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Processado pela Chanel, brechó pode ser condenado por itens falsos

A grife francesa acusa a empresa norte-americana What Goes Around Comes Around de violação de marca registrada e propaganda enganosa

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What Goes Around Comes Around/Reprodução
Bolsas da Chanel exibidas por brechó em fundo branco - Metrópoles
1 de 1 Bolsas da Chanel exibidas por brechó em fundo branco - Metrópoles - Foto: What Goes Around Comes Around/Reprodução

A Chanel abriu um processo judicial contra o brechó norte-americano What Goes Around Comes Around (WGACA), em 2018. Desde então, o caso rendeu desdobramentos. A grife francesa acusa a empresa de revender produtos falsificados e de insinuar afiliação à casa de luxo por meio de publicidade e conteúdos de marketing. Após anos de disputas judiciais, o julgamento começou no dia 8 de janeiro e deve durar pelo menos duas semanas.

Vem saber mais!

Fila de modelos mulheres no final do desfile da marca francesa Chanel. Ela usam roupas da marca. No fundo, é possível ver um painel de tecido quadriculado com a logo da marca. - Metrópoles
Uma das marcas de luxo mais famosas do mundo, a Chanel processou o brechó norte-americano What Goes Around Comes Around por violação de marca registrada e propaganda enganosa

Chanel versus WGACA

No processo inicial, em 2018, a Chanel alegou que o What Goes Around Comes Around estava divulgando aos consumidores propagandas enganosas, como se houvesse ligação comercial entre as duas empresas e a Chanel tivesse autenticado os produtos usados revendidos. Agora, o julgamento está em andamento no tribunal federal de Nova York, nos Estados Unidos.

De acordo com a equipe jurídica da maison, o brechó vendeu US$ 90 milhões em produtos usados ​​da Chanel entre 2016 e 2022. No entanto, a marca francesa aponta que o WGACA oferece bolsas falsas associadas a números de série roubados, que a Chanel já havia anulado. Entre as acusações, também estão a venda de sacolas falsificadas com características não correspondentes às autênticas com números de série legítimos, além da comercialização de itens da Chanel que não foram feitos para venda, como itens apenas para exibição.

“A Chanel está empenhada em proteger a sua marca e os consumidores contra falsificações da sua propriedade intelectual que sejam prejudiciais à marca”, assegurou um porta-voz da Chanel em comunicado, alegando que a marca continuará a litigar “suas reivindicações e danos restantes”, completou.

Modelo negra e jovem, com cabelo trançado, andando na passarela do desfile Pre-Fall 2023 da marca Chanel. Ela usa uma calça roxa folgada, uma camiseta preta e um casaco rosa e preto por cima. - Metrópoles
A marca foi fundada em 1910 por Gabrielle Chanel, na capital francesa. Atualmente, a estilista Virginie Viard, sucessora de Karl Lagerfed, está na direção criativa

 

Mulher branca usa look preto segurando bolsas da Chanel - Metrópoles
O processo contra o WGACA acendeu o debate sobre a forma como empresas second hand verificam a autenticidade dos produtos e como os comercializam

 

Sentada em banco de carro, mulher exibe bolsa rosa da Chanel - Metrópoles
O júri determinará se as reivindicações da Chanel são justas. Caso condenado, o brechó norte-americano poderá pagar indenizações e cumprir outras penas legais

 

Close em bolsas pretas da Chanel - Metrópoles
Iniciado em 8 de janeiro nos EUA, o julgamento deve durar pelo menos duas semanas

O brechó se defendeu das acusações da Chanel; o que considera não ser “um ataque válido”. “O WGACA é fornecedora de todas as principais marcas de luxo e nunca tentou transmitir qualquer tipo de afiliação direta com as marcas que oferecemos. Ao exibir itens que ostentam os logotipos dos produtos que oferecemos, estamos apenas mostrando diretamente a arte das marcas e honrando sua forma original”, reivindicou Seth Weisser, cofundador e CEO do What Goes Around Comes Around.

O resultado do entrave entre a etiqueta de luxo e o brechó pode trazer um momento de mudanças no promissor mercado de segunda mão. Mundialmente, o setor deve duplicar até 2027, atingindo US$ 350 bilhões, segundo um relatório deste ano da plataforma de revendas ThredUp. Contudo, segundo uma pesquisa do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, de 2022, mais de 50% dos consumidores entre 15 e 24 anos assumem já terem comprado réplicas propositalmente.

Close em mão segurando bolsas pretas da Chanel - Metrópoles
O uso do logotipo da Chanel em conteúdos de marketing é um ponto-chave no caso. A maison acusa o brechó de iludir os clientes, sugerindo uma aliança entre as empresas

 

Bolsa rosa da Chanel colocada em cima de blusa no mesmo tom - Metrópoles
Uma empresa de revenda pode usar a marca registrada para descrever um produto genuíno, mas não para sugerir afiliação à grife

 

Bolsas de luxo exibidas por brechó em fundo branco - Metrópoles
Com curadoria vintage, o What Goes Around Comes Around comercializa itens de várias labels de luxo

Sobre o brechó 

Fundado em 1993 por Seth Weisser e Gerard Maione, o What Goes Around Comes Around surgiu nos Estados Unidos. O brechó tem lojas em Nova York e um espaço de varejo em Beverly Hills (Los Angeles), além do e-commerce. No repertório, a empresa de segunda mão promete peças de etiquetas renomadas, como Hermès, Louis Vuitton, Gucci, Dior, Fendi e Saint Laurent, além da Chanel.

“Elevamos as compras vintage tradicionais a uma experiência de alta moda com nossa visão e conceito únicos. Nenhum outro varejista combina acessórios de luxo usados ​​e roupas de alta-costura em uma variedade selecionada, sazonal e voltada para tendências. O WGACA evoluiu para um negócio que cultiva e preserva a arte da moda das mais prestigiadas marcas de luxo e designers”, diz o site do brechó.

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