Projeto social lança camisetas e máscaras com proteção antiviral permanente
Aposta de empresários de Santa Catarina promete proteção por toda a vida útil do tecido, independentemente das lavagens
atualizado
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Desde que o novo coronavírus chegou ao Brasil, algumas empresas têxteis e marcas se engajaram para oferecer tecidos com proteção contra o Sars-CoV-2. Porém, até então, o material perdia a eficácia depois de uma quantidade estimada de lavagens. Agora, a plataforma de causas sociais BeCauz promete kits de camiseta e máscara com segurança permanente contra bactérias e vírus, incluindo o causador da Covid-19.
Vem comigo!
O kit Hope Fashion traz camisetas de manga comprida e uma blusa feminina, além de máscara, que também é produzida com o tecido especial, fornecido pela empresa Coltex Têxtil. Anunciados no fim de junho, os produtos estão em fase de pré-venda no e-commerce, com entregas previstas a partir do dia 15 de julho.
Os tecidos convencionais podem causar a chamada contaminação cruzada, quando os micro-organismos são transmitidos por meio do contato com superfícies infectadas. Por isso, a solução apresentada pela BeCauz vem como um reforço, eliminando o causador da Covid-19 no próprio tecido. Nesse caso, durante toda a vida útil do material, independentemente do número de lavagens.
A tecnologia, desenvolvida pela empresa Rhodia, foi batizada de Amni® Virus-Bac OFF e é certificada pelos padrões internacionais ISO 18184 (contra vírus) e AATCC100 (antibacteriano). A reação é provocada pela matriz polimérica do fio 100% poliamida. Dessa forma, impede a ação de bactérias e vírus envelopados (influenza, herpesvírus e coronavírus) e não envelopados.
A partir daí, a hospedagem nas células humanas é impedida graças à afinidade eletrônica do fio com algumas proteínas da estrutura externa dos vírus. Na reação, o envelope lipídico dos vírus envelopados é rompido, deixando o material genético exposto. Assim, eles ficam desativados e incapazes de reproduzir. A proteção antibacteriana também ajuda no processo: além de causarem mau cheiro nos tecidos convencionais, as bactérias podem ser células hospedeiras dos vírus.
Outras propriedades do tecido e ação beneficente do projeto
A BeCauz promete mais benefícios, como a maciez do tecido, respirabilidade, secagem rápida, conforto térmico e facilidade na manutenção. As peças oferecem proteção a mais, mas não substituem as medidas de precaução recomendadas: lavar as mãos, evitar tocar o rosto e, se possível, ficar em casa. Todas as formas de proteção devem ser combinadas para garantir uma prevenção mais eficaz contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2).
Neste primeiro momento, metade dos lucros de cada compra dos kits Hope Fashion será destinada ao bloco G10 Favelas, grupo de líderes que atua em prol do desenvolvimento econômico e protagonismo de comunidades periféricas.
Os kits são uma ação conjunta de empresas de confecção catarinenses, incluindo Beetêxtil, Heroyz (etiqueta que pertence à BeCauz), Escaramuça e voluntários de Joinville. O grupo tem tomado ações conjuntas desde que a Organização Mundial da Saúde decretou a pandemia. As imagens dos produtos foram fotografadas por Fabrizio Motta, com modelos da agência GasModels.
Já a BeCauz é uma iniciativa fundada por Eduardo Borba, em 2017, com objetivo de se comprometer com as mais diferentes causas. No momento, a mais urgente é a do novo coronavírus. “Transcendemos o conceito de empresa, somos uma grande causa provando que propósito e dinheiro devem caminhar juntos. Acreditamos que as causas são a evolução da instituição por serem mais úteis e relevantes para a sociedade”, descreve o site oficial do projeto.
Além da compra on-line, a iniciativa oferece volumes maiores dos produtos para empresas com interesse em fornecê-los para colaboradores e clientes. Dispõe-se, ainda, a dialogar com outras instituições que ajudem comunidades afetadas pela crise da Covid-19. À medida que os kits Hope Fashion forem vendidos, mais organizações terão a oportunidade de serem beneficiadas com recursos.
Antes mesmo do lançamento das camisetas e máscaras, o grupo responsável pela iniciativa doou cerca de R$ 25 mil para o Corpo de Bombeiros Voluntários de Santa Catarina, em abril. Na época, o valor foi arrecadado com a venda de 60 mil máscaras faciais pela marca Heroyz, que pertence à BeCauz.
Colaborou Hebert Madeira