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Rota da Seda: pesquisadores apontam Israel para o circuito têxtil

Estudiosos israelenses encontram tecidos de seda e algodão que podem revelar detalhes inéditos sobre a rota comercial histórica

atualizado

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Olga Nganbitsky/Israel Antiquities Authority/Divulgação
Mulher com corte de tecido achado em deserto - Metrópoles
1 de 1 Mulher com corte de tecido achado em deserto - Metrópoles - Foto: Olga Nganbitsky/Israel Antiquities Authority/Divulgação

A seda é um dos tecidos nobres que marcam a história da moda e permeia até os dias atuais. Com brilho e caimento delicado, trata-se de um dos produtos mais disputados e valorizados na indústria têxtil. Para além das qualidades, a história da matéria-prima de fibra natural ganha um novo capítulo. Após a recente descoberta de tecidos antigos em Israel, no Oriente Médio, pesquisadores incluem o país na grande Rota da Seda.

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Giphy/Reprodução

O tecido de alta qualidade tem a trama trançada a partir de um filamento contínuo de proteína, obtida a partir dos casulos do bicho-da-seda. Milenar, a história da seda começa no século 27 antes de Cristo, segundo o pensador e filósofo chinês Confúcio.

O material de bastante resistência e maciez ostenta uma trajetória de longa data. A chamada Rota da Seda é composta por trajetos comerciais que percorriam a Ásia meridional e central, costurando também negócios valiosos entre diversas civilizações.

Até então, estudiosos apontavam que as rotas percorriam da China até Constantinopla, onde fica, atualmente, a Turquia. Recentemente, porém, uma equipe de pesquisadores israelenses encontrou sinais de que a Rota da Seda também tinha uma ramificação em Israel.

Grupo de pesquisadores em deserto israelense - Metrópoles
Pesquisadores israelenses estão estudando a Rota da Seda

 

Tecido em seda e algodão encontrado em deserto - Metrópoles
O grupo da Universidade de Haifa encontrou algodão e tecidos de seda datados a cerca de 1.300 anos atrás

 

Tecido em seda e algodão encontrado em deserto - Metrópoles
O material pode ser importado da Índia e China

 

Tecido em seda e algodão encontrado em deserto - Metrópoles
Entretanto, o estudo aponta Israel para a rota comercial da Seda

A organização governamental Israel Antiquities Authority (Autoridade de Antiguidades de Israel, em tradução livre), divulgou a pesquisa no Facebook.

O estudo da seda é liderado pelo professor Guy Bar-Oz da Universidade de Haifa, de Israel, que encontrou evidências da Rota da Seda de Israel no deserto de Aravah, próximo ao caminho do Mar Morto para a cidade Eilat que datam o século 6.

“A Rota da Seda parece ter se ramificado, conectando-se a rotas comerciais e portos marítimos. As descobertas incluem algodão e tecidos de seda do início do período islâmico, cerca de 1.300 anos atrás, provavelmente importados da Índia e da China”, introduziu a organização na publicação.

O próximo passo da equipe é compreender algumas peculiaridades de vida e de relações comerciais da época. Segundo os pesquisadores, os tecidos de algodão provavelmente vieram da Índia e da Núbia, e os tecidos de seda fornecem fortes evidências para o comércio com a China.

Mulher com corte de tecido achado em deserto - Metrópoles
A Rota da Seda era o principal trajeto para o transporte de mercadorias e matérias-primas para o Oeste

 

Tecido em seda e algodão encontrado em deserto - Metrópoles
A descoberta pode revelar mais sobre o comércio da época

 

Chinês bordando peça em seda - Metrópoles
Até então, estudos apontam as rotas da China até a Turquia

 

Chinês bordando peça em seda - Metrópoles
A novidade foi publicada na página do Facebook no perfil da Autoridade de Antiguidade de Israel

Rota da Seda

Foi encontrada uma variedade de outras peças, como roupas e couro. “O local é considerado o local mais importante para têxteis antigos descobertos em Israel, e também exibe recursos tecnológicos significativos. Muitos tecidos de algodão foram descobertos, inclusive alguns com desenhos de ikat, técnica em que a urdidura é amarrada e tingida de acordo com um modelo pré-preparado antes da tecelagem”, apontou o estudo.

“As descobertas permitem um exame detalhado do movimento de mercadorias por longas distâncias, a difusão geográfica de pessoas e ideias e as conexões entre os centros de produção e as rotas comerciais que antes não eram, ou eram apenas parcialmente visíveis no registro histórico e arqueológico. Com efeito, as descobertas no local trazem consigo o potencial para uma compreensão nova e mais profunda do antigo comércio e interação”, concluiu.

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