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Prada retira item polêmico de lojas após acusação de blackface

Chaveiro supostamente inspirado em um macaco apresenta estereótipos racistas do século 19. A marca se desculpou em nota pelo ocorrido

atualizado

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A marca de luxo Prada foi acusada de blackface na última semana. Segundo internautas, o personagem Otto Toto, da coleção Pradamalia, representaria um estereótipo racista. Aparentemente inspirado na figura de um macaco, o chaveiro é marrom e tem grandes lábios vermelhos. A label italiana já se pronunciou sobre o caso e disse ter retirado o item das lojas.

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O termo blackface se refere a uma prática do século 19, quando brancos pintavam o rosto com carvão e usavam batom vermelho para satirizar as pessoas negras em apresentações teatrais. Personagens de época como Little Black Sambo e Golliwog representavam essa visão racista.

Na última quinta-feira (13/12), a advogada Chinyere Ezie publicou no Facebook sua indignação com os itens que viu em uma butique da Prada no centro de Manhattan, em Nova York. Entre eles, chaveiros do boneco Otto.

No relato, ela conta que havia acabado de conferir uma exposição sobre blackface quando passou pela vitrine e viu as imagens. Para Chinyere, membro da organização novaiorquina Center for Constitutional Rights, a história não pode continuar a repetir esses erros.

“Entrei na loja com um colega, apenas para ser agredida com mais e mais desconcertantes exemplos de imagens do Sambo. Quando perguntei ao trabalhador da Prada se ele sabia que haviam colocado imagens racistas em toda a loja, em um momento de surpreendente franqueza, me disse que um funcionário negro havia questionado sobre o blackface, mas não trabalhava mais lá.”

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Na publicação, a advogada compartilhou imagens que fez na butique

 

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Nas fotos, ela compara o boneco Otto aos personagens racistas ao longo da história

 

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O desenho com lábios vermelhos lembra o estereótipo racista usado em apresentações teatrais do século 19

 

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O boneco Otto, da coleção Pradamalia, levantou acusações de racismo

 

Reprodução/Instagram/@mr.edkavishe
A marca se pronunciou sobre o caso no Twitter

 

O fotógrafo de moda Ed Kavishe foi um dos internautas que apontaram o teor racista da peça, fazendo menção a uma rede de restaurantes que reforçava esse estereótipo.

https://www.instagram.com/p/BrXySTwAdTm/

“Seu chaveiro de macaco com blackface deveria estar no Coon Chiken Inn, uma rede americana de quatro restaurantes fundada por Maxon Lester Graham e Adelaide Burt em 1925, que prosperou até meados dos anos 1950. O nome do restaurante contém a palavra ‘Coon” [semelhante à palavra “nigger”], considerada uma ofensa étnica, e as marcas registradas e entradas dos restaurantes foram desenhadas para parecerem uma caricatura sorridente de blackface de um porteiro afro-americano. A cabeça sorridente também aparecia em cardápios, louças e itens promocionais. Parece que agora pode obtê-la em um chaveiro da Prada.”

Em sua defesa, a Prada publicou dois tuítes na sexta-feira (14) e uma nota no domingo (16). “O grupo Prada abomina imagens racistas. Os Pradamalia são itens fantasiosos compostos por elementos do oeuvre da Prada. São criaturas imaginárias sem intenção fazer qualquer referência ao mundo real e, certamente, ao blackface”, diz a publicação.

“O grupo Prada nunca teve a intenção de ofender ninguém e nós abominamos todas as formas de racismo e imagens racistas. Neste interesse, nós iremos retirar os caráteres em questão de exposição e circulação”, finaliza a marca.

“Na Prada, nos comprometemos a criar produtos que celebram a moda diversa e a beleza das culturas ao redor do mundo. Gostaríamos de transmitir nosso profundo arrependimento e sinceras desculpas pelos produtos Pradamalia que foram ofensivos. Eles foram removidos do mercado e não serão vendidos.

A semelhança dos produtos ao blackface não foi intencional, de forma alguma, mas nós reconhecemos que isso não justifica o dano causado. De agora em diante, nós juramos melhorar nosso treinamento em diversidade e vamos imediatamente formar um conselho consultivo para guiar nossos esforços de diversidade, inclusão e cultura. Examinaremos os processo que levaram a tais produtos, alcançando o mercado em primeiro lugar. Todos em nossa companhia, dos diretores criativos aos gerentes das lojas, trabalham duro para exceder às expectativas de nossos clientes todos os dias — o que torna esta reflexão ainda mais dolorosa para nossa companhia .

Escutamos o público e decidimos doar os lucros desses produtos a uma organização com base em Nova York, comprometida a lutar contra injúria racial, um valor no qual acreditamos fortemente.

Iremos aprender a partir disso e faremos melhor.”

 

A coleção Pradamalia inclui chaveiros, bolsas, carteiras e camisetas estampadas com as “criaturas futuristas” imaginadas pela marca. Segundo a label, a ideia é que os personagens sejam parte biológicos, parte tecnológicos.

 

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Colaborou Hebert Madeira

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