Peter Lindbergh, o fotógrafo das supermodelos, morre aos 74 anos
Ao longo da carreira, o artista alemão fez imagens para diversas publicações de moda e dirigiu três edições do Calendário Pirelli
atualizado
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O fotógrafo alemão Peter Lindbergh, conhecido pelo trabalho na moda, morreu nessa terça-feira (03/09/2019), aos 74 anos. A informação foi divulgada na própria conta do artista no Instagram, sem revelar o local ou a causa do óbito. Ele deixa quatro filhos (Benjamin, Jérémy, Simon e Joseph), sete netos e a esposa, Petra Sedlaczek. Ele é considerado “o pai das supermodelos” da década de 1990.
Peter Lindbergh nasceu em 23 de novembro de 1944, na cidade polonesa de Lezno (que, à época, se chamava Lissa e estava ocupada pela Alemanha), mas foi criado em Duisburg, na Alemanha. Depois de trabalhar como vitrinista em uma loja de departamentos, estudou pintura, tendo o holandês Van Gogh como principal inspiração artística.
Na fotografia, começou a se aventurar em 1971, quando trabalhou com o fotógrafo alemão Hans Lux na cidade alemã de Düsseldorf. Em 1973, abriu o próprio estúdio. Lindbergh ficou conhecido no país e trabalhou ao lado de nomes como Helmut Newton, Guy Bourdin e Hans Feurer na revista Stern. Já em 1978, mudou-se para Paris.
Sua trajetória fotográfica foi marcada por uma abordagem mais humanista com as mulheres. Em suas imagens, buscava libertá-las “do terror da juventude e da perfeição” ao evitar o retoque excessivo. Era um profissional que priorizava a personalidade e evitava os estereótipos.
Com sua pegada minimalista e pós-moderna, Lindbergh deixou sua marca na fotografia de moda ao introduzir uma narrativa em seus trabalhos. Desde o fim dos anos 1970, trabalhou com publicações prestigiadas, como as revistas Vogue, Vanity Fair, Harper’s Bazaar, Interview, W e Rolling Stone.
Um de seus grandes feitos foi em 1988, quando clicou modelos recém-descobertas usando camisas brancas para a Vogue americana. No ano seguinte, reuniu nomes como Naomi Campbell, Cindy Crawford e Linda Evangelista em uma capa história da Vogue britânica, edição de janeiro.
Foi o trabalho do alemão que inspirou o fenômeno das supermodelos, perpetuado por personalidades como o cantor pop George Michael e o estilista Gianni Versace. Para Lindbergh, o papel da fotografia de moda era marcar “a imagem da mulher ou do homem contemporâneo em seu tempo”, como disse, em 2016, à revista Art Forum.
Ele também foi o fotógrafo que produziu mais edições do Calendário Pirelli até então, com três, ao todo: 1996, 2002 e 2017.
Já neste ano, Lindbergh foi o responsável por várias capas da Vogue, como as edições da Alemanha, Arábia e Espanha. As imagens do September Issue da Vogue britânica, comandado por Meghan Markle, também foram capturadas por ele.
É possível conferir trabalhos do artista em várias coleções permanentes de museus ao redor do mundo, como o Metropolitan Museum of Art (Nova York), Centre Pompidou (Paris) e Victoria & Albert Museum (Londres).
Colaborou Hebert Madeira