Saiba as vantagens de apostar no aluguel de roupas para o dia a dia
Iniciativas de aluguel de armário começaram a despontar nos últimos anos. O segmento é uma boa opção para quem busca variedade e praticidade
atualizado
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Imagine o cenário: você vai viajar para um local que sempre quis, mas sente a necessidade de montar uma mala com looks fashionistas para curtir — e registrar — a experiência ao máximo. Se pedir emprestado de amigas ou comprar novas peças não está nos seus planos, o aluguel de roupas pode ser uma saída. O segmento vem crescendo e oferece desde opções casuais até acessórios e casacos pesados para rebater as baixas temperaturas.
Vem conferir!
Guarda-roupa rotativo
No âmbito global, uma das pioneiras em aluguel de roupas foi a Rent The Runway. Fundada por Jennifer Hyman em 2008, a empresa começou com uma ideia simples: ser uma ponte entre as mulheres e o guarda-roupa dos sonhos — lê-se peças de etiquetas renomadas e alinhadas com as últimas tendências.
O empreendimento reúne dois sistemas de aluguel. Um deles é focado na locação de peças avulsas, para uma ocasião especial, por exemplo. O outro consiste na assinatura, com peças enviadas de acordo com a categoria de interesse do cliente. Há, ainda, a possibilidade de comprar as peças de segunda mão.
Com a pandemia da Covid-19, os negócios estagnaram. Pouco a pouco, com a retomada das atividades, a procura voltou a ocorrer. Com o retorno à vida fora do sofá de casa, as pessoas têm refletido essa alegria de viver no vestuário. Mais do que nunca, sair de casa se tornou uma verdadeira celebração.
Por isso, cores, detalhes ousados e brilho têm marcado as produções. “Isso é algo que estamos vendo em todo o país em todas as faixas etárias e é muito diferente de tudo o que vimos em nossos 13 anos de negócios”, disse a CEO da Rent The Runway ao The New York Times.
Os dados da empresa apresentam uma visão em tempo real do que as pessoas estão vestindo – ou não. Por exemplo, a procura por tops curtos quadruplicou em 2021 em comparação ao ano de 2019. O aumento também foi significativo nas buscas por roupas com recortes: 44%. Observa-se que os detalhes ousados estão presentes em looks que vão além das festas e têm aparecido em combinações com alfaiataria, blazers e peças oversized.
Peças de trabalho
No clássico filme As Patricinhas de Beverly Hills, protagonizado pela atriz Alicia Silverstone, a personagem Cher tem um closet supercobiçado pela geração millennial. No longa, uma tela mostra as peças disponíveis no guarda-roupa da protagonista. Para os adeptos do aluguel de roupas, a experiência pode ser similar — ou, ao menos, tão divertida quanto.
Em Brasília, uma das empresas pioneiras no segmento é a Minha Nossa!, especializada em aluguel de roupas e acessórios. O empreendimento fundado por Marina Marques, em 2016, aposta em peças que se adaptam à rotina de mulheres de diferentes estilos.
Entre os modelos mais procurados pela clientela, algumas peças têm se destacado nos últimos meses. “As roupas de trabalho estão no topo das demandas do nosso estabelecimento. E por roupa de trabalho, compreende-se um leque de opções diversas, uma vez que cada cliente conta com um dresscode diferente. Logo em seguida, vem as peças para lazer, como aniversários, batizados, ou demais comemorações especiais”, lista.
De acordo com a proprietária, a busca por conjuntos cresceu muito nos últimos meses, tanto de blusas com calças quanto de blazers. Um dos fatores que contribuiu foi a busca por versatilidade, uma vez que itens de alfaiataria, por exemplo, rendem variadas combinações. Nesse quesito, a Minha Nossa! apresenta um diferencial: curadoria que coloca etiquetas nacionais como protagonistas.
“Não é raro escutar das clientes que elas se apaixonaram por determinada marca e, quando elas precisam comprar uma peça, elas vão em busca dessas ‘descobertas’. Eu procuro por etiquetas mais autorais, que tenham uma preocupação com o design, com o estilo e com a continuidade”, define Marina. E o cuidado vai além: “Outro fator que considero importante são os meios de produção. Grande parte das marcas parceiras têm fabricação própria ou contam com um controle rigoroso de fiscalização”, enfatiza.
Quando apostar?
Kelly Quirino é cliente do Minha Nossa! desde 2019. A jornalista teve o primeiro contato com o universo do aluguel de roupas por meio de uma amiga do trabalho, que a incentivou a procurar o serviço. Logo de cara, as possibilidades de alugar peças para diferentes ocasiões, como uma reunião especial do trabalho ou um evento corporativo, chamaram atenção.
Depois da primeira experiência, Kelly não parou mais. “Eu normalmente procuro o Minha Nossa! para ter opções em dias especiais, como uma viagem ou quando sou madrinha de casamento. Eu gosto de ter muitas opções e novidades constantes. Agora, por exemplo, estou emagrecendo, e não é tão interessante comprar novas peças. Por isso, tem valido super a pena alugar roupas até chegar no peso que eu quero e realmente investir em novas peças”, conta à coluna.
Não somente, ela sente que a maneira de consumir mudou drasticamente nos últimos anos, desde que passou a alugar com maior frequência. “Para eu comprar algo hoje em dia, tem que ser uma coisa que eu realmente precise. Tenho optado pelo sistema de aluguel justamente por isso: é prático, tem o que eu preciso e reduz o impacto ambiental”.
Possíveis impactos
Apesar de ser considerada uma prática positiva, uma vez que estende o ciclo de vida das peças, a prática de alugar peças não é isenta de impactos ambientais. É o que sugeriu o estudo publicado pela revista científica finlandesa Environmental Research Letters, destacado pelo portal britânico The Guardian, que avaliou cinco maneiras diferentes de adquirir e descartar roupas, incluindo aluguel, revenda e reciclagem.
A pesquisa indicou que alugar roupas teve a maior implicação climática dentre todos. O custo oculto foi encontrado na entrega e embalagem, uma vez que a logística do aluguel envolve transporte constante por grande parte das empresas e as roupas são transportadas na ida e na volta entre o depósito e o locatário. Além disso, a pesquisa destacou que a limpeza a seco também pode ser prejudicial ao meio ambiente.
O segmento de aluguel de peças, que segundo a GlobalData, valerá 2,3 bilhões libras até 2029. Um relatório do Fórum Econômico Mundial de 2021 apontou que a indústria gerará 5% das emissões globais de carbono.