Saúva: marca brasiliense estreia com calças coloridas de alfaiataria
Criada este ano por Thayla Gomes, a etiqueta tem foco no slow fashion e traz peças com toque vintage
atualizado
Compartilhar notícia
Ampla cartela de cores, alfaiataria e toque vintage. Essas são as apostas da nova marca brasiliense, a Saúva. Fundada recentemente por Thayla Gomes, a label chega com autenticidade e propósito consciente, focada na moda lenta e inclusiva. A primeira coleção traz um modelo de calça clássica em várias opções de tonalidades.
Vem comigo!
Formada em publicidade e propaganda, Thayla Gomes teve a ideia de criar o negócio em setembro. “Sempre me disseram que eu deveria abrir um negócio relacionado a moda, fotografia, escrita ou artes visuais. Nunca dei muita bola”, lembra. “Até que chegou a pandemia e o tédio e os questionamentos sobre a vida bateram fortes. As coisas começaram a nascer sem que eu percebesse.”
Para a própria marca, a brasiliense investiu em pilares que acredita, com inspiração nos anos 1990 e no estilo tradicional da mulher parisiense, além de referências culturais. As criações têm tudo a ver com o estilo pessoal da empreendedora.
“O DNA da Saúva é o meu DNA: minhas referências estéticas da infância, minha vivência em países latinos, minha ascendência hispânica, meu amor pela brasilidade e tudo o que a constitui, meus pais, minhas pesquisas em arte…. Eu crio a partir daquilo que eu gostaria de consumir, crio o que eu gostaria que existisse perto de mim”, afirma Thayla à coluna.
Além disso, a primeira coleção surgiu da vontade de oferecer peças de qualidade e preços justos. “Defini que deveria, no primeiro momento, trabalhar apenas com uma só modelagem e um tipo de peça e, ainda, que seria sob encomenda, que eu não deveria fazer um estoque por enquanto”, explica. Atualmente, todas as vendas são confeccionadas por uma costureira local.
Apesar de ter sido fundada em um momento delicado, em meio à crise da Covid-19, a Saúva tem dado bons resultados. O principal desafio, agora, refere-se a questões técnicas, que envolvem fornecedores e logística. “Também acho que, se não fosse a pandemia, a Saúva nunca nasceria. A Saúva foi uma saída para mim, quando este ano pareceu perdido.”
Forte e sonoro, o nome “Saúva” tem um significado importante para Thayla. “A associação ao universo das formigas, no geral, já é algo que eu gosto muito, por entender que elas nos ensinam sobre sociedade, cooperação, coletividade, valor e medida do trabalho, cautela. Além disso, as formigas-saúvas são cortadeiras, têm um ‘ferrão’ que lembra o formato de uma tesoura, algo que se relaciona com o universo dos tecidos e da costura”, esclarece.
Contudo, a escolha oficial foi antecedida por vários momentos de dúvida. “Até que meu namorado, Adolfo Neto, um dia acordou e me disse: ‘Sonhei que sua marca se chamava Saúva!’. A partir daí, não questionei mais qual seria o nome da minha loja”, recorda Thayla.
As calças da Saúva caem bem em diferentes situações – dos ambientes executivos aos momentos mais informais, como destaca a criadora.
“Sempre gostei da ideia de misturar o ‘natural esportivo’ com o ‘refinado’ e transgredir algumas convenções sociais que não fazem muito sentido pra mim. Quis que a alfaiataria entrasse na minha vida sem que ela tivesse um código de uso, pra ser recorrida em qualquer ocasião”, aponta. “Assim, quis que as calças fossem as primeiras peças por serem algo que eu desejava ter no momento. Mais que um blazer, uma saia ou uma bermuda, por exemplo.”
O atual modelo da label está disponível em seis tons. Os pedidos podem ser feitos pelo Instagram da Saúva. Para os próximos lançamentos, Thayla pretende mergulhar em outros universos, além da alfaiataria. Quer, ainda, acrescentar estampas e mais texturas.
Para apresentar a marca ao público, um material fotográfico especial foi preparado. “O conceito basicamente foi a tentativa de criar um ambiente que valorizasse a cor das calças, mas que eu também, enquanto modelo, pudesse interagir. Assim, fomos fazendo testes com tudo que tinha disponível na minha casa”, revela.
Dirigido e estrelado pela própria Thayla Gomes, o shooting teve direção de arte assinada por João Leite, maquiagem feita por Juliana Rodrigues e produção de Adolfo Neto. Os cliques são de Wirton Araújo. O resultado tem tudo a ver com o que Thayla deseja para a marca: uma mistura cool e descontraída.
“Meu pai é músico e colecionador de ferramentas, minha mãe adora moda e decoração, o diretor de arte do photoshoot [João Leite] sabe muito sobre plantas e botânica… Então, fomos juntando tudo isso sob o senso estético de todos que estavam ali presentes e, assim, o ensaio nasceu”, comemora.
As metas e os planos de Thayla Gomes para a Saúva prometem. A empresária pretende lançar mais coleções, sem limitações de tamanho ou gênero. “Penso em fazer parcerias com marcas que convergem para o mesmo propósito da Saúva, trazer referências de outros lugares do mundo e transitar o máximo possível com a marca, para que ela seja o resultado de muita pesquisa e honestidade. E, claro, quero sempre criar coisas que acompanharão as pessoas que as adquirem durante muito, muito tempo”, conclui.
Colaborou Rebeca Ligabue