Prêmio LVMH 2020: conheça cada um dos designers finalistas
Cinco dos oito finalistas são radicados em Londres. A edição deste ano terá Rihanna, Virgil Abloh e Stella McCartney no júri
atualizado
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O Prêmio LVMH (LVMH Prize for Young Fashion Designers), conhecido por lançar talentos emergentes na indústria da moda, divulgou os oito finalistas da edição 2020. A seleção da semifinal foi feita entre os dias 27 e 28 de fevereiro. Agora, três marcas masculinas e cinco femininas disputam 300 mil euros. Entre as oito grifes, cinco têm base em Londres. O grande vencedor será revelado somente no dia 5 de junho, mas, até lá, vale ficar de olho na pegada de cada designer e torcer pelo seu favorito.
Vem comigo conhecer cada um!
Ahluwalia
Referências nostálgicas, cores vivas e patchwork se misturam no trabalho moderno da designer britânica Priya Ahluwalia, que comanda a label homônima Ahluwalia. Com ascendência egípcia-nigeriana, a estilista é pós-graduada em moda masculina pela Universidade de Westminster, onde concluiu o curso, em 2018. A marca estreou na Semana de Moda Masculina de Londres com a coleção de SS19, apresentada no mestrado.
A forma como Priya explora diferentes técnicas e upcycling chamou a atenção dos juízes do H&M Design Award 2019, prêmio em que ela levou a melhor, há dois anos. Além de já ter colaborado com a Adidas em diversos momentos, a estilista é autora do livro Sweet Lassi, no qual rememora uma viagem à Nigéria em 2017, quando visitou a família. Sua primeira coleção independente foi a primavera/verão 2020.
Casablanca
O designer franco-marroquino Charaf Tajer concorre com a marca masculina Casablanca, criada em 2018. O DNA da etiqueta incorpora a pegada elegante de esportes luxuosos, como o tênis, ao mesmo tempo em que oferece um vestuário confortável e boêmio. As estampas e silhuetas lembram peças leves e veranis das grifes Gucci e Versace.
Como a própria label descreve, os produtos são referências de ambientes de hotéis históricos. O ato de vesti-las é quase uma experiência sinestésica. Segundo o designer, o nome Casablanca remete a férias: “Uma marca francesa com uma lembrança de Marrocos”, disse ele à revista Vogue, em 2018.
Em entrevista à Complex, Charaf Tajer contou que, mesmo se não ganhar o prêmio, a indicação já é uma grande oportunidade. “LVMH é o grupo de luxo número um do mundo, e apenas ter nosso nome associado a eles é um prazer absoluto e uma honra”, celebra.
Chopova Lowena
A búlgara-americana Emma Chopova e a britânica Laura Lowena formam a dupla por trás da Chopova Lowena, marca feminina que brinca com formas, dobras, xadrez e estampas étnicas. Assim como a Ahluwalia, a grife trabalha o upcycling e garimpa tecidos “folclóricos”.
As peças com plissado bem marcado, especialmente as saias de lã, são o carro-chefe. Boa parte da inspiração dos looks vem de roupas antigas das mulheres do campo da Europa Oriental.
Referências da Bulgária encantam Emma desde a adolescência. Inclusive, é lá que as saias são produzidas, antes de serem enviadas para Londres, onde a marca é baseada. A dupla de designers começou a parceria ainda no bacharelado da Central Saint Martins.
Nicholas Daley
Outro concorrente é um designer que mistura diferentes heranças étnicas, o britânico Nicholas Daley, de descendência jamaicana-escocesa. Sua marca homônima abriu as portas em 2015 e oferece um menswear descolado, que alia alfaiataria e peças urbanas. A etiqueta tem uma forte ligação com a música e convida artistas diferentes para criarem uma mixtape a cada temporada.
Nas coleções, é possível encontrar calças com modelagem levemente ampla, coletes despojados e bastante xadrez. Daley já se inspirou no universo do reggae — referência evidente na primavera/verão 2020 — e as subculturas britânicas pós-guerra.
Peter Do
Peter Do é um velho conhecido do Grupo LVMH, que o agraciou com o Graduates Award (prêmio para três recém-formados), em 2014. Nascido no Vietnã, o estilista se mudou para os Estados Unidos em 2004 e é graduado pelo Fashion Institute of Technology (FIT). Depois de trabalhar em grifes como Celine e Derek Lam, criou a própria marca em janeiro de 2018.
