Phoebe Philo, renomada estilista britânica, lançará marca própria
A novidade chega três anos depois de a designer se despedir da Celine, grife na qual conquistou uma legião de devotos
atualizado
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“Roupas e acessórios baseados em qualidade e design excepcionais”. Essa é a descrição da estilista Phoebe Philo para sua marca própria, anunciada nessa segunda-feira (12/7). Ainda sem data de lançamento, a grife terá o nome da designer britânica, que fez grande sucesso como diretora criativa da Celine. O projeto independente de Philo tem participação minoritária do grupo LVMH e, segundo ela, terá mais detalhes revelados em janeiro de 2022.
Vem conferir o que já sabemos sobre a etiqueta!
O que já se sabe
Phoebe Philo conquistou o público e a crítica especializada com as coleções para a Celine, que pertence ao grupo LVMH. A chegada na grife francesa foi anunciada em setembro de 2008 e a saída, em dezembro de 2017. Desde então, ela se manteve em hiato, mas vinha construindo a própria marca de maneira silenciosa, paralelamente às especulações de que poderia assumir o comando criativo de outros selos, como Chanel e Alaïa.
Conforme citou o portal Business of Fashion, a empresa foi oficialmente constituída na última sexta-feira (9/7) e tem Philo e o marido, Max Wigram, como únicos diretores. Ainda em fevereiro de 2020, o WWD divulgou que a britânica estava entrevistando designers e planejando uma possível coleção própria. Desde o fim do ano passado, ela estaria trabalhando em Londres, na Inglaterra, com uma pequena equipe, informou o site. Philo foi jurada de moda do prêmio Andam, apresentado no início deste mês.
“Estou muito ansiosa para voltar a ter contato com meu público e pessoas em todos os lugares. Ser independente, governar e experimentar em meus próprios termos é extremamente significativo para mim”, comunicou a estilista. Segundo ela, a reconexão com o grupo LVMH para o novo projeto é natural, uma vez que ela manteve uma relação de trabalho “construtiva e criativa” com a empresa durante vários anos.
Diretor-executivo (CEO) e chairman do conglomerado, o magnata francês Bernard Arnault afirmou que está feliz pela parceria com Philo e a considera “uma das designers mais talentosas de nosso tempo”. Por enquanto, não se sabe os termos financeiros ou a dimensão da participação da LVMH, que controla grifes como Louis Vuitton e Dior. A estilista descreve a experiência no projeto próprio como “empolgante e incrivelmente gratificante”.
Legado minimalista
Neste século, poucos estilistas tiveram gestões tão celebradas em marcas de luxo como Phoebe Philo na Chloé, a qual dirigiu de 2001 a 2006, e na Celine. Sob o comando dela, a marca fundada por Céline Vipiana em 1945 passou a ter uma grande influência no setor de luxo, impulsionada pelas roupas minimalistas, elegantes e atemporais, além de bolsas de sucesso como Luggage e Classic. Dessa forma, criou um visual moderno que transitava entre o funcional e a aspiração.
Não foi só o público feminino que se encantou com as peças introduzidas pela estilista britânica. Alguns itens agradaram até aos homens, a exemplo do rapper Kanye West, que chamou atenção quando usou uma camisa da label no Coachella de 2011. A gestão da designer também foi lucrativa: no ano em que ela deixou a marca, as vendas anuais haviam subido de 200 milhões de euros para 700 milhões de euros, segundo analistas de mercado.
Quando Hedi Slimane assumiu a direção criativa da Celine, em 2018, ele reformulou completamente a estética das coleções. Isso resultou no aumento do preço das peças lançadas na “era Phoebe Philo” em sites de revenda de luxo. Desde então, a lacuna deixada por ela foi preenchida estilistas que trabalharam na Celine sob sua gestão. Entre eles, o atual diretor criativo da Bottega Veneta, Daniel Lee, além de designers como Peter Do e Rok Hwang.
Expectativas
Potencial e admiradores fiéis, Phoebe Philo tem de sobra. Nos anos 2000, ela rejuvenesceu a Chloé. Na Celine, impulsionou a marca mesmo após a crise econômica de 2008. Como resultado, suas criações são celebradas até hoje no perfil do Instagram @oldceline e na memória dos entusiastas da moda.
Começar uma grife do zero, em um mercado dominado por grifes tradicionais desde os anos 1990, coloca uma nova missão nas mãos de Philo, principalmente em relação ao cenário pós-pandêmico. Além disso, a presença digital das marcas é maior do que em 2017, quando ela deixou a Celine. O contexto é desafiador, mas este certamente será um dos lançamentos mais aguardados para o próximo ano.
Em 2019, a coluna detalhou a trajetória de Phoebe Philo (disponível neste link) e destacou estilistas que durante o hiato da designer, estão dando continuidade ao seu legado estético (clique aqui). Vale a pena conferir!
Colaborou Hebert Madeira