<i>Strike a pose!</i> Veja como funciona a redação da Vogue Brasil
Além de conhecer a editoria da Globo Condé Nast, mostro para vocês o melhor do curso que fiz com as profissionais da revista. Vem comigo!
atualizado
Compartilhar notícia
Conheci Barbara Migliori, diretora de moda da revista Vogue, na festa de 10 anos que o Hotel Fasano fez em colaboração com a Dolce & Gabanna e a publicação de moda. Uma semana depois, tive o prazer de encontrá-la novamente, em Brasília, quando veio à capital federal fazer a curadoria de um evento da designer brasiliense de joias Carla Amorim.
Nesse mesmo dia, tive a oportunidade de entrevistar Barbara e ainda recebi um convite para conhecer a redação da revista, em São Paulo. Aceitei na hora.
Viajei com o Edson Caldeira, meu parceiro de trabalho, para São Paulo, na última quinta-feira (23/11). Além de conhecer o escritório da revista de moda mais famosa do país, aproveitamos a viagem e participamos do curso “Produzindo Editorial de Moda by Vogue Brasil”, realizado na manhã do dia seguinte.
Organizado pelo Fashion Meeting Experience, as aulas foram bem intimistas. Para quem não sabe, cada edição seleciona um renomado profissional do mundo fashion, que aborda de forma direta todo o processo de criação envolvido em fazer um editorial de moda no padrão Vogue.
Dessa vez, o encontro contou com a participação da diretora de moda da revista, Barbara Migliori, das stylists Alexandra Benenti e Daniela Mônaco, da editora de arte Bruna Bismara e de Beatrice Stoppa, produtora executiva da Vogue.
Quer saber mais do que aconteceu por lá? Então vem comigo!
Após o almoço, seguimos até o Edifício Jardim Europa, na Avenida Nove de Julho, para conhecer a sede da Condé Nast no Brasil. Por lá, um time com profissionais de diversas áreas está disposto nos dois andares da editora. Totalmente cercado por árvores, amplas janelas e corredores, o local tem arquitetura minimalista e localização privilegiada na capital paulista.
Daniela Falcão, ex-diretora de Redação da Vogue Brasil, foi nomeada como diretora editorial da Globo Condé Nast em 2016. Ela assumiu o comando de quatro publicações: Vogue, Casa Vogue, GQ Brasil e Glamour. Atualmente, todos os responsáveis pelas revistas devem responder à Daniela. Entre eles, estão: Paula Melo, da Glamour; Ricardo Cruz, da GQ; e Taissa Buescu, da Casa Vogue.
Na publicação de moda, Silvia Rogar, até então redatora-chefe, passou a ser editora-chefe sob a supervisão de Daniela – que editava a Vogue desde 2005, quando o título ainda era publicado pela Carta Editorial.
Ao chegar lá, a simpática secretária de redação Márcia Caetano nos recebeu para um tour exclusivo. Depois de passarmos pela recepção, entramos na primeira área da Condé Nast, onde equipes das revistas GQ e Glamour dividem o espaço.
“O pessoal, normalmente, vai embora às 20h. Nos sites de cada uma das revistas, temos uma pessoa remota. Apenas a Vogue funciona em dois turnos. Um grupo entra às 8h e sai às 15h, e outro, às 15h e sai às 21h”, explica a nossa anfitriã.
Enquanto passávamos pelos corredores, Márcia nos contava alguns segredos da redação. Ela trabalhou como secretária da Daniela até o ano passado. Sobre o tempo ao lado da diretora-geral, contou: “Foi uma verdadeira escola”.
Em uma das primeiras paradas, conhecemos a sala do Clayton Carneiro, diretor criativo da revista Vogue. A parede do local fica recheada de inspirações e, ao lado, ele monta um moodboard de matérias que sairão na próxima edição.
“Neste ambiente, Clayton vê quais imagens precisarão ser trocadas ou aprovadas”, conta Márcia.
Mais à frente, entramos na sala de Silvia Rogar. Como era final de mês, a próxima edição da publicação já estava quase sendo fechada. Por isso, Silvia teve que sair de madrugada para uma reunião, e não tiveram tempo de arrumar sua mesa.
