Resortcore: hotéis de luxo apostam no hype de produtos personalizados
Redes hoteleiras têm transformado produtos próprios em símbolos de status e exclusividade, com direito a collabs com grifes e grandes marcas
atualizado
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Os hotéis de luxo querem oferecer mais do que acomodações luxuosas ou souvenirs simples. A “nova” moda das grandes redes hoteleiras é vender produtos personalizados, como bonés, bolsas e pijamas próprios. Apesar de merchandise de hotéis não ser exatamente uma novidade, o que chama atenção agora é o hype em torno deles, que ganhou o nome de “resortcore”. Algumas redes, inclusive, têm colaborado com designers e etiquetas de luxo para criar produtos exclusivos e limitados.
Vem entender mais!
Desejo e pertencimento
A princípio, o comércio em torno do “resortcore” pode parecer só mais uma fonte de receita para as companhias do nicho hoteleiro, mas há um significado mais profundo por trás. A ideia consiste em uma estratégia de marketing que expande a experiência dessas marcas para além dos limites físicos e, de quebra, gera sensação de pertencimento e exclusividade. Muito além de lembranças, são itens que carregam status e expandem a sensação de escapismo das acomodações luxuosas.
O preço da estadia em vários desses locais se equipara aos valores de peças de grife, como bolsas. O diferencial do merchandising estratégico é poder alcançar – e fidelizar – até mesmo quem (ainda) não chegou a se hospedar nesses destinos, mas gostaria de “entrar para o clube” de alguma forma. A pegada é a mesma de modismos como o “quiet luxury”, baseado no uso de itens caros que podem parecer básicos e discretos à primeira vista, porém, se comunicam silenciosamente com o público consumidor.
Linhas e collabs recentes
Uma estratégia para que os produtos ganhem status e sejam mais do que um simples souvenir é colaborar com marcas prestigiadas do ramo de luxo, seja de moda, seja de nichos específicos. A associação a nomes consagrados do mercado agrega status e ajuda a capturar, inclusive, uma parcela do público que poderia não se interessar pelos itens de merch em outro contexto, mas admira a marca convidada.
Entre os exemplos, estão as collabs do The Carlyle e do Peninsula London com a marca de loungewear Olivia von Halle, que resultaram em pijamas de seda. Neste ano, pela primeira vez, o Paris Le Bristol, hotel cinco estrelas francês, lançou roupas com o símbolo da marca. Já a italiana Valentina de Santis, à frente de hospedagens no Lago de Como, fez parcerias com a marca de luxo Brics e a estilista Emilia Wickstead.
Presença orgânica
A evidência recente do “resortcore” mostra que, para as redes hoteleiras de luxo, as peças temáticas deixam de ser um suporte e assumem um papel central no branding. Um impulso reforçado, especialmente, pela presença orgânica nas redes sociais, por meio do compartilhamento do público interessado, criando conexões e fidelizando o público. Será que essa moda vai chegar ao Brasil?