Pierre Balmain: confira figurinos de cinema assinados pelo designer
O costureiro ofereceu um contraste surpreendente com os looks utilitários da época pós-guerra, que marcou as décadas de 1950 e 1960
atualizado
Compartilhar notícia
O império de luxo Balmain foi fundado em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial. A trajetória de sucesso do costureiro francês Pierre Balmain (1914-1982) foi consagrada pela alta-costura e pelo legado da silhueta “Jolie Madame”, com a cintura extremamente marcada e saia longa volumosa. As criações conquistaram as mulheres da época, inclusive diversas atrizes, e viraram protagonistas de icônicos filmes dos anos 1950 e 1960.
Vem relembrar alguns!
Com Milhões e Sem Carinho
Sob a filosofia de “Costurar vestidos é a arquitetura do movimento”, Pierre desenhou os figurinos de Katharine Hepburn para a peça The Millionairess (Com Milhões e Sem Carinho, na versão brasileira), em 1952. Um dos vestidos que marcou as apresentações foi uma peça bordada à mão com par de luvas combinando.
Em 1960, a comédia romântica ganhou destaque nas telonas e, novamente, Balmain assinou os looks. Dessa vez, a personagem principal foi interpretada por Sophia Loren. Na versão cinematográfica da trama, a atriz italiana foi coberta por joias e produções extravagantes no papel de Epifania, a mulher mais rica do mundo.
E Deus Criou a Mulher
O filme Et Dieu… Créa la Femme (E Deus Criou a Mulher, em tradução livre) ganhou destaque nas telonas em 1956. O clássico, com direção de Roger Vadim, transformou sua então esposa Brigitte Bardot em uma verdadeira estrela. No melodrama, ela interpreta Juliette, com visuais arrebatadores assinados por Balmain.
No longa, o costureiro deixa a atriz com pés descalços frequentemente, mas sempre com camisa e vestidos de linho. Decotes canoa e saia lápis rente ao corpo complementam o figurino.
Her Bridal Night
Ainda em 1956, a atriz francesa Brigitte Bardot apareceu nas telonas novamente com vestidos criados por Pierre Balmain. O filme Her Bridal Night, também conhecido por A Noiva é Muito Bonita, é uma comédia dirigida por Pierre Gaspard Night. Conta a história de uma garota country descoberta por uma revista de Paris e que se torna uma top model.
Com pitada de romance, a personagem principal sobe ao altar com um vestido rendado combinado com uma saia de volume bufante e acabamento drapeado. O modelito chafe também foi desenhado por Pierre Balmain.
Os Ladrões Felizes
Dando continuidade ao casamento de moda e o cinema, Pierre foi convidado novamente para equilibrar essa união. Entretanto, no longa The Happy Thieves (Os Ladrões Felizes, em tradução livre), o costureiro assinou o figurino apenas da protagonista Rita Hayworth.
Para o longa, Balmain construiu um visual rico em alfaiataria, ponto forte da casa de luxo.
A Cidade dos Desiludidos
A atriz Cyd Charisse “fantasiou-se” de Balmain em Two Weeks in Another Town (A Cidade dos Desiludidos, no título propagado no Brasil). O drama norte-americano de 1962 recebeu a direção de Vincente Minnelli.
O figurino glamoroso reforçou o DNA sofisticado da casa. Os tecidos finos repletos de bordados com cinturas estreitas marcaram o filme. Vale destacar o desejo da realeza europeia e de Hollywood pelas criações de Balmain.
Joy House
Para 1964, Balmain não deixou a elegância de lado e pontuou o figurino de Joy House com uma abordagem descontraída. O mistério francês ganhou a poderosa interpretação de Jane Fonda como Carlotta, evidenciando a estética francesa das criações da casa de luxo.
Teatro
Além das criações para as telonas, Pierre também criou looks especialmente para o teatro. Nos espetáculos, além da peça The Millionairess, outros grandes nomes somam ao portfólio do costureiro. O trabalho resultou na nomeação para o Prêmio Tony, importante premiação norte-americana do ramo. O designer ganhou a estatueta do Prêmio Drama Desk em 1980, pelo figurino do musical Feliz Ano-Novo.
Colaborou Sabrina Pessoa