de negócios que divide os lucros com comunidades tradicionais e iniciativas dedicadas a esses povos

 

Camisetas branca, preta e cinza
Cerca de 15 grupos em todo o Brasil fazem parte dessa rede colaborativa
Do mundo virtual para o físico

No mês de abril, na mesma semana do 18° Acampamento Terra Livre, movimento que reúne indígenas na capital federal com o objetivo de defender pautas dos povos tradicionais, a Tamã inaugurou a primeira operação física, ao lado do Museu Nacional da República, em Brasília. Por conta da ocasião, a marca desenvolveu um modelo de camiseta voltado para a temática do evento. “Foi uma chuva de afeto”, descreve o idealizador. Indígenas, líderes, ativistas e artistas apoiadores usaram a peça especial.

Com o espaço, a marca, que já conta com e-commerce, tem como objetivo expandir o alcance e arrebanhar novos clientes. “Nós nascemos em Brasília. E sempre trabalhamos e vendemos para fora, 90% do nosso público é de São Paulo. Então, por que não Brasília? Queremos atingir a cidade em que nós ficamos e moramos, e esperamos que ela possa nos abraçar”, conta Cléber Oliveira.

Até 2023, o plano da empresa é crescer por todo o Brasil. A começar pelos stands físicos. De acordo com Cléber, a estimativa é inaugurar 10 espaços. “Queremos estar na rua, ocupar espaços públicos e estar cada vez mais associados às lutas dos povos indígenas. A vestimenta é também uma ferramenta de informação e queremos usá-la para a promoção da diversidade étnica brasileira”, define.

Stand feito de madeira com janelas de vidro
A empresa acaba de lançar um stand de vendas ao lado do Museu Nacional da República

 

Mulher indígena usa camiseta laranja e shorts preto e está com pintura no rosto
Os produtos são elaborados em parcerias com associações, artistas e comunidades indígenas e quilombolas

 

Mulher negra posa em frente a parede branca usando camiseta verde e calça amarela
Alguns dos itens comercializados têm até 100% da renda transferida em doações

 

Caderneta com estampa étnica no fundo verde e marrom
Em suas estampas, a empresa transmite artes elaboradas por povos tradicionais
Moda Brasília

A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal  no Centro-Oeste.

O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.

 

Para outras dicas e novidades sobre o mundo da moda, siga @colunailcamariaestevao no Instagram. Até a próxima!

Colaborou Marcella Freitas

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