ONG em prol dos animais pressiona grupo LVMH contra o uso de peles
Como o conglomerado de luxo pode ser um dos patrocinadores das Olimpíadas de 2024, a Peta quer que o comitê esportivo apoie a causa
atualizado
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A ONG internacional The People for the Ethical Treatment of Animals (Peta), que atua em prol dos direitos dos animais, acaba de travar mais uma batalha contra marcas de moda. Ao descobrir que o conglomerado de luxo LVMH pode ser um dos patrocinadores das Olimpíadas de Paris de 2024, a organização pediu o apoio do comitê dos jogos.
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Não é de hoje que a Peta pressiona o grupo LVMH – proprietário de marcas como Louis Vuitton, Fendi e Dior – para banir de vez o uso de pele animal nos produtos. Mas, na última terça-feira (23/8), a batalha ganhou um novo capítulo.
A ONG soltou uma nota cobrando o apoio do Comitê Olímpico Internacional à causa. Isso porque o conglomerado pode ser um dos patrocinadores dos Jogos Olímpicos de 2024, que ocorrerão em Paris, na França.
Segundo a Peta, a produção dos artigos de couro e de pelo de animais é não apenas uma crueldade, mas também representa um “risco pandêmico conhecido”. “Fazendas de peles em vários países, incluindo Dinamarca, Itália e EUA, viram surtos de Covid-19 entre animais e trabalhadores e uma mutação perigosa do vírus se espalhou para humanos”.
O argumento do órgão, portanto, é de que a criação de animais para a fabricação dos produtos das marcas de luxo pode causar novas doenças e até surtos pandêmicos. Vale lembrar que a Olimpíada de Tóquio, que deveria ocorrer em 2020, só aconteceu em 2021 por causa da pandemia.
Por alternativas ao couro animal
No mesmo documento, a ONG argumenta que o uso de pele de animais é arcaico e inaceitável, “especialmente quando opções veganas de alta qualidade estão disponíveis”. O grupo Kering, segundo maior conglomerado de luxo – e dono de marcas como Gucci e Balenciaga – aderiu ao movimento fur free em 2021.
O grupo LVMH, por sua vez, tem nos produtos de couro uma grande fonte de lucro e faz questão de destacar esses itens como um “diferencial” e um “legado”. Casas de luxo como a Louis Vuitton já lançaram peças em couro vegano, mas foram ações pontuais e não uma mudança de direcionamento.
É importante reforçar que os produtos feitos com pele animal, em especial acessórios como bolsas, carteiras e sapatos, são responsáveis pelo lucro das principais marcas de luxo na moda. Além de cobrar mudanças por parte dessas etiquetas, é preciso educar e conscientizar os consumidores.
Colaborou Carina Benedetti