Presente na moda brasileira há 44 anos, Gloria Coelho viu de perto a evolução de nossa identidade fashion, e é exatamente essa vivência que torna seu novo trabalho tão especial. Durante o desfile no SPFWN46, a estilista conduziu uma verdadeira viagem ao tempo pelas décadas mais marcantes do mercado têxtil nacional.

O show, realizado no Teatro Faap, começou com as golas altas dos anos 1960, passou pelos decotes em V da década disco e depois evoluiu para a alfaiataria dos anos 1980, onde o mood vintage começou a dar lugar ao futurismo inspirado no filme Blade Runner e nas obras de Yayoi Kusama, lembradas nos recortes e aplicações circulares que comandaram o final da coleção.

Vem comigo!

Com um DNA minimalista e atemporal que não abre mão da sobreposição, Gloria mais uma vez deu uma aula de praticidade e luxo, com produções descomplicadas e elegantes, para agradar desde as mulheres clássicas até as modernas, pois a mãe de Pedro Lourenço investiu forte na atitude do streetwear paulista.

Na cartela de cores, preto, off-white, navy blue, verde-militar e o marrom, muito usado nesta temporada da SPFW. Entre as matérias-primas, tech prene, crepe, seda pura, lã, vinil, couro e alguns tecidos tecnológicos, que casaram perfeitamente com a máquina do tempo criada pela veterana neste trabalho.

Se na coleção anterior, apresentada em abril, a estilista apostou em uma pegada divertida, com peças inspiradas no filme Os Incríveis, desta vez ela seguiu pelo caminho da sobriedade, quebrado apenas pela despretensão das botas western e os capuzes, que fecharam o show da designer mineira.

A marca
Em 1974, Gloria Coelho lançou a marca G. Foi em 2000 que a label passou a levar o nome da estilista. Em mais de 40 anos de história, já ganhou prêmios como o Phytoervas Fashion Awards, Prêmio Moda Brasil de Melhor Estilista do ano de 2009/2010 e prêmio da revista Época São Paulo de Melhor Estilista do ano de 2010/2011.

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Colaboraram Danillo Costa e Rebeca Ligabue