Rihanna busca nos camafeus o toque vintage que a Fenty precisava
Amplamente utilizada na temporada de primavera/verão 2020, Belle Époque ressurge no ramo de acessórios por meio de nova grife da cantora
atualizado
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Quando Rihanna lançou sua primeira investida no mercado de luxo com a grife Fenty, a cantora mostrou que a parceria com o grupo LVMH levaria um perfil urbano e moderno ao segmento. No entanto, com a ascensão das modelagens vintage na temporada de primavera/verão 2020, a empresária se viu fora da maior tendência do momento. Até agora. As roupas da label ainda miram o futuro, mas sua nova linha de joias buscou no século 19 o toque retrô que a marca precisava para competir com as grandes concorrentes do setor.
Vem comigo conferir!
Graças ao sucesso da série Game of Thrones, o mood palaciano voltou à moda para suprir um desejo cravado no subconsciente das fãs da série. Afinal, após oito temporadas, é natural que muita gente tenha desejado ser rainha de Westeros em alguns dias.
Nesse contexto, as mangas bufantes, cotas de malha, golas altas e capas pipocaram nas passarelas da temporada de inverno, abrindo as portas do passado para uma outra tendência das semanas de moda internacionais há pouco mais de dois meses.
Depois dos anos 1980 e 1990 tomarem as ruas, chegou a vez da Belle Époque dominar o universo fashion. O período, que compreende o final do século 19, serviu de referência para várias casas de luxo comporem sua primavera/verão 2020, entre elas Alexander McQueen, Erdem, Burberry, Marc Jacobs, Christian Dior, Chloé, Comme des Garcons e Christopher Kane.
De olho na movimentação, a cantora Rihanna resolveu dar um toque vintage em sua nova label, ressignificando uma peça icônica do período. Técnica de escultura usada em broches e pingentes desde a antiguidade, os camafeus ganharam uma reinterpretação muito atual por meio da Fenty.
Geralmente usado para retratar figuras importantes da história, esse tipo de acessório costumava retratar pessoas brancas em seu design. Porém, estamos diante do nome responsável por trazer a inclusão para mercado de lingeries, logo, para sua nova linha de joias, a estrela de Barbados decidiu usar uma imagem de uma mulher negra nas criações.
Os itens são feitos em resina e vidro, aprimorados com pequenas pérolas e pedras. A coleção tem brincos, anéis e até um broche que se converte em pingente. “É um emblema de destemor, elevação, criatividade e alegria, tudo o que Fenty representa”, disse a grife em comunicado.
Enquanto a mulher que protagoniza a linha usa tranças agrupadas em coques, sua campanha, capturada pela fotógrafa nigeriana Ruth Ossai, concentra-se nos inúmeros estilos de cabelo celebrados na cultura negra. O cabeleireiro Issac Poleon é o responsável pelos penteados afro do shooting.
“Tudo o que Rihanna faz é sobre permitir que as pessoas se sintam lindas e reconhecidas, independentemente de forma, tamanho ou cor. Ela tem tanto a dizer que as possibilidades parecem infinitas”, disse Jahleel Weaver, colaboradora da popstar, em entrevista à Vogue.
Usados na linguagem cabalística como quadrados mágicos, os camafeus, a princípio, representavam antigos guerreiros e governantes. Já na Grécia Antiga, o acessório era usado pelas mulheres para transmitir que elas já estavam aptas a fazer sexo, quando havia a imagem do deus Eros em suas produções.
O papa renascentista Paulo II foi um grande colecionador de camafeus e Napoleão teria usado um em seu casamento. No século 18, quando jovens ricas começavam a viajar, traziam peças que retratavam as ruínas dos países visitados como lembranças, enquanto, no século 19, todas acrescentavam o item em seus colarinhos para elevar o visual.
Nos anos 2000, nomes como Paris Hilton e Sarah Jessica Parker trouxeram o acessório de volta aos holofotes, mas as demais tendências da época não eram um bom pano de fundo para o estilo vintage da escultura.
Colaborou Danillo Costa