Paris lança programa para se tornar capital da moda sustentável
Governo francês, Federação de Alta-Costura, Galerias Lafayette e grupo LVMH serão os responsáveis pelo pacote de medidas socioambientais
atualizado
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A investida da moda na sustentabilidade é real! Depois de Stella McCartney convocar seus colegas a se unirem para diminuir os danos ambientais causados pela indústria têxtil e o Conselho de Estilistas de Moda da América lançar um guia de medidas socioambientais, a prefeitura de Paris anunciou um pacote de ações para tornar a cidade a capital da moda sustentável até as Olimpíadas de 2024.
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Reunidos no Instituto Francês de Moda, Frédéric Hocquard, vice-prefeito de Paris, Antoinette Guhl, secretária de Economia Social e Solidariedade, e Isabelle Lefort, jornalista de moda, lançaram o programa Paris Good Fashion, iniciativa que visa impulsionar a indústria da moda a adotar práticas mais sustentáveis.
Nos próximos cinco anos, um comitê formado pela Federação de Alta-Costura e Moda, o governo francês, a loja de departamentos Galerias Lafayette, a incubadora de moda Les Ateliers de Paris e o grupo LVMH irá traçar uma série de metas e ações para redirecionar o mercado local a um futuro ecologicamente consciente, sem descartar a Semana de Moda de Paris e seus participantes.
A iniciativa será norteada por três objetivos: criar uma economia circular, aperfeiçoar a supervisão dos processos terceirizados e adaptar a distribuição, geração de energia e comunicação. “Paris Good Fashion é uma comunidade aberta que reagrupa profissionais de moda, marcas, empresários, designers e especialistas para estabelecer um roteiro de passos que farão Paris a capital sustentável da moda”, disse Lefort.
O roteiro de sustentabilidade para 2019 será apresentado em junho, durante um grande evento, que reunirá um ciclo de conferências, um prêmio de design inclusivo e uma campanha de reciclagem.
“Quando comecei na moda, há 20 anos, ninguém falava sobre sustentabilidade, mas o mundo mudou. Estamos em uma situação de desastre ecológico. Essa é uma grande preocupação para as gerações mais jovens, que estão apelando às marcas de moda para que mudem seus processos. Precisamos criar um diálogo entre esses dois mundos”, disse a ex-editora-chefe da revista Jalouse.
Embora não haja, atualmente, um padrão de sustentabilidade imposto aos designers e empresários da moda, algumas das maiores cidades do mundo estão se esforçando para instruir os estilistas sobre as práticas socioambientais. No início de janeiro, o Conselho de Estilistas de Moda da América fez um alerta às labels, incentivando-as a levar a sustentabilidade a sério.
O relatório do Council of Fashion Designers of America (CFDA) tem 233 páginas e é dividido em quatro partes: um guia para estratégias sustentáveis, um kit de ferramentas para colocar essas ações em prática, um índice de materiais e um diretório de sustentabilidade, que lista as organizações especializadas que se destacam no segmento verde.
“Atualmente, a indústria da moda não é sustentável. Estamos usando recursos naturais e explorando pessoas, impactando na lucratividade futura e nas oportunidades de negócios. Para que o mercado mude, precisamos trabalhar juntos. Este guia está disponível para o público como um recurso educacional crítico. Por meio deste projeto, procuramos mudar as práticas sustentáveis entre os membros, assim como em todo o segmento fashion”, diz o documento.
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Colaborou Danillo Costa