Setor de luxo pode perder bilhões em valor de marca com a pandemia
Estudo listou as 50 labels mais valiosas de moda, automóveis e beleza para 2020, estimando o impacto da Covid-19 nesses segmentos
atualizado
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A consultoria Brand Finance revelou a lista das 50 marcas mais valiosas e poderosas do mundo em 2020. Segundo os dados, as empresas citadas podem perder até US$ 35 bilhões por causa dos danos ocorridos com a pandemia de Covid-19. No segmento de moda, a Gucci é a grife com maior valor, totalizando US$ 17,6 bilhões e um crescimento de US$ 20,27%. Já no ranking geral, fica atrás apenas da fabricante de veículos alemã Porsche, que cresceu 15,6% e vale US$ 33,9 bilhões, uma diferença considerável entre as duas primeiras colocações.
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Impacto da Covid-19
No setor de luxo, o estudo Luxury & Premium 50 2020 trabalha com os segmentos de moda, empresas automobilísticas e cosméticos e cuidados pessoais. Cada um deles sofreu de um jeito diferente em meio à pandemia, sendo o setor de beleza o que se sairá melhor dentro desse cenário. No segmento da moda, o mais afetado pela crise sanitária do novo coronavírus, a queda de valor de marca é estimada em 20%, acima dos 10% esperados para o setor de automóveis.
Com essa métrica, um impacto de até 20% é definido como alto, até 10% é moderado e perdas mínimas são consideradas limitadas. A empresa informou que “avaliou o impacto da Covid-19 com base no efeito do surto no valor da empresa”, fazendo comparações com os dados de 1º de janeiro deste ano.
De acordo com a Brand Finance, a China é uma das apostas para que essas empresas superem a crise. “Não há como negar a importância do mercado chinês para garantir a boa saúde e o crescimento no setor de luxo e premium. Testemunhamos os chineses manterem o setor ‘acima da água’ com sucesso após a crise de 2008. As representantes do mercado de luxo estarão contando com este mercado mais uma vez na esteira da pandemia do coronavírus”, afirmou o diretor de avaliação, Alex Haigh.
Se para as 50 etiquetas mais valiosas a perda de valor de marca está estimada em até US$ 35 bilhões, a queda sobe para US$ 1 trilhão quando analisadas as 500 empresas mais valiosas do mundo, com piores cenários nos setores de aviação, gás e óleo, turismo, restaurantes e varejo. Apesar disso, algumas empresas se sairão bem, como é o caso da Amazon, Netflix, WhatsApp, Skype, BBC e BUPA.
As mais valiosas
As etiquetas de moda dominam o top 10 de empresas mais valiosas, totalizando oito. Cinco delas (Louis Vuitton, Cartier, Chanel, Hermès e Dior) são francesas, com uma média de crescimento em 14%. Dentre as dez principais empresas, a LV registrou o maior crescimento no valor de marca, com 21,4%. Duas dessas empresas tiveram queda: a relojoeira suíça Rolex perdeu 2,2% de valor, enquanto a grife norte-americana Coach teve o valor reduzido em 9,7%. Isso não as impediu de ocuparem posições de destaque no ranking.
Depois da LV e da Gucci, o maior crescimento foi da Chanel, que vendeu US$ 12,8 bilhões em 2019. O valor de mercado da grife francesa subiu 19,4%, atingindo US$ 13,7 bilhões. O conglomerado de luxo LVMH detém nove dentre as 50 marcas do ranking.
De todas as dezenas de empresas, a que apresentou maior crescimento foi a Givenchy, com um salto de 74,2%, para US$ 2 bilhões, impulsionado pela área de maquiagem e do perfume L’Interdit. A grife Tom Ford, escalada como parte do segmento de beleza, também teve aumento notável, de 47,2%. Enquanto isso, a Valentino sofreu uma queda de 39,1%.
Confira o top 10 de marcas mais valiosas:
1. Porsche: US$ 33,9 bilhões, com crescimento de 15,6%
2. Gucci: US$ 17,6 bilhões, 20,2%
3. Louis Vuitton: US$ 16,4 bilhões, 21,4%
4. Cartier: US$ 15,01 bilhões, 10,1%
5. Chanel: US$ 13,7 bilhões, 19,4%
6. Hermès: US$ 11,9 bilhões, 9,1%
7. Ferrari: US$ 9,05 bilhões, 8,7%
8. Rolex: US$ 7,8 bilhões, -2,2%
9. Dior: US$ 6,86 bilhões, 8,6%
10. Coach: US$ 6,81 bilhões, -9,7%
As mais fortes
O estudo também avalia a força das empresas, o que define como “a eficácia do desempenho em medidas intangíveis de uma marca, relativas aos seus concorrentes”. Para isso, levou em conta critérios como lealdade dos clientes, investimento em marketing, reputação corporativa e outros fatores que podem influenciar na escolha dos consumidores.
As representantes italianas do ranking (15) se destacam em número e força, enquanto o crescimento e o valor de marca é mais significativo para as francesas (12). Aqui, o cenário muda um pouco, com apenas seis nomes do segmento de moda no top 10: Rolex, Gucci, Louis Vuitton, Hermès, Moncler e Bottega Veneta.
Confira a lista das 10 marcas mais fortes:
1. Ferrari: score 94,1 de 100, com queda de 0,7
2. Rolex: 89,8, -0,2
3. Gucci: 89,6, +4,1
4. Louis Vuitton: 87,3, +2,7
5. Lancôme: 86,3, +0,1
6. Estée Lauder: 85,7, +0,1
7. Hermès: 85,7, +1,0
8. Moncler: 85,4, +2,6
9. SK-II: 85, +0,2
10. Bottega Veneta: 85, +1,1
Colaborou Hebert Madeira