SPFW N56: veja Apartamento 03, Hist, Joao Maraschin, Bold Strap e mais
De 8 a 12 de novembro, a semana de moda englobou desfiles de marcas como Marina Bitu, Handred, Greg Joey, Dendezeiro e Ateliê Mão de Mãe
atualizado
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Entre 8 e 12 de novembro, a 56ª edição do São Paulo Fashion Week agitou a moda nacional. Com marcas consagradas e estreantes, a semana de moda deu continuidade ao tema Origens, que começou no evento N55. Os desfiles ocorreram principalmente no Shopping Iguatemi e no Komplexo Tempo. Nos últimos dias, etiquetas como Bold Strap, Apartamento 03, Hist, Joao Maraschin, Marina Bitu, Handred, Greg Joey, Weider Silveiro, Dendezeiro, Ateliê Mão de Mãe e Angela Brito, entre outras, se destacaram com as coleções apresentadas.
Vem conferir!
Marina Bitu
Cores e texturas proporcionam sensações na coleção Fungus, da etiqueta Marina Bitu, revelada no SPFW N56. O compilado é resultado de uma curiosidade sobre o reino Fungi, por meio de uma analogia ao aparelho reprodutivo feminino.
“A coleção começou a ser gestada quando Marina descobriu que o fóssil de cogumelo mais antigo registrado no mundo, com cerca de 120 milhões de anos, é brasileiro e foi originalmente encontrado em rochas na Chapada do Araripe, no Cariri cearense, região de onde veio suas origens e família. Hoje, o fóssil, chamado de Gondwanagaricites magnificus, está no herbário da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)”, revelou a marca em comunicado.
Na cartela de cores, os protagonistas são coral e laranja, em meio ao branco, magenta, verde, vermelho e preto. Nos materiais e nas texturas, Bitu usou seda, plumas, franjas e aplicações tridimensionais. Plissados, drapeados, transparência, gola alta e modelagens fluidas incrementam as criações, assim como fuxicos, tapeçaria, crochê e bordados.
TA Studios
A TA Studios se inspirou nas cartas do tarô para a nova coleção. O verão 2024 da marca segue o conceito da tropicalidade com peças lisas e estampadas. Focada em tons vibrantes, a paleta também dá espaço ao discreto. A sinergia pode ser encontrada em peças terrosas e também multicoloridas.
Forte tendência da temporada, as peças em jeans com lavagem metalizada marcaram também a apresentação da TA Studios. Os cortes, decotes, comprimentos e modelagens desafiam os papéis de gênero, trazendo o conceito da diversidade para as roupas. Parte das peças segue o flow da alfaiataria.
Walério Araújo
Nome referência do São Paulo Fashion Week, Walério Aráujo entregou uma coleção intergaláctica com referência aos signos do zodíaco. O designer levou à passarela peças tridimensionais com formas inesperadas e maximalistas.
De forma lúdica e sexy, Walério Araújo proporcionou a coleção mais teatral da temporada. Longos vestidos, blazers brilhantes e conjuntos de alfaiataria deram o tom do desfile, assim como transparência e peças feitas de cristais. O vermelho predominou na paleta nada básica.
Handred
Fundada pelo estilista André Namitala, a Handred já é veterana no São Paulo Fashion Week. Na edição N56 do evento, a marca carioca apresentou uma coleção especialmente inspirada na obra do arquiteto e designer Sergio Rodrigues, com referências do modernismo brasileiro. O desfile foi realizado em uma loja de mobiliário.
Com styling de Felipe Veloso, os visuais carregam estampas temáticas, shapes estruturados e efeitos texturizados a partir de materiais como linho, seda, veludo, couro, tricô de algodão e até madeira. Patchworks, mosaicos, drapeados e franzidos deixam as obras mais conceituais.
Greg Joey
Batizada de Pixilated, a coleção da Greg Joey foi inspirada em São Paulo e nas diferentes percepções que a cidade causa, como amor, amizade, felicidade, tristeza, status, conquistas e decepções, segundo a label. A paleta é sóbria, com tons de azul, branco, bege e preto.
Um dos destaques é a alfaiataria cool, assim como as estampas com fotos da artista e fotógrafa Camila Schubert. Na lista de materiais usados, estão seda, linho e algodão. Nos pés, tênis da Converse completam os looks.
