SPFW N57: confira Lilly Sarti, Reptilia, Az Marias, LED e mais
Nos últimos dias, a semana de moda também englobou apresentações de marcas como Lino Villaventura, Patricia Viera e Marina Bitu
atualizado
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Depois da abertura da marca Aluf no São Paulo Fashion Week (SPFW) N57, o retorno da marca Lilly Sarti agitou o cronograma de desfiles. Ao longo dos últimos dias, marcas consagradas, como Lino Villaventura, Patricia Viera, Az Marias, Marina Bitu e LED também passaram pelos destaques da edição, assim como a estreia da Reptilia na semana de moda.
Vem conferir!
Lilly Sarti
Para comemorar 18 anos de trajetória, Lilly Sarti voltou à programação do SPFW. A estilista, que comanda a marca em parceria com a irmã, Renata, apresentou uma coleção que leva o nome da mãe, Sofia.
Com referências orientais e elementos dos anos 1970, o trabalho reúne elementos que fazem parte da própria história. “É uma coleção potente na essência Lilly Sarti, na cartela de cores e formas, sem um fio condutor ou nada que segurasse a nossa criatividade”, explicou a estilista à imprensa antes do desfile.
Em uma paleta ampla, de tons terrosos a vibrantes, as peças brincam com as texturas. Metalizado, animal print e estampas geométricas chamam atenção em meio a itens de alfaiataria e jeans. Um dos principais destaques é o western, em meio a franjas e e botas, assim como o couro, com direito a capas e telas.
Lino Villaventura
Com um toque artesanal, Lino Villaventura marcou mais uma vez o cenário da moda no São Paulo Fashion Week. O estilista celebrou as modelos maduras que moldaram não apenas a própria etiqueta, mas também o histórico do evento em si.
Desde a emblemática modelo Eliana Weirich, que inaugurou o desfile, até a icônica Vivi Orth, que o encerrou com “chave de ouro”, estrelas veteranas integraram o casting. Isabella Fiorentino e Daniela Rotelli também marcaram presença na passarela.
A essência das nervuras armadas — técnica característica de Villaventura — permaneceram como o pilar principal da coleção apresentada. O detalhe adornou vestidos curtos e longos, jaquetas e até mesmo os looks masculinos, o que resultou em peças tridimensionais únicas.
Nesta temporada, a paleta escolhida englobou tonalidades mais sombrias. Destaque para uma jaqueta preta com gola pontuda e um vestido metálico com recortes construídos a partir de um tecido picotado repleto de pedrarias.
Reptilia
Sob a direção criativa da arquiteta curitibana Heloisa Strobel, a marca Reptilia estreou na semana de moda com êxito. A etiqueta, que já tem uma década de história no mundo fashion, reafirmou a celebração da essência brasileira na passarela.
Intitulada Indelével, a coleção convida os espectadores a explorarem uma atmosfera modernista, na qual peças funcionais se transformam em esculturas vestíveis. Ao ver as criações desfiladas, é possível notar como a estilista buscou explorar as texturas nas peças.
“Eu mergulhei nelas [texturas] porque considero que completar uma década de moda autoral no Brasil é uma conquista que ‘marca na pele’. Trouxemos ainda tecidos inovadores que proporcionaram um resultado bem escultórico. Estamos indo mais a fundo nesse traço arquitetural do meu trabalho”, contou, em comunicado, a diretora criativa.
As cores escolhidas foram definidas como “mais ácidas” em comparação ao repertório de moda da etiqueta. Mangas bufantes e barras com volume arredondado — o famoso balonê — estavam presentes nos visuais. Acessórios e aviamentos em diferentes materiais, como metal e resina, assinados por Carlos Penna e Márcio Krakhecke, respectivamente, completaram as produções.
Patricia Viera
Uma viagem ao Peru foi a grande inspiração para a coleção de inverno 2024 da grife Patricia Viera, revelada no SPFW N57. A estadia no hotel Explora, em Machu Picchu, inclusive, já havia sido explorada pela estilista carioca em trabalhos anteriores. Contudo, a mais recente ida ao país rende novos formatos e cores, principalmente processos de tingimento natural.
“Felipe Veloso [stylist] e eu gostamos muito de buscar incentivos na natureza”, introduziu a designer, em comunicado. “O Vale Sagrado coincide muito com o olhar, o cuidado, a energia que cerca a marca”, acrescentou.
Com o couro como material principal, Patricia Viera apostou nos tradicionais mosaicos e no metalizado, mas também em texturas aveludadas. Em meio a visuais monocromáticos e estampas geométricas, a label investiu em uma paleta predominada por marrom, magenta, coral, amarelo e um tom de verde fechado.
