A premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas já é neste domingo (24/2) e, neste ano, as estilistas que concorrem a Melhor Figurino trazem trabalhos bem interessantes, o que tem atiçado minha curiosidade para saber quem levará a estatueta de Best Costume Design. Minhas apostas estão com Pantera Negra e A Favorita, mas há outros trabalhos brilhantes que podem surpreender!

Vem saber mais sobre os indicados comigo!

 

A maior indicada na história da categoria de Melhor Figurino, Sandy Powell, mais uma vez conquistou os olhares da Academia, repetindo o feito de concorrer por dois filmes no mesmo ano. Em 2015, Powell foi nomeada por Carol e Cinderella, enquanto neste ano ela pode ser condecorada por A Favorita e O Retorno de Mary Poppins.

O contraste entre os dois longas mostra bem a versatilidade de Sandy. Em O Retorno de Mary Poppins, por ser uma obra de fantasia, a designer trabalha uma cartela de cores mais viva. Ela foi encarregada de recriar parte da magia do filme original, adaptando as vestes para a década de 1930.

 

 

A maior conquista do longa são as roupas da cena do Royal Doulton Bowl, a tigela mágica de Mary Poppins. Powell pintou à mão cada traje, para combinar com as sequências animadas. Dessa forma, ela garantiu um efeito plano aos trajes tridimensionais.

 

 

Em contraponto a isso, temos a neutralidade das peças de A Favorita, que se passa em meio à pompa da corte inglesa do século 18. Os vestidos luxuosos e cheios de volume foram confeccionados em preto e branco, com forte presença da alfaiataria.

Os terninhos de Sarah Churchill (Rachel Weisz) sozinhos são dignos de reconhecimento. Eles demonstram a dinâmica de poder nas relações da história e oferecem um contraste com os trajes de Abigail (Emma Stone) e Queen Anne (Olivia Colman).

 

 

 

 

A continuação do clássico que conta a história da babá mágica, embora tenha roupas primorosas, não deve levar o troféu, mas os belos vestidos da rainha Anne e suas súditas têm tudo para dar mais uma estatueta a Sandy, que já foi reconhecida por A Jovem Rainha Vitória, O Aviador e Shakespeare Apaixonado.

 

 

Contudo, para garantir seu tetra, a veterana tem uma grande pedra em seu sapato. Ruth E. Carter, responsável pelas peças de Pantera Negra, é apontada como a grande favorita ao prêmio. Os looks futuristas e cheios de cor, inspirados por tribos africanas, são sensacionais e devem ser uma importante representação da abertura da Academia aos filmes de super-heróis.

 

 

Ao longo de sua carreira, Carter provou ser uma grande entusiasta do cinema negro. A estilista já foi indicada duas vezes, por seu trabalho em Malcolm X e Amistad, e mais recentemente colaborou nos filmes Marshall, Selma e O Mordomo da Casa Branca.

 

 

Com Pantera Negra, ela chega ao Oscar tendo criado 1.500 figurinos, o maior concorrente em números. Se Carter ganhar a condecoração, a designer não só dará um troféu da categoria a um filme de super-herói pela primeira vez, mas também será a primeira mulher negra a levar a estatueta.

 

Há ainda uma terceira opção, que pode surpreender a todos e sair a grande vencedora de 2019. Como os jurados da premiação têm uma queda por filmes de época, não podemos descartar as produções de Duas Rainhas, assinadas por Alexandra Byrne.

 

 

 

 

Com bastante experiência no período elisabetano, Byrne faturou o Oscar por seu trabalho em Elizabeth: The Golden Age, em 2007, e foi indicada por Elizabeth, em 1998. Desta vez, no entanto, ela teve mais controle criativo no projeto, pois Duas Rainhas é uma versão mais ficcional da história.

Embora Alexandra Byrne seja conhecida por seus filmes de época, a estilista assinou grande parte do universo cinematográfico da Marvel. Ela é a designer por trás de Os Vingadores I e II, Dr. Estranho, Guardiões da Galáxia e Thor.

 

 

A escolha menos provável para a categoria de Melhor Figurino é The Ballad of Buster Scruggs. A designer Mary Zophres mais uma vez se juntou aos irmãos Coen na esperança de repetir o sucesso de Bravura Indômita, que deu a ela seu único Oscar.

 

 

 

 

O filme reúne uma série de esquetes, e coube à designer diferenciar a estética de cada uma. Todas as cenas são distintamente ocidentais, mas cada história tem uma aparência única. Como inspiração, Zophres usou ilustrações de NC Wyeth, textos e diários do final de 1800, bem como filmes antigos. Mary foi nomeada por La La Land, em 2016, e respondeu pelos looks de O Grande Lebowski, Interestelar, Prenda-me se For Capaz e O Primeiro Homem.

 

 

Os estilistas desta temporada são todos veteranos, com várias indicações em seu portfólio, mas três deles repetem um estilo de trabalho já apresentado antes. Pantera Negra é a opção mais criativa e sua vitória representaria uma modernização do olhar dos jurados. Será que eles vão continuar premiando mais do mesmo ou vão dar lugar à inovação?

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Colaborou Danillo Costa