Apartamento 03
A coleção Nobre Azul, da Apartamento 03, se baseia no azul waji, um “pigmento obtido por meio de um longo processo de cultivo e cura de plantas, originando o índigo”. Vibrante e cativante, a tonalidade é a estrela das novas criações do estilista Luiz Cláudio, conhecida pela sensibilidade e pela experimentação.
Balonê, jeans com aplicações de cristais, alfaiataria com lurex, transparência e metalizado degradê são apostas da marca. Lapelas, miçangas bordadas e fendas múltiplas também aparecem. Entre os calçados, criados pela etiqueta Pura, estão scarpins, rasteiras com plataformas e sapatilhas de bico fino.
“Se eu precisasse resumir a coleção em apenas três palavras, seriam: transformação, qualidade e azul. Essa coleção tem muito a ver com o desejo de realizar criações que sempre quis fazer, e novamente estou tendo a oportunidade de torná-las realidade”, apontou em comunicado Luiz Cláudio, diretor criativo.
Lucas Leão
Não será possível lembrar da edição N56 do SPFW sem associar aos blazers com gotas de vidro soprado cheio de água de Lucas Leão. O estilista revelou uma coleção clássica de alfaiataria, mas com elementos únicos de arte. A marca apostou na elegância em vez das clássicas estampas gráficas.
Tons mais claros, como branco e cinza, nortearam as peças. Vestidos, camisas com gola, sapatilhas, gravatas e plissado nas mangas foram destaques. Para os homens, shorts em tamanho curto também foram apostas.
Hist
No time de estreantes no SPFW, a Hist surpreendeu o público. A marca de streetwear demonstrou que está atenta às demandas do público jovem. Criada em 2021, a label desembarcou na edição N56 com elementos de alfaiataria desconstruída. A coleção também entregou uma pegada sexy.
Efeitos rasgados, regatas, calça de cintura baixa e blazers estiveram entre os highlights da apresentação. Vale destacar também os prints em camisetas e calças, criados pela artista cearense Azuhli. Os itens prometem figurar entre os queridinhos do público que consome a marca.
Dendezeiro
Diretamente da Bahia, a Dendezeiro, em um curto período de tempo, se tornou uma das marcas mais admiradas do São Paulo Fashion Week. Nesta edição, os estilistas tiveram como referência as diferentes formas de brasilidade. A marca soube unir elementos nostálgicos, mas com um olhar para o presente e o futuro.
Sob o comando de Hisan Silva e Pedro Batalha, a Dendezeiro brilhou com muito “suor” brasileiro no SPFW. A marca apresentou reinterpretações das próprias raízes, com destaque para um guarda-sol enorme nas costas de um look, que parece ter saído direto das praias de Salvador.
Estampas que remetem a ofertas de supermercados, jogos de mesa de crochê e peças confeccionadas com técnica de tufting. A tapeçaria foi um destaque à parte a partir da colaboração com o artista Renan Estivan. Para coroar a coleção, aparecem criações desenvolvidas por meio do Dendêgame, desafio criado pela dupla para estimular a criatividade do público e desenvolver peças características da cultura brasileira, como filtro de barro, espelho com fundo laranja e galões de água, que ganharam versões em bolsas.
Ateliê Mão de Mãe
A coleção Água de Meninos, da marca baiana Ateliê Mão de Mãe, leva o nome de um bairro de Salvador. Segundo a label, o compilado celebra não apenas a moda, mas também a cultura e a espiritualidade locais.
Os diretores criativos, Patrick Fortuna e Vinícius Santana, ao lado de Luciene Brito, mãe de Vinícius, estão por trás dessa coleção. Água de Meninos é mais que um lugar para o trio. “É uma memória guardada profundamente em nossos corações, um ponto de partida para a criação desta coleção única”, diz Vinícius.
Na passarela, não faltaram crochês, estampas enérgicas e um toque fresh casual. Os looks foram divididos em quatro categorias para o show: Fundamento, Romaria, Arte Sacra e Cestaria.
Joao Maraschin
Uma das etiquetas estreantes no SPFW, Joao Maraschin revelou a coleção Home. Trata-se de uma alusão à história do próprio fundador e diretor criativo, que tem o negócio firmado em Londres, na Inglaterra. Ele, que foi o primeiro brasileiro a ser indicado ao renomado Prêmio LVMH, volta para casa e traz o artesanato imerso na moda responsável.