Um dos principais highlights são as franjas, que apareceram em variados tamanhos. A sobreposição, a partir de jaquetas descontraídas e trench coats, incrementou as produções, além elásticos nas barras de casacos e vestidos.
A trend do comprimento mini foi aproveitada em saias e até em short que remetia a uma calcinha, à la Miu Miu. Nos pés, botas de cano alto da Arezzo chamaram atenção.
Az Marias
O quarto ato da coleção Florescer, da etiqueta AZ Marias, proporcionou uma experiência inesquecível para o público neste São Paulo Fashoin Week. Sob a direção criativa de Cintia Felix, o desfile mergulhou nas profundezas de um dos elementos vitais: o ar. Nas outras edições do evento, a etiqueta já havia passado pela terra, pelo fogo e pela água.
Inspirada no conto das borboletas de Oyá e nas relações maternas, a estilista apresentou mais de 25 looks. Todos eles divididos entre os temas brisa, nuvem e fumaça.
A imersão sensorial foi complementada com elementos cenográficos e aromas exclusivos desenvolvidos pela Givaudan Brasil, o que ajudou a transportar os espectadores para um universo fantasioso. A trilha sonora foi uma mistura vibrante de hip-hop, reggae e dancehall.
O desfile ocorreu no Teatro Oficina, um dos principais centros culturais da capital paulista. Em sintonia com a teatralidade presente na passarela, diversos itens tinham detalhes lúdicos, como a mochila quadrada com uma “nuvem” dentro e a saia com bolinhas coloridas na barra.
As peças em jeans não poderiam ficar de fora, já que o material é o “carro-chefe” da marca. No entanto, elas foram combinadas com roupas mais delicadas nesta temporada. Calças e blusas de renda e bordados acompanhavam os visuais denim.
Marina Bitu
O desfile Cariri: O Início e o Fim, de Marina Bitu, foi uma jornada emocionante pelas raízes ancestrais da estilista. Inspirada pela vontade de se reconectar com essas origens, a nova coleção da marca mergulha profundamente nas tradições e riquezas naturais, históricas e culturais da região, localizada no sul do Ceará.
Dividido em quatro blocos, o desfile refletiu as descobertas e experiências de Marina Bitu e da sócia, Cecília Baima, durante a imersão pelo local. Desde a surpreendente descoberta dos fósseis de dinossauros até as lendas e mitos dos povos originários, cada aspecto das criações capturou a essência e a riqueza do Cariri.
A coleção apresentou várias famílias distintas de peças, cada uma inspirada por elementos específicos da região. A Pedra Cariri, por exemplo, apresenta roupas em linho tingidas manualmente com casca de romã, que exalam as cores e texturas das pedras de calcário laminado tão abundantes na região. Já o print Flores da Chapada homenageia as primeiras angiospermas encontradas no ambiente, com peças de fuxico em formas de flores criadas por artesãs locais.
Além das inspirações arqueológicas, a coleção explorou a religiosidade e a cultura do Cariri. A família Jucá apresentou visuais construídos a partir da técnica capitonê, inspirados na folha da planta usada em rituais de cura, enquanto o Reisado foi retratado por meio de adornos dos trajes dos mestres, representados em peças com espelhos em acrílico e fitas coloridas.
LED
Neste temporada do SPFW, a marca mineira LED convidou a Pool Jeans by Riachuelo para se unirem e transformarem o icônico tecido em uma verdadeira declaração de amor. Com propostas marcantes e criativas — que exaltam a versatilidade do material tão amado —, alguns itens da coleção, como bolsas e jaquetas, ganharam o formato e o recorte de um coração.
Outros looks apresentados exploraram os limites e as possibilidades do jeans, com modelagens amplas que remetem à tendência baggy dos anos 1990. Além do azul tradicional, diferentes lavagens e cores foram incorporadas nas peças.
Para deixar o DNA da marca registrado na coleção, a LED apostou também em estampas maximalistas que exalam diversão e contemporaneidade, com elementos como chamas e desenhos de flores nas roupas. A adição desses componentes resultaram em uma explosão de energia e vitalidade na passarela.
Ao fim do desfile, vestidos artesanais de crochê ganharam os holofotes. O comprimento das peças e a paleta de cores foram variados. Os visuais iam do mini ao midi e do neon ao bege. Os calçados da Melissa completaram os outfits.
SPFW N57
Desde o dia 9 de abril, o São Paulo Fashion Week N57 vem movimentando a moda nacional, com desfiles entre os shoppings JK Iguatemi e Iguatemi São Paulo. Nos próximos dias, até este domingo (14/4), o evento ainda receberá apresentações de etiquetas como Catarina Mina, Walério Araújo, Dendezeiro, André Lima e Amapô Jeans. O encerramento será um show da label João Pimenta, no Edifício Martinelli.