Em seguida, entramos na redação da Vogue. Jornalistas e outros profissionais essenciais para fechar a revista se dividem no espaço. A mesa da diretora de moda da publicação, Barbara Migliori, fica ao lado esquerdo – coordenando bem toda a equipe.
A partir de então, Márcia nos levou ao Acervo Vogue. Apesar de todas as roupas que chegam à revista serem guardadas no local, ela nos adianta que tudo passa por uma ordenação criteriosa e um trabalho meticuloso com as peças.
“A Barbara dá a diretriz, e o pessoal vai para a rua buscar. Se ela quer, por exemplo, uma roupa vermelha, os produtores buscam itens com essa descrição, e o local fica abarrotado. Depois de tudo ter sido fotografado, a gente começa a colocar nas sacolas e fazemos a devolução. As assessorias geralmente vêm retirar, já as de lojas temos que levar de forma impecável. Tomamos todo o cuidado para que as peças não estraguem”, comenta Márcia.
Por isso, se você ainda tem a ilusão de que a Vogue funciona como no filme “O Diabo Veste Prada”, pense novamente. Aquele enredo é ficção, e as meninas não ficam com as roupas. “Algumas marcas até querem deixar no acervo, mas devolvemos tudo porque, se você começa a ficar com as peças, o cliente pode achar que temos obrigação de colocá-lo nas publicações”, conta Márcia.
As araras vazias são justificadas pela proximidade da edição de dezembro, que chegará às bancas em breve. No entanto, na semana da nossa visita, eles se preparavam para fazer a Vogue Brazilian Footwear, uma revista dedicada a falar sobre sapatos. “Esse suplemento sai duas vezes por ano, em espanhol, inglês e português”, comentou a secretária.
Ao final, subimos para o segundo andar, onde funcionam publicidade, administrativo e ambientes de reuniões. Lá também se encontra a sala de Daniela Falcão. Muito bem decorado e iluminado, o local tem uma ótima visão de todo o espaço.
Se você estiver a fim de conhecer a Vogue, saiba que, de acordo com a Márcia, isso é possível: “A Daniela acha importante as pessoas terem acesso à redação. Só não recebemos grupos grandes. No mais, basta marcar um dia, e nós te recebemos”.
Dando continuidade à nossa experiência com a Vogue, na sexta-feira (24) fomos até o Shopping JK Iguatemi para participar do Fashion Meeting Experience. O objetivo era descobrir e entender cada etapa do processo de criação e finalização de um editorial: desde o desenvolvimento de pautas até a criação dos famosos moodboards, passando pelo controle de budget, para, por fim, desenvolvermos a fotografia e selecionarmos tudo que irá sair no editorial.
O curso começou com uma linha do tempo da revista, falando sobre seus marcos históricos e as capas mais famosas. Descobrimos um pouco sobre grandes editoras da Vogue, como Franca Sozzani e Diana Vreeland, que deixaram um legado incrível na trajetória da marca. Além disso, aprendemos sobre como a moda influencia a sociedade e como personalidades ditam estilos e tendências.
Recebemos também dicas de como identificar tendências em desfiles, além da melhor forma de organizar as ideias através dos moodboards – murais ou paredes que refletem ideias, modos, sentimentos e inspirações por meio de uma coleção de texturas, imagens e textos relacionados a um tema da moda como ponto de referência. Depois disso, o próximo passo é escolher a modelo e, em seguida, o fotógrafo com o estilo adequado para aquele editorial. Alguns trabalham melhor com luz natural, outros com fotos em still, e assim por diante.
Vimos as araras montadas e todo o processo da stylist para escolher os looks que combinam com as tendências e com o moodboard. Em seguida, a modelo recebe uma maquiagem ideal para o shooting – algo bem neutro e natural. Aprendemos também sobre montagem de looks e outros conceitos importantes.
A partir de então, seguimos para o terraço do shopping e observamos o fotógrafo Guilherme Nabhan fazer a sessão do editorial que mais tarde sairá no site da Vogue. A experiência vai ficar marcada na memória! Em breve, vocês poderão conferir o meu próprio editorial aqui no Metrópoles.
Aguardem!