Algodão orgânico certificado, fios reciclados e crochê oriundo de linhas de pesca estão no trabalho. O designer também aposta no couro de pirarucu a partir da pela que seria descartada e no biomaterial Beleaf. Alfaiataria descontraída e transparência complementam o repertório.
Angela Brito
Intitulada Romaria, a nova coleção da estilista Angela Brito apresenta peças inspiradas nas festas de santos padroeiros que ocorrem nas ilhas de Cabo Verde e em muitas cidades do Brasil. Círio de Nazaré, em Belém do Pará; Bom Jesus da Lapa, na Bahia; Romaria de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte; e as festas de São Jorge, no Rio de Janeiro, estão entre as referências.
“A ideia veio do questionamento de quando as pessoas voltam para sua cidade de origem e, a partir daí, entender como isso influencia no comportamento cultural local, principalmente no modo de se vestir, entre aqueles que ficaram em Cabo Verde e os que foram para fora”, contou a idealizadora em comunicado.
Entre as peças, as estampas temáticas foram desenvolvidas por Maxwell Alexandre. Em geral, a paleta inclui pitadas de verde e azul, para além dos tons sóbrios, como preto, branco e cinza. As modelagens são fluidas e elegantes.
Santa Resistência
A cultura nordestina foi interpretada a partir do olhar de Mônica Sampaio, estilista da Santa Resistência. A marca se aprofundou nas raízes do sertão em uma coleção cheia de brilho, cores e estampas. Vestido com bordados, crochê e macramê estiveram entre os destaques.
Elementos característicos da etiqueta, como o algodão e o linho, também ajudaram a valorizar a narrativa, com cores terrosas que remetiam à seca. Entre os destaques, um chapéu em alusão ao utilizado por Lampião se destacou. Ilustrações também compuseram a coleção com referência a artistas nordestinos.
Os acessórios ressaltaram aspectos locais, como as bolsas de barro. A paleta de cores incluiu o branco, com tonalidades que vão do pôr-do-sol a um azul marcante. Ao todo, foram desenvolvidas 50 looks.
Forca Studio
A Forca Studio “incendiou” a edição N56 do SPFW. Com a proposta de comentar sobre as demandas atuais da sustentabilidade, a marca criou uma atmosfera que une elementos do gótico a estética destroyed. Adepta as apresentações grandiosas, a etiqueta, dessa vez, utlizou drones sobrevoando com peças da coleções ao som de um baterista tocando ao vivo.
A borracha nativa e o látex natural foram os materiais usados para construir vestidos, casacos, saias e bermudas. O látex, que foi destaque na coleção anterior, chega de uma forma amena sobre a manga das roupas e combinado com os sapatos.
O estilo rebelde e urbano predominaram, mas peças mais básicas e utilitárias também tiveram espaço no desfile. Alfaiataria, tecidos estruturados e couro com efeito molhado foram momentos de “respiro” da coleção. Tons terrosos, preto, branco e metalizado são as opções escolhidas pela dupla Vivi Rivaben e Silvio de Marchi para esta temporada.
Bold Strap
O público conferiu em peso o último desfile da temporada do São Paulo Fashion Week N56. A Bold Strap lotou a sala do Komplexo Tempo com a própria versão para o período colegial. A marca conquista clientes com a pegada associada às tendências da geração Z.
Na passarela, a etiqueta proporcionou um cenário estudantil, mas com a pegada sexy e feroz, características que a permeiam desde o começo. O estilista Peu Andrade mergulhou na tendência que marcou 2022 e 2023, a estética Y2K, mas conseguiu trazer uma identidade autêntica. A coleção tem tweed e xadrez, em peças bem lânguidas, com cintura superbaixa.
O desfile ressaltou o aspecto de diversidade da Bold Strap. Modelos de diferentes corpos revelaram as peças da nova coleção, com ar de nostalgia, porém com o olhar para o futuro.
SPFW N56
Nesse domingo (12/11), o SPFW N56 foi encerrado, com marcas como Lino Villaventura, LED, Heloisa Faria e Gefferson Vila Nova na programação. Nos dias anteriores, o cronograma também foi composto pelas etiquetas Helô Rocha, João Pimenta, Artemisi, The Paradise, Patricia Viera, DePedro e Martins, entre outras.