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Shein multiplica emissões e se torna a maior poluidora da moda

Após ultrapassar concorrentes, a varejista chinesa atingiu altos níveis de gases, seguida por empresas como Inditex (Zara), Nike, H&M e LVMH

atualizado

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Stanislav Kogiku/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
A vista externa da loja Shien, uma varejista on-line de fast fashion sino-cingapura.
1 de 1 A vista externa da loja Shien, uma varejista on-line de fast fashion sino-cingapura. - Foto: Stanislav Kogiku/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

O lado obscuro do fast fashion voltou a chamar atenção após dados preocupantes serem divulgados pela Shein sobre a emissão de gases que causam o efeito estufa. Apesar de tornar a moda mais acessível e ser um fenômeno global, o modelo de negócios colabora com uma indústria que degrada o meio ambiente a favor dos lucros. Após multiplicar os danos, a varejista chinesa se tornou a maior poluidora da moda, na frente de empresas como Inditex (Zara), Nike, H&M e LVMH.

Vem entender!

Ativistas do Greenpeace protestam no Portão de Brandemburgo contra a poluição do meio ambiente em Gana causada por roupas de fast fashion como resíduos plásticos.
Em geral, a indústria da moda é uma das mais poluentes no mundo

 

Entre as empresas que mais avançaram mercadologicamente, a Shein virou não apenas uma companhia extremamente rentável, mas também uma máquina de produção e distribuição. No entanto, os dados apresentados pela própria varejista sinalizam que no últimos três anos esse progresso foi de grande custo para o planeta.

O portal Business of Fashion (BoF) publicou recentemente um material com os números divulgados pela Shein sobre os níveis de emissão de gás carbônico na atmosfera. De acordo com a análise, a companhia excedeu os próprio limites, alcançando números preocupantes para o mercado e principalmente para o meio ambiente. Atualmente, tem o título de maior poluidora da moda, segundo o BoF.

Uma visão geral do lado de fora da festa SHEIN VIP em Creamfields North
A Shein tem lojas físicas fixas e pop-up stores ao redor do mundo todo, além do e-commerce

 

Os dados da Shein

No ano passado, a pegada de carbono de empresa quase triplicou em relação aos dois anos anteriores. A Shein declarou que em 2021 era responsável pela emissão de 6 toneladas de dióxido de carbono, o que representa níveis atrás da faixa atual das concorrentes.

Vale lembrar que em 2021 o mundo ainda enfrentava a pandemia, que colaborou com a alta nas compras on-line. No cenário, plataformas se transformaram em verdadeiras multinacionais. Mesmo com todo o combustível gasto para transporte e envio de peças, os dados apontam a produção como o processo mais danoso.

Imagem mostra um gráfico com três barras em escala crescente na cor laranja
O relatório da Shein confirma as preocupações dos ambientalistas

 

Imagem mostra um gráfico com três barras em escala decrescente na cor laranja, amarelo e azul
A Shein diz que pretende reduzir a emissão de gases no transporte e envio

 

Imagem mostra um gráfico com cinco barras em escala decrescente na cor laranja, amarelo, azul, verde e branco
Nas emissões, a Shein ultrapassou empresas como Inditex (Zara), Nike, H&M e LVMH

 

Nos dados atuais, referentes a 2023, a Shein alcançou a marca de 16.7 toneladas (t) de CO², mantendo uma distância considerável de outras grandes produtoras como a label esportiva Nike, que atingiu as 9.5 t , ou a também fast fashion H&M, com 8.6 t. A maior concorrente, Inditex, dona da Zara, que antes estava no posto de maior poluidora, desta vez bateu 16.4 toneladas.

As métricas são tão altas que chegam a superar o percentual de receita da Shein. Isso coloca a Shein no centro de uma contradição e abre uma questão para os investidores interessados nas práticas do Environmental Social Governance (ESG). No relatório recente, o CEO da Shein, Sky Xu, reconheceu que a situação é “particularmente crítica”.

Imagem mostra um gráfico com com barras amarelas e laranjas repetidas cinco vezes e variando de tamanho
As emissões de carbono superam os números de vendas da Shein

 

Os próximos passos

Para combater a fase crítica, a Shein aponta caminhos para a sustentabilidade que podem ser adotados. Em julho deste ano, abriu um fundo de circularidade com foco na reciclagem dos materiais têxteis, que bate cerca de US$ 200 milhões.

Entre as anunciadas medidas para a reduzir a emissão de gases, a Shein passou a comprar de fornecedores mais próximos dos consumidores, como a Turquia e o Brasil. Atualmente, a varejista avalia cortar 25% da emissão de gases em até seis anos, para se alinhar à Science Based Targets Initiative (Inciativa de Metas Baseadas na Ciência, em tradução livre), uma reguladora global de objetivos climáticos.

Ativistas do movimento Non Una di Meno com cartazes onde se lê: A moda continua, mas o mundo está em colapso, e faixas nas ruas do centro de Roma contra a exploração no setor da moda durante o dia da greve transfeminista.
Protestos contra a indústria fashion são comuns no mundo

 

A imagem mostra uma camisa bege etiquetada com o símbolo de recilgagem pintado de verde sob um papel bege.
A sustentabilidade é uma necessidade favorável para a moda

 

Para o futuro, a indústria da moda, em geral, precisa se ajustar às expectativas de um panorama que seja benéfico tanto para os produtores quanto para os consumidores e o meio ambiente. Existem saídas para uma eminente derrocada da moda, como a economia circular, que traça um equilíbrio entre a inovação, a responsabilidade social e o respeito ao planeta.

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