Talento ou influência: o que levou a modelo Kendall Jenner ao auge?
Com frequência, a modelo é alvo de críticas na web por ser uma “nepo baby”, mas algo é fato: ela continua no topo
atualizado
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Com apenas 27 anos, Kendall Jenner ostenta uma extensa lista de desfiles no currículo. Ícone fashion, a irmã mais reservada das Kardashians é também uma das nepo babies (abreviação de “bebês do nepotismo”, em tradução livre) que mais gera polêmicas no mundo da moda, sobretudo por ter um catwalk lento e pouco cativante.
Recentemente, a modelo foi alvo de mais uma onda de hate na internet após desfilar para Schiaparelli na última Semana de Moda de Paris. A coluna, então, desmistifica de onde vem essa revolta por parte da web e como Kendall conseguiu chegar ao topo em pouco tempo, mesmo sendo acusada de não ter tanto talento assim. Vem entender melhor!
Kendall Jenner: como uma talentosa nepo baby deve ser
Kendall Jenner, uma das figuras da famosa família Kardashian-Jenner, mostrou interesse pelo mundo da moda desde pequena. O fascínio pelas passarelas surgiu aos 7 anos, mas foi só aos 14 que Kendall tomou a decisão de tornar a paixão uma profissão concreta.
A influencer criou, então, um álbum de fotos intitulado “Fotos de Kendall Jenner Modelando”, que ela mesma montou com a ajuda de uma simples impressora colorida. Empolgada com o potencial, a “momager” (um trocadilho para mãe e empresária, em inglês) Kris Jenner não hesitou em apoiar o sonho da filha.
A carreira de Kendall começou com muito dinheiro e um bom networking. Grifes da indústria, incluindo Chanel, Givenchy, Fendi, Balmain e Burberry, contaram a presença da modelo desde cedo – algo que muitas colegas de carreira levam anos para conseguir. Com pouquíssimo tempo de profissão, Jenner alcançou o título de modelo mais bem paga do mundo, um feito antes era dominado pela icônica Gisele Bündchen durante 15 anos.
Enquanto alguns defendem a presença marcante de Jenner e a capacidade de influenciar as tendências da moda, outros argumentam que essa rápida ascensão pode ser atribuída principalmente ao fato de ser integrante da própria família. Apesar desses fatos, Kendall defende que não foi fácil chegar nesse patamar. Ela garante que precisou ir em busca de emprego como qualquer outra modelo.
“Eu fiz o que todas precisam e devem fazer para chegar onde estou hoje como modelo. Fui a todos os castings, a todas as cidades, não só por Nova York, mas por toda a Europa para conseguir um emprego e abrir meu caminho”, declarou Kendall no programa de Andy Cohen, em 2021.
O polêmico catwalk e a cultura de ódio na web
Recentemente, após desfilar para a Schiaparelli durante a Semana de Moda de Paris, as redes sociais foram inundadas com uma mais uma onda de críticas e discussões acaloradas sobre o talento e a ascensão de Kendall Jenner na indústria da moda.
Muitos ainda questionam como ela conseguiu alcançar o topo tão rapidamente, e levantam dúvidas sobre as habilidades dela nas passarelas, mesmo com quase 10 anos de carreira. Porém, ainda com todo o histórico de desfiles ruins, esse em questão talvez tenha sido tirado de contexto. Isso porque todas modelos do casting desfilaram igual, pois provavelmente foi um estilo de andar pedido pela própria grife — lento e quase que preguiçoso.
Com isso, é fácil perceber que a cultura do ódio nas redes sociais sempre ultrapassa um limite. Que a Kendall de fato não tem um catwalk à la Naomi Campbell, todos já sabem, mas até que ponto é válido criar um efeito manada de hate só para reforçar um ponto de vista em um contexto talvez não tão real?
A cada temporada, a narrativa parece se repetir, com muitos “especialistas” da web comentando, a todo vapor, críticas ácidas sobre o desempenho da modelo. No entanto, em meio às opiniões, uma verdade persiste: a presença de Kendall Jenner continua a ser um imã para as marcas, independentemente das polêmicas que a cercam.
No auge da era digital, na qual visualizações e curtidas ditam o sucesso, é inegável que os desfiles têm se tornado espetáculos projetados para provocar reações — positivas ou negativas. Assim, comentários maldosos muitas vezes servem como combustível para impulsionar a visibilidade de criações presentes nas passarelas das grifes.
Ou seja, a inclusão de celebridades nas passarelas, mesmo que provoque considerações ruins, continua a ser uma tática eficaz para atrair a atenção das massas e aumentar o alcance das marcas. Por fim, quem tira o precioso tempo do próprio dia para disseminar ódio na internet contribui, mesmo que sem intenção, para a ascensão de personalidades como Kendall Jenner — que chegou a esse nível de notoriedade também por ser rodeada de privilégios financeiros, raciais e, ainda, por influência do nepotismo.
A acusação de nepotismo tem sido uma questão recorrente e levanta debates sobre meritocracia na indústria da moda e o papel das conexões sociais no sucesso profissional. A contínua controvérsia em torno de Kendall Jenner destaca esses desafios no universo fashion, que, muitas vezes, mistura, de maneira complexa, falta de talento e influência relevante como pré-requisito para se integrar no meio.