Saiba quais foram os destaques da primeira edição do Brasília Trends
Apesar dos atrasos, evento apresentou bons desfiles e reacendeu debate sobre a moda na cidade
atualizado
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A primeira edição do Brasília Trends movimentou a capital federal neste final de semana (22/11 a 25/11). Entre palestras, oficinas, workshops, exposições e estandes de negócios, 25 marcas desfilaram no evento.
Além de etiquetas locais, Bernardeth Martins, Lorraine Bonadio e Ruben Parrilha trouxeram para o projeto estilistas de renome nacional, como Rodrigo Fraga e Ronaldo Silvestre.
Vem comigo conferir os highlights da passarela!
Laboissiere
A estilista Flávia Laboissiere aproveitou o Brasília Trends para lançar uma coleção de luxo repleta de referências oitentistas e fetichistas. Ombros marcados e cinturas elevadas foram trabalhados com sobreposições, assimetrias e contrastes de materiais rígidos e leves.
Para a estreia da marca, Flávia manipulou tecidos com plissados feitos a mão e modelagens tridimensionais. Os tons neutros escolhidos por ela ganharam vida com aplicações de piercings, argolas e tiras de couro. Algumas peças em lurex e paetê deram pontos de luz ao compilado.
Crioulo
A marca do goiano Marcos Queyroz trouxe uma coleção contemporânea, apostou no toque esportivo e investiu em bermudas de ciclismo, casacos de moletom, além de detalhes em neon.
O jeans ganhou novas interpretações e os looks adquiriram movimento com acabamentos em franjas e aplicações de cordões. Irmão do estilista João Queyroz, falecido em 2008, ele investiu no corte reto e brincou com as cores na passarela do Brasília Trends.
Jacobina
A marca, também de Goiânia, deu uma pegada utilitária ao sportwear, com acabamentos em fivelas plásticas e telas. Estampas multicoloridas do artista Max Miranda na coleção Somos a Nossa Cor celebraram a diversidade.
As produções com pegada street, principal característica do estilista Raphael Aquino, foram feitas em diversos materiais, do jeans ao plástico, em um convite à experimentação de novos shapes, modelagens e texturas. Na cartela de cores, candy colors foram harmonizadas à sobriedade do preto e branco.
Guilda
A coleção Balneário partiu de uma imagem cravada na memória da diretora criativa Meire Morais, figura à frente da Guilda. Quando criança, a estilista sempre observava uma figueira centenária que sombreava a frente da casa de sua avó. O contraste entre a delicadeza dos frutos e a força dos troncos da árvore, as cores da planta e o vento que nela batia inspiraram as estampas e os shapes do novo trabalho.
Conhecida por suas criações em seda pura, a Guilda levou uma coleção com referências provençais, tropicais e campestres à passarela do Brasília Trends. As matérias-primas leves e naturais deram movimento e fluidez às peças, finalizadas em costura francesa. Como resultado, Meire mostrou uma moda cosmopolita e contemporânea, com ótimos caimentos e pegada resort.
Rostand
O grande trunfo da segunda coleção de Bernardo Rostand foi a linha para noivas que o estilista estreou ao final de seu desfile no Brasília Trends. Inspirado pelo amor, o designer criou opções minimalistas e elegantes em seu primeiro flerte com o mercado de festas. Antes disso, contudo, ele desenhou uma espécie de cerimônia fashion em seu show.
Era como se todos os modelos fossem convidados dos noivos modernos criados por Rostand, que mostrou sua desenvoltura para alfaiataria neste novo trabalho. A primeira parte da apresentação também marcou uma investida mais comercial do brasiliense, conhecido por peças repletas de decorativismos e bordados manuais. Dessa vez, Bernardo também investiu em peças mais práticas.
Oui Mimi
Ao som de cigarras, a marca brasiliense Oui Mimi entrou na passarela com a coleção Timbres do Cerrado. Comandada pela estilista Mirella Righini, a etiqueta transformou a seca do cerrado em inspiração para as peças, que trazem na paleta tons neutros, como cinza, laranja claro, verde e azul. Uma das apostas sustentáveis do evento, a label apresentou materiais 100% reciclados e sandálias feitas com os retalhos dos tecidos utilizados. Entre eles, um mix de aparas de algodão e garrafas PET.
Para as modelagens, Mirella buscou a referência geométrica da capital em croppeds e saias. Minimalista, o novo trabalho é uma aposta na elegância da simplicidade. Apesar de não seguir uma temporada específica, traz um ar de verão nas peças, com recortes alongados e contemporâneos.
Projeto Síntese
Três estéticas diferentes, de três renomados artistas da capital federal, se encontraram no desfile conjunto do Projeto Síntese. Romildo Nascimento abriu com um alto verão masculino, com fendas e recortes que dão uma cara mais tropical às peças, sem perder o mood street do neon. Macacões e conjuntos foram os carros-chefes da coleção.
Em seguida, Sandra Lima entrou com looks modernos, carregados pela extravagância artística de sua moda tridimensional. A designer elegeu tons como rosa, verde e grafite para os modelos, proporcionando um tom despojado e moderno.
Por fim, Viviane Kulczynski acrescentou fluidez, com criações estampadas e aposta nos tons terrosos. Vestidos com modelagem ampla e recortes assimétricos compõem a coleção pocket Cordel, inspirada na literatura popular criada no Nordeste.
Aleph
Estilos variados se juntaram na coleção desfilada pela marca Aleph, que faz sua estreia numa semana de moda. A marca existe há um ano e oferece opções para um público variado, do infantil ao adulto unissex. Nesta coleção, a estamparia e as diferentes texturas são os destaques, principalmente o mix de motivos florais e poá. Vestidos festivos acinturados, conjuntos de alfaiataria e macacões dão tom ao novo trabalho.
Ronaldo Silvestre
Elegante, sofisticada e cheia de presença: assim é a coleção do estilista mineiro, que já passou pelo Minas Trend e o Dragão Fashion, no Ceará. Com viés sustentável, o desfile foi repleto de peças construídas a partir de reaproveitamento de tiras de jeans. Vestidos com saias armadas, casacos e jaquetas ganharam um entrelaçado que se sobrepõe ao tule transparente.
O acinturado dá o toque final às produções. A inspiração vem de memórias afetivas do designer. Azul marinho é a principal cor da coleção, que também brinca com vinho, preto e branco – a paleta sóbria deixa o brilho para a formatação das peças. A produção ficou a cargo das costureiras do Instituto Federal Tecendo Itabira, ONG de desenvolvimento social da cidade mineira.
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Colaboraram Danillo Costa e Hebert Madeira