Priscilla: como a moda conta a história do casal Presley em novo filme
Com direção de Sofia Coppola, a produção que está nos cinemas tem o figurino como elemento fundamental da narrativa
atualizado
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O relato audiovisual de uma história controversa e sensível não pode deixar de exaltar os detalhes de uma época e as particularidades de uma personalidade. Em Priscilla (2023), a diretora Sofia Coppola soube dar espaço para o belo e o questionável, e apresentou figurinos fiéis e bem trabalhados para os personagens de Priscilla Ann Beaulieu (Cailee Spaeny) e Elvis Presley (Jacob Elordi), que se relacionaram do fim dos anos 1950 até meados da década de 1970.
Vem conferir!
Anos 1950: a inocência
Dez anos separavam Elvis Presley de Priscilla. Ao se conhecerem, em 1959, a jovem tinha apenas 14 anos, era uma estudante do nono ano que passou a ter como namorado um superastro de 24 anos. Na produção, a figurinista Stacey Battat reafirma, por meio da moda, a ingenuidade e infantilidade de Cilla, que via Elvis como uma paixão adolescente.
Não é a primeira vez que Battat e Sofia Coppola trabalham juntas. A figurinista foi creditada em outros filmes da diretora, como Bling Ring (2013) e O Estranho que Nós Amamos (2017). A obra em Priscilla já acumulou três indicações a Melhor Design de Figurino, antes mesmo da tradicional temporada de premiações de Hollywood.
Anos 1960: casamento e maternidade
A revolução que a moda viveu nos anos 1960 foi vibrante e inovadora, assim como a efervescência cultural da época, protagonizada em parte por Elvis Presley. Neste contexto, Priscilla emergiu como um ícone fashion, graças ao estilo marcado por vestidos esvoaçantes, estampas psicodélicas, penteados volumosos e, na maquiagem, delineado marcante.
O grande momento da cultura dessa década que envolveu o casal foi o casamento de Priscilla e Elvis. Para o filme, a maison Chanel desenhou e produziu a recriação do vestido de noiva usado pela atriz Cailee Spaeny. A diretora, Sofia Coppola, é embaixadora da grife francesa desde 2019, tendo até mesmo trabalhado como estagiária em 1986.
Muitos dos visuais usados por Jacob Elordi, que interpretou Elvis, foram desenhados pela label italiana Valentino. A costume designer responsável pelos visuais do filme comentou sobre a parceria:
“Esse foi o melhor presente que o filme poderia receber. Foi incrível trabalhar com pessoas tão criativas e que entregaram roupas belas, maravilhosas”, disse Stacey Battat, em entrevista à CNN Style.
O nascimento da filha do casal, Lisa Marie, também foi marcado pela estética. Em Priscilla, a protagonista trata o parto do bebê como um evento puramente midiático. As roupas e até mesmo os cílios postiços são colocados pensando no impacto na imprensa e nos tabloides que aquele evento alcançaria, devido à relevância cultural que o casal representava à época.
Anos 1970: Priscilla Beaulieu
A “era da discoteca” chegou e as cores invadiram até mesmo o rock ‘n’ roll. No início da década, Priscilla Presley se mudou para a Califórnia, nos Estados Unidos, e adotou visuais que personificavam a elegância e a ousadia da época.
Os penteados volumosos deram lugar a cortes retos e as calças boca de sino invadiram o guarda roupa de Priscilla, mas principalmente do Elvis. Após episódios de chantagens emocionais e violências verbais por parte do cantor, o casal se divorciou em 1973 e continuou, individualmente, impactando o cenário da moda e criando tendências que ficaram marcadas na história.
Com as marcas Chanel e Valentino atuando, o resultado não poderia ser diferente. O figurino de Priscilla é um dos grandes destaques do filme, mantendo-se fiel às épocas retratadas e contando um enredo visual de relação de poder, impacto cultural e revoluções pessoais.