A etiqueta faz alfaiataria com construções diferenciadas, modernas e sofisticadas, com um quê de Phoebe Philo. As cores costumam ser sóbrias, com bastante preto, cinza, branco e marrom. Entretanto, Peter explora tons mais vibrantes de vez em quando, a exemplo do terninho rosa que conquistou Céline Dion recentemente.
Sindiso Khumalo
A sul-africana Sindiso Khumalo tem um olhar clássico e romântico, detalhe que ela traduz em peças com volumes nos ombros, saias e muita estamparia. Tendo isso em mente, imagine vestidos, calças e tops com pegada bem ladylike. Em algumas produções, as padronagens são pop e geométricas, enquanto outras incorporam motivos florais e étnicos.
Segundo a label, com sede na Cidade do Cabo, os materiais têxteis utilizados nas roupas carregam “uma forte ênfase no storytelling africano”. O trabalho da designer já parou em grande publicações de moda, nas passarelas da Semana de Moda de Milão e foi, inclusive, exibido em alguns museus.
Supriya Lele
A marca homônima da britânica-indiana Supriya Lele esbanja feminilidade em roupas com transparências e recortes sensuais, com uma dose de minimalismo e experimentação. Para isso, a estilista explora drapeados, recortes assimétricos, silhuetas marcadas e sobreposições ousadas.
A etiqueta estreou na Semana de Moda de Londres em 2017, como parte do projeto Fashion East, e apresentou seu primeiro desfile independente no ano passado, depois de três temporadas. Supriya se formou em 2016 pelo Royal College of Art, de Londres. Bella Hadid já circulou com uma peça da designer.
Tomo Koizumi
Drama, cores e extravagância são o mote do estilista e figurinista japonês Tomo Koizumi, que lançou a própria marca enquanto ainda estudava na Chiba University. Seu trabalho é conhecido pelos babados volumosos e exagerados de organza japonesa. Todos os holofotes se voltaram para ele e seu grande e improvisado debut na Semana de Moda de Nova York, em fevereiro de 2019.
Tomo Koizumi se apresentou em um espaço emprestado por Marc Jacobs graças à stylist Katie Grand. Ela conheceu o trabalho do japonês no Instagram do estilista Giles Deacon. Com algumas mensagens e ajuda de voluntários, Katie fez o desfile acontecer. Não deu outra: o show foi sucesso absoluto, com direito às top models Bella Hadid e Joan Smalls no casting.
Atrizes e cantoras estão entre as principais apoiadoras do artista. No Brasil, a apresentadora Sabrina Sato chamou bastante atenção ao vestir um dos modelos de Tomo para o Baile da Vogue 2019.
Novos jurados
As novidades não acabaram! Nomes requisitados da moda se juntam ao júri do prêmio na sétima edição: o estilista Virgil Abloh, fundador da Off-White e diretor criativo da linha masculina da Louis Vuitton; a cantora e empresária Rihanna, cofundadora da grife Fenty; e a designer Stella McCartney, cuja marca homônima faz parte do catálogo do conglomerado de luxo desde 2019.
O corpo de jurados já era ocupado pelos diretores criativos de algumas das etiquetas de moda mais importantes do grupo. Entre eles, Maria Grazia Chiuri (Dior), Clare Waight Keller (Givenchy), Nicolas Ghesquière (Louis Vuitton), Jonathan Anderson (Loewe), Marc Jacobs e Kris Van Assche (Berluti).
Delphine Arnault, Jean-Paul Claverie e Sidney Toledano, que ocupam cargos administrativos no LVMH, também fazem parte do time, assim como Delphine Arnault, fundadora do LVMH Prize e vice-presidente executiva da Louis Vuitton.
Para ajudar ainda mais a expandir os horizontes dos finalistas, eles terão apoio das varejistas 24S e Matches Fashion. O vencedor do Karl Lagerfeld Prize (antigo Special Prize) também será revelado no dia 5 de junho, na sede da Fundação Louis Vuitton, assim como o ganhador do Prêmio LVMH para Jovens Designers e o Graduate Award.
A lista de vencedores de edições passadas inclui estilistas conceituados, como Simon Porte Jacquemus (Special Prize, 2015) e Marine Serre (vencedora de 2017). A primeira edição foi realizada em 2013. Como pré-requisito, os participantes precisam ter menos de 40 anos e duas coleções criadas.
Para 2020, qual é o seu favorito?
Colaborou Hebert